Uma semana

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-Mais uma vez! Este tipo merece uma lição! 

-Entao! Tu não eras o famoso Hanemiya Kazutora? O poderoso número 3 da Valhalla? Um dos fundadores da poderosa Toman?? Diz -me!! - chutou a cara do rapaz.

-Parem...Eu já disse que não tenho mais nada haver com isso!- ele tentou resistir.

Kazutora tinha sido preso no reformatório depois da morte de Baji e da derrota da gangue Valhalla...tinham passado alguns anos e o menino ( que já não era um menino) estava bastante recuperado dos seus traumas de infância e tudo o que tinha acontecido. Todos sabemos que os traumas dele não eram poucos. Era a segunda vez que ele estava no reformatório, agora com 26 anos...quanto tempo passou? Uns 10 anos? Isso não importava. O que importava, é que ele sofria constantemente por causa do seu passado tenebroso. Com aquilo, Kazutora sempre pensou que a sua vida sempre seria um inferno hostil. Pensava que nunca veria a liberdade...com os seus próprios olhos...

-Ah seu maldito!!- espancavam Kazutora até se fartarem - vais morrer mesmo antes de te darem a liberdade!

Apesar de Kazutora ter deixado o seu instinto agressivo de lado, continuava a ser "apedrejado" e maltratado por outros prisioneiros que sabiam dos seus feitos do passado e queriam vingar mortes provocadas por ele e pela Valhalla.

-Parem...por favor - colocava os braço á frente do rosto.






-Já chega!!! Não podem lutar dentro do recinto prisional! Quantas vezes tenho de repetir!!

Todos arregalaram os olhos e olharam em direção daquela voz.

-É a t/n...parem todos!!

A mulher entrou e começou a socar todos os que haviam batido em Kazutora.

-É a última vez que repito! Não podem agredir os outros prisioneiros aqui dentro! Isto é um reformatório! Não um parque de estacionamento abandonado!!

Todos se ajoelharam a tremer, pois temiam aquela mulher com todas as forças 

T/n era uma das seguranças do reformatório, apesar da sua tenra idade de 23 anos, ela mantinha respeito lá dentro. A sua força era incomparável e sabia bem como lidar com os prisioneiros.

A jovem aproximou-se de Hanemiya, que estava estendido no chão em posição fetal, com sangue a escorrer da boca e um braço partido.

-Rapido! Levem-no até aos cuidados médicos! - ela exclamou assim que viu o estado do corpo do rapaz.

Os outros guardas prisionais obedeceram-lhe e levaram Kazutora para a enfermaria, onde seria visto por um médico.

-Vocês todos...se isto continuar, a vossa pena será aumentada! É um aviso!- t/n retirou-se dali, deixando todos cheios de medo apenas pela sua presença.

Enquanto isso, na enfermaria, o médico tratava de Kazutora com cuidado.

-Onde lhe dói mais?- perguntou.

O rapaz não respondeu, deixando apenas o seu semblante cabisbaixo e melancólico.

-Senhor Kazutora! Tem de me responder! Eu preciso de saber onde curar as feridas!

-Eu não quero ser curado!! Estou farto disto! Eu não quero que mais ninguém me ajude!! Não quero ter mais esta vida! Se for para continuar assim, eu prefiro morrer!!- de cabelos loiros e pretos exclamou.

O médico suspirou, ele não sabia o que fazer, não era psiquiatra para ajudar o rapaz a ultrapassar aquela tristeza que o consumia há imenso tempo.

Ouviram -se batidas na porta da enfermaria. O médico abriu.

-T/n-san... Aconteceu alguma coisa?

-Como está o Kazutora?

-Ele recusa-se a receber tratamento - o médico falou baixo e olhou para ele- eu não sei mais o que fazer para conseguir cuidar das feridas e do braço partido.

-Não se preocupe doutor, eu trato disso.

T/n entrou pela enfermaria e dirigiu-se a Kazutora rapidamente, com um ar furioso, apenas para lhe causar medo.

-Entao? Vais deixar que te curem ou não?? És um mal agradecido seu imbecil! Acabei de te salvar a vida!

-T/n-san, n-nao fale assim com os prisioneiros!- o médico replicou.

Kazutora olhou para ela com um olhar indiferente.

-Não me importo se fui salvo ou não, aliás, já nada me importa...

-Sabes com quem estás a falar???- ela perguntou indignada.

-Não e nem me interessa...

-Ora seu-- 

-Mas pronto, eu deixo que me curem, estou farto de ouvir gritos aos meus ouvidos, dói me a cabeça.

A mulher suspirou.

-Doutor, proceda...

O médico acenou a cabeça verticalmente e cuidou das feridas do rapaz.

Kazutora gemia de dor ao ter o seu braço partido, relamente não queria mostrar sentimentos, mas era impossível quando tinha o seu corpo acabado.

-Doutor, assim que terminar, estou do lado de fora á espera. Tenho que mudar este homem de cela para evitar mais conflitos.

-Sim, t/n -san.

A mulher saiu e esperou do lado de fora da enfermaria. 

As palavras e olhar de Kazutora corriam na sua cabeça. Podia ser uma mulher fria e calculista, mas era também um ser humano que sabia sentir o que se passava em seu redor. Ela sabia que Hanemiya estava mal, muito mal sentimentalmente e por alguma razão, não queria que ele sofresse mais.

-Deixa-me consultar aqui os papéis....- pegou numas folhas de papel- ora bem..aqui está...uma semana...

Passou cerca de uma hora e o tratamento ao corpo de Kazutora estava concluído. O médico abriu a porta e o rapaz saiu em passos lentos.

T/n olhou e levantou-se.

-Muito bem, obrigada doutor...

Ela olhou para as algemas no seu cinto.

-Não posso usá-las, estás com o braço partido, por um lado tens sorte Kazutora...

-Onde está a sorte em ter um braço partido?- ele perguntou falando baixo com a voz em constante monotonia.

T/n suspirou e deu um sorriso discreto.

Chegaram a uma cela.

-Vais ficar aqui sem mais ninguém, não quero que haja mais conflitos entre prisioneiros.

-Porque estás a colocar me aqui? A "desperdiçar" uma cela sem necessidade.

-Queres apanhar mais coça?

O rapaz sentou-se.

-Como já disse, isso não me importa mais...

T/n cerrou os punhos e deu lhe um estalo na cara.

-Tu queres mesmo morrer?? Queres morrer quando falta apenas....1 semana para seres livre?? É isso que estás disposto a perder? Estás disposto a deitar todos os sacrifícios fora quando faltam poucos dias para chegar a tua liberdade??

O rapaz arregalou os olhos.

-Uma...semana...?






Depois de tudo (Kazutora x Leitora)Onde histórias criam vida. Descubra agora