O anel

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Pelo caminho, t/n sentiu alguma dificuldade em andar. Tinha comprado uns sapatos novos, mas estes magoavam-lhe na zona atrás um pouco a cima do calcanhar.

Kazutora olhou para ela e achou estranha a maneira como ela caminhava.

-Está...tudo bem, t/n-san?

Ela olhou para os pés.

-Sim, é só que os sapatos magoam um pouco atrás... Mas não os posso tirar, o caminho para casa ainda é comprido...logo hoje que não trouxe o carro...

-Porque não trouxeste o carro?

-Eu queria caminhar um pouco...passo o dia quase todos sentada lá no meu escritório e pensei que andar um pouco me fazia bem...e...como eu queria tanto usar estes sapatos...não pensei nas consequências por serem novos...

Kazutora olhou para os lados.

-Tem ali um banquinho de jardim. Podemos sentar-nos um pouco.

Eles foram até lá e sentaram-se.

T/n tirou os sapatos um pouco e arregalou os olhos. Os seus pés já estavam um pouco inchados e atrás onde lhe magoava, tinha feridas enormes no local.

-Oh não...

Kazutora olhou para lá.

-Não devias ter andado tanto com eles...como são novos ainda não te adaptaram aos teus pés - pegou num dos pés e começou a massajar.

-O-o que estás a fazer Kazutora?? E-eu só preciso de descansar um pouco....

-Deixa me fazer isto...é bom para a obstrução sanguínea...como os sapatos ainda são apertados, os teus pés ficaram comprimidos de mais e por isso incharam porque o sangue não tinha tanta facilidade para passar pelas veias e artérias.

-Bem...tu percebes imenso disto...- sorriu corada.

-O tempo no reformatório também foi útil para aprender alguma coisa....- disse enquanto massageava.

-Fico feliz que o tenhas aproveitado da melhor maneira.

Kazutora sorriu e acabou as massagens depois de alguma tempo. Notava-se a diferença, os pés estavam menos roxos e inchados.

-Pronto, quando chegarmos a tua casa, podes descansá-los mais, ainda precisas de curar as feridas que tens atrás.- dito isto, pegou em t/n ao colo.

Ela arregalou os olhos e segurou-se de repente ao pescoço dele para não cair.

-K-kazutora...n-nao me vais carregar até casa pois não? Eu ainda consigo andar ...

-Não, os teus pés precisam de descanso...sabes que o sangue obstruído é perigoso...eu posso carregar-te no meu colo sem problema.

-Talvez se eu subir ás tuas costas seja mais fácil...

Kazutora colocou-a então nas suas costas. A jovem segurou-se igualmente ao pescoço dele, com as pernas a rodear o seu tronco.

-Vais bem aí em cima?

-Sim...

Kazutora sorriu e começou a andar.

T/n estava super envergonhada por ter de ir ás cavalitas dele, não tinham intimidade e por isso ela não se sentia mais superior...a partir dali, não seria mais uma relação de prisoneiro e guarda, mas sim...de supostos amigos.

Ao chegarem a casa da agente, Kazutora teve de a colocar no sofá para que pudesse descansar os seus pés devidamente.

-Desculpa por isto, Kazutora...eu disse que te ajudaria e ainda te estou a dar trabalho...

-É o mínimo que podia fazer para agradecer, aliás, eu ajudarei em tudo o que for necessário, posso limpar, por a roupa a lavar e a secar...a única coisa que não sei é cozinhar - ele baixou a cabeça.

T/n riu.

-Não te preocupes com isso.

-Eu também vou procurar um emprego a partir de amanhã...prometo que sairei daqui o mais depressa possível...não quero incomudar ...nem a ti ...nem ao teu namorado...

T/n ficou confusa.

-N-namorado? Kazutora eu não...eu não tenho namorado....

O rapaz olhou para ela confuso também.

-Mas esse anel que ....tens no dedo..não é um anel de namoro?

Ela olhou para a mão e baixou a cabeça 

-N-nao...é apenas um anel....normal....e-eu gosto imenso dele...desculpa...não...não quero falar sobre isso...

Hanemiya achou aquela conversa estranha, mas percebeu que ela não se sentia confortável ao falar daquilo.

-Desculpa me intormeter...

-Tudo bem- ela disfarçou com um sorriso- vou te mostrar o teu quarto, segue-me por favor.

Ele acenou a cabeça 

Kazutora seguiu t/n até ao andar de cima para que esta lhe mostrasse onde iria dormir. Há medida que andavam pelos corredores, o rapaz contemplava ao promenor cada canto da bela casa pertencente a t/n.

-A tua casa é lindíssima, t/n-san...

-Obrigada- disse parando e abrindo uma porta - aqui será o teu quarto...espero que gostes...

Ele olhou para lá e ficou deslumbrado com o tamanhão da divisão. Era um quarto monocromático e muito lindo com apenas tons de cinza.

-É muito bonito, eu adorei...

Ela sorriu.

-K-kazutora, se não te importas, eu vou tomar um banho rápido, preciso de relaxar um pouco, podes ficar...um bocado sozinho?

-Claro, estás na tua casa...- ele sorriu- obrigado, t/n-san.

A jovem foi então tomar banho.

Encheu a banheira de água quentinha e colocou-se lá dentro.

-Eu já me tinha esquecido disto - olhou para o dedo que continha o anel e deixou cair algumas lágrimas...


Talvez aquele anel não fosse apenas um simples assessório...



Depois de tudo (Kazutora x Leitora)Onde histórias criam vida. Descubra agora