IV Capítulo: "Só Eu E Ele"

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Depois de tudo que passei, depois de olhar e notar que de lá nada se podia aproveitar, eu tentei.

Tentei nadar em novas águas, atravessar novos mares e conhecer novos horizontes.

Tentei me desligar de tudo, queimei os bens matérias e fui, fui sem olhar para traz. Fui sem pensar, fui sem medo. Eu apenas fui, pois eu precisava ir e eu fui!

Andei em novas terras, conheci novos mares, atravessei novos horizontes e por um momento eu me desliguei e me senti livre do passado mal resolvido.

A vida me ensinou a seguir, me ensinou a não olhar para traz. Mas a mesma vida não me ensinou a viver sem ele.

Eu havia saído do seu amor, mas o amor por ele ainda não havia saído de mim.

Saí dos seus pensamentos, mas os seus pensamentos não haviam saído de mim.

Saí das suas memórias, mas as suas memórias não haviam saído de mim.  Eu havia saído dele, mas ele ainda não havia saído de mim.

As memórias voltaram juntamente com todas suas lembranças. E por mais uma vez eu queria que o fim não tivesse chegado.

Eu queria voltar atrás mais uma vez, eu queria mudar o passado, o presente e se possível o futuro. Eu só queria que ele entendesse o que eu realmente sentia por ele.  Não que ele não compreendesse, mas se o mesmo compreendesse, não aparentava o compreender.

É frustrante amar alguém e não saber se o mesmo sente o que tu sentes por ele. Mas é ainda mais frustrante o amar sabendo que ele sabe, mas se coloca no silêncio.

Eu até hoje não compreendo como é que duas pessoas que se amam não podem ficar juntas. - Não é justo, nunca foi e nunca será!

- Como é que a pessoa pode ser feliz sem corresponder o amor que sente? - Como? (Me questionava irritada)

O pior era saber que ele já me amou, mas não saber se ele ainda me amava. Eu não sabia se o superava ou o esperava.

Mas como esperar alguém que nada fala? Como esperar alguém que pareceu se desligar de tudo que um dia vivemos e de mim? Me parecia que ele tinha interruptor que bastou o tocar que todas as memórias formam excluídas.

Ele vivia como se nunca antes tivesse vivido. Vivia como se tudo fosse novo, eu não sei se ele tinha arrependimentos, pois para ele tudo parecia normal.

Eu tentei por vários momentos voltar, tentei me desculpar, tentei me culpar, tentei entender o motivo do fim. Eu até tentei "tentar" de novo.

A esperança de o ter de volta diminuía, todavia bastasse o ver, ela se reconstituia.

Porque eu mesma não queria o superar, mas lutava contra o que já me era óbvio de ver, procurava motivos só para poder o ver.

Arranjava trabalhos, desculpas, convites, até motivos banais arranjei só para o ver.

Eu queria ver aquele sorriso lindo, queria ver os olhos brilhantes, as suas sombras organizadas, os lábios rosas,  sentir o seu cheiro por perto e ouvir o tom da sua voz.

Eu queria andar de mãos dadas mais uma vez, queria olhar nos seus olhos e falar o que sentia em meu coração.

Queria parar o sol e parar a lua, parar o mar e parar a terra, parar os céus e parar o mundo todo. E por um momento ter um momento só nosso. Sem barrulho, sem movimentos.

"SÓ EU E ELE"

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