Capítulo 05

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Any Gabrielly

Acordei estranhamente relaxada na manhã seguinte. A cortina aberta revelava o dia lindo lá fora, banhado pela luz do sol. Entretanto, o ar condicionado ligado a noite toda deixava o quarto gelado e eu continuei
encolhida sob o edredom. Fiquei olhando para o céu azul através da vidraça,porém meus pensamentos estavam todos voltados para o dia anterior.

Nunca imaginara que apenas um dia fosse o bastante para mudar minha vida daquele jeito. Mal pisei em EUA, eu fui pega em uma armadilha, drogada, presa na cama onde eu passara boa parte da minha infância e adolescência.

Uma armadilha preparada por Josh. Que me tornou mulher, me ensinou os prazeres do sexo e era dono de tudo que tinha importância para mim: aquela casa, a minha liberdade e o meu corpo Se eu não fosse cuidadosa, ele tiraria muito mais.

Suspirei e fechei os olhos por um momento, lembrando de como ele era lindo e viril; de seus beijos, suas carícias, sua boca, seu pênis dentro de mim. Arfei,tremendo, sentindo um frio na boca do estômago. Admiti a mim mesma que não via a hora de estar novamente com ele, de ouvir sua voz, tocá-lo, senti-lo novamente em minha boca e em minha vagina, me penetrando daquele jeito.

O barulho da porta abrindo interrompeu meus pensamentos. Abri os olhos rapidamente, com o coração acelerado, esperando vê-lo. Fiquei decepcionada ao deparar-me com Marie, a mulher alta e fria que me dopou no dia anterior.

- Bom dia, senhora. Vim ver se precisa de alguma coisa. - Ela parou na entrada do quarto, fitando-me com seus indiferentes olhos escuros.

Tive vontade de xingá-la. Mas apenas sentei na cama e respondi com frieza:

- Ir ao banheiro.

- É claro. O senhor Josh Beauchamp pediu que a alertasse para não tentar nenhuma besteira. A casa está cercada de seguranças e eu trago um aparelho que dá choque no bolso, para usar na senhora caso me dê trabalho.

- O quê? - Afastei o edredom, irritada. -Tem ordens para me agredir?

- Só se eu for agredida primeiro, senhora.

- Pare de me chamar de senhora, droga! Será que pode soltar essa porcaria para eu ir ao banheiro?

Marie não respondeu. Seu olhar era duro, ao se aproximar da cama e abrir o cadeado do espaldar com uma chave que tirou e depois guardou no bolso da calça jeans. Parecia me alertar para ficar longe. Segurou a ponta da corrente e indicou a porta do banheiro.

- Senhora...

Olhei-a com raiva e me levantei, ajeitando o roupão no corpo. Andei até o banheiro. Ela entrou comigo e eu me virei, cada vez mais irritada com aquele cão de guarda:

- Vai ficar aqui me vendo cagar? Nem isso eu tenho o direito de fazer em particular?

Ela cerrou os lábios com desprezo. Caminhou até o ferro do boxe, passou a corrente por ele e prendeu com o cadeado.

- Assim a senhora poderá usar o vaso e o chuveiro. Não feche a porta, ou um segurança virá pô-la abaixo. Estarei no quarto. Chame quando terminar. - Ela saiu e eu murmurei:

- Bruxa.

Fiz minha higiene matinal, escovei os dentes com uma das várias escovas novas no armário, tomei banho lavando bem o meu cabelo. Depois me enxuguei e vesti novamente o roupão e me penteie. Pronta, eu avisei:

- Já.

Marie voltou, cautelosa, talvez esperando que eu estivesse escondida para pular em seu pescoço. Viu-me quieta, perto da pia. Sorri sem vontade. Ela passou por mim sem desviar o olhar. Tirou novamente a chave do bolso, abriu o cadeado, segurou a corrente.

A coleira (beauany)Onde histórias criam vida. Descubra agora