EM MINHA MENTE; jurdan.

Eu.

Como pode, eu, Jude Duarte, uma não-férica, filha não legítima de Madoc, gostar do ser mais irritante e maldoso de Elfhame. Isso não é possível. Não é.

Cardan sabia como destruir a autoestima de alguém, não só autoestima, e sim a alegria, o estudo, até a comida. Qual é, esse idiota jogou terra na minha comida!

Quando Cardan se tornou rei legítimo de Elfhame, eu me tornei sua conselheira. Ele, de fato, conseguiu deixar tudo que era preto, triste e quebrado, em vermelho sangue, totalmente curado com pontadas de veneno. Suas palavras sempre me atingiam como adagas afiadas, mas tentava não deixar mostrar o quanto aquele idiota maldoso tinha o poder sobre mim, apenas com frases, como “Me beije de novo. Me beije até que eu enjoe disso”. Esse imbecil tinha noção do quanto isso é pesado de digerir? O cara que eu mais desprezei, em toda minha existência, me pedia para beija-lo até que ele cansasse. Eu nunca iria fazer isso.

Quando Locke mostrou sua verdadeira face, e Taryn revelou quem era, não pude ficar tão amarga. Minha irmã sentiria medo de me perder, e eu fiz questão de ver isso de perto.

Porém, nada se compara quando Cardan me exilou do reino das fadas. Eu era a Rainha! E ainda teve a pachorra de me chamar de Doce Nemesis quando voltei. E eu gostei, é obvio, mas nunca dizeria isso tão abertamente.

Quando beijei Cardan, sua boca parecia ter sido escrita para encaixar tão perfeitamente na minha. Sua lingua e seus lábios gritavam “Jude, venha até nós e nos abrace (beije)”. De fato gritavam isso, porque Cardan foi feito sob medida pra me perturbar e me amar; Assim como eu fui feita para matar, mandar e amar ele. Porém a parte do matar eu faço com outras pessoas, que merecem, é obvio.

O que quero dizer é que eu me apaixonei por Cardan Greenbriar, Rei de Elfhame, e, quando, fiquei ao seu lado como Rainha, eu nunca estive tão feliz. Podia não demonstrar, mas Cardan me deixava feliz. Mesmo quando ainda éramos adolescentes tenha me jogado no lago com peixes carnívoros, tenha jogado terra em minha comida e que eu quase tivesse o matado com minha adaga em seu pescoço. Inclusive, ele se declarou ali pra mim. Ainda me lembro como suas palavras me atravessavam como flechas envenenadas, flechas bem afiadas.

“Mais do que tudo, eu te odeio porque penso em você. Com frequência. É nojento e eu não consigo parar”

Realmente, é nojento, porque até hoje me sinto como uma pré-adolescente quando encontra seu crush no refeitório. Mas, é algo que eu gosto. Essa é a nossa relação. E, sabe, eu amo Cardan Greenbriar. Ficar com ele foi só uma das provas de amor-loucura que eu cometi. Porque Cardan é dono do meu coração, assim como eu sou dona do coração dele.