002.

161 16 2
                                    

S/n point of view.

Eu pude acordar mais tarde hoje,já que tinha sido demitida do trabalho,mas eu não estava ligando muito,até pq aquele trabalho estava acabando com minha saúde mental

Aproveitei e dormi por mais algumas horas antes de começar a viver minha vida

Alguma horas se passaram,e eu finalmente despertei,me levantei e fui fazer minhas necessidades diárias

Por sorte,eu tinha acabado de receber meu salário,não era muita coisa,mas dava pra segurar até achar outro emprego,afinal,eu vivo sozinha,então não tem muito com oque gastar

Peguei meu carro e sai por aí procurando outro emprego,não poderia ficar parada

Eu juro por Deus que fui em todas as empresas,lojas,restaurantes,cafeterias,mas todas já estavam com trabalhadores suficientes

Eu me estressei,e fui andar um pouco por aí,eu parei meu carro em frente a uma floresta,parecia assustador,mas o lugar da floresta que eu iria era tranquilo

Eu entrei na floresta,e fui até o ponto fixo,o ponto que eu marquei quando era adolescente,o primeiro ponto que eu achei quando fugi daquele lugar

Tinha uma mesa lá,tipo uma mesa de piquenique,era tranquilo,eu poderia passar horas lá, lendo algum tipo de resvita ou sei lá fumando alguma coisa,ou seja lá oque os adultos fazem no seu tempo livre

Aqui me trazia memórias boas,mas me trazia memórias ruins

No mesmo tempo que eu ganhei algo naquele dia,eu perdi também,eu perdi o meu melhor amigo

Mas eu não tenho certeza se ele se foi mesmo ou se ele conseguiu fugir depois de mim,a única coisa que eu escutei foi gritos e vi sangue por todo lugar

Bem,chega de memórias ruins,esse não é meu foco pra hoje,meu foco pra hoje é tentar ver se consegui recuperar meus poderes novamente

Como eu posso fazer isso? eu não sei,talvez eu só precise ficar em algo e tentar mexer? eu não sei,vamos tentar,só preciso ter um pouco de paciência,algo difícil de se encontrar agora

Eu pego uma pedrinha do chão,e coloco sobre a mesa,respiro fundo e fico encarando a pedrinha igual uma idiota

— oque que eu tô fazendo? que idiotice — eu resmungo comigo mesmo,afinal,só estava eu ali mesmo,então eu podia xingar Deus e todo mundo sem ninguém vir me encher o saco

Eu respiro fundo novamente e fico encarando a pedrinha pensando como eu iria mexer aquilo sem tocar

Eu não me lembrava muito bem como era as coisas no laboratório,então não tinha como eu seguir os mesmos passos que eu seguia lá pra conseguir desenvolver o poder novamente

— Se isso não tá funcionando,oque que eu devo fazer?! — eu digo reclamando comigo mesma,já sem paciência

Eu escuto um barulho de folhas um pouco perto do lugar aonde eu estava, obviamente eu olhei assustada,afinal,quem iria estar lá? tipo,nada atrai ninguém muito ocupado pra cá,só se a pessoa for igual a mim

Eu apenas ignoro esse barulho e volto a tentar me concentrar

Depois de algumas horas tentando, tentando,tentando,eu faço uma pausa pra descansar a mente

— mais que merda! — eu bato minhas mãos na mesa com raiva

Eu apoio minha cabeça sobre a mão e fico refletindo sobre várias coisas que aconteceram na minha vida,coisas ruins,que me deixavam com raiva

flashback on

PAPAI! — eu digo em desespero quando dois homens de branco me levavam para um quarto escuro sem nenhum buraquinho de luz

— eu sinto muito número doze,mas isso é para o seu próprio bem — o homem de cabelos brancos e terno diz com os braços cruzados enquanto me vê chorando e se debatendo nas mãos dos homens de branco

flashback off

Meu sangue começou a ferver e eu comecei a ficar com muita raiva,mas isso não importava,oque me chamou atenção foi que,as folhas das árvores a minha volta começaram a se mexer agressivamente

Eu comecei a me concentrar mais nessa memória,isso poderia me ajudar a recuperar meus poderes

flashback on

— HENRY! — eu digo gritando, enquanto vejo o mesmo ser torturado bem na minha frente,ele estava com um tipo de colar,mas não era normal,ele da choque nele,e ele se contorcia a cada vez que ele ligava aquilo,e ia aumentando

— PAPAI! PARA POR FAVOR! — eu digo chorando vendo meu melhor amigo sendo torturado

— D-doz — Henry tenta falar,mas não consegue pois estava sofrendo muito com aquilo

flashback off

Meu sangue começou a ferver mais e mais e eu comecei a ficar com muito mais raiva do que já estava

Eu precisava descontar toda raiva que estava sentindo naquele momento,eu não me aguentei,eu gritei

Quando eu gritei,TODAS as folhas das árvores foram pra trás,como se tivesse explodido uma bomba ali mesmo

Eu continuei gritando,pois estava muito cansada e precisa descontar tudo aquilo ali mesmo,pois não sabia quando poderia ter outra oportunidade

Eu paro de gritar pois minha garganta já estava ardendo e limpo meu nariz que estava sangrando muito por conta da força mental que fiz pra conseguir fazer tudo aquilo,todas as folhas voltaram ao normal quando eu parei de gritar

Eu dito minha cabeça sobre a mesa de piquenique e fico chorando,eu não gosto muito de chorar,porque para mim,isso é para pessoas fracas,que não aguentam a dor e se entregam ao mar de lágrimas,como se isso fosse mudar a dor,mas aquilo tava me machucando tanto que eu não podia guardar mais isso,eu precisa soltar pra fora

Eu estava chorando,quando escuto um barulho nas folhas do chão novamente

Eu olho para a direção do barulho assutada de novo

— seja lá quem for que estiver aí,é melhor sair daqui — eu digo isso olhando para a direção do lugar

Eu fico olhando para a direção do barulho e logo em seguida vejo um garoto de cabelos castanhos e uma garota de cabelos loiros com rabo de cavalo saindo dali

— oque que vcs estão fazendo aqui? — eu pergunto a eles que pareciam meio assustados

— a gente não queria assustar você,a gnt só tava aqui pra ... conversar — o garoto diz olhando para mim e depois olha para a garota

— eu posso fingir que acredito nessa história? — eu digo meio impaciente,mas tentando manter a calma

Os dois ficam quietos me encarando,sem saber oque fazer comigo ali

— tá eu vou sair daqui prós pombinhos ficarem a vontade — eu digo levantado da mesa e indo a direção a saída da floresta

— na vdd a gnt só é ... amigos? — o garoto diz olhando para a garota confuso

— tanto faz,se divirtam aí — eu digo saindo dali e indo a direção ao meu carro

Eu chego em casa,e vou direto para um banho frio,eu não gosto de água morna e nem quente

E lá eu fico no meu mar de pensamentos,mas oque eu precisava mais agora,era recuperar os meus poderes.


𝙢𝙮 𝙛𝙖𝙡𝙡𝙚𝙣 𝙖𝙣𝙜𝙚𝙡, 𝙃𝙚𝙣𝙧𝙮 𝘾𝙧𝙚𝙚𝙡 Onde histórias criam vida. Descubra agora