❦ 𝕮𝖆𝖕𝖎́𝖙𝖚𝖑𝖔 𝟕

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     O CORAÇÃO DE Emilly parou por um momento, e sua respiração ficou presa na garganta ao ouvir a pessoa do outro lado da linha

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     O CORAÇÃO DE Emilly parou por um momento, e sua respiração ficou presa na garganta ao ouvir a pessoa do outro lado da linha.

     Era a enfermeira responsável por cuidar de sua avó na casa de repouso em que estava hospedada. Ela se lembrava de tê-la visto algumas vezes, uma mulher alta e de meia idade, com cabelos escuros iluminados e olhos claros, magra e desajeitada, mas com um coração enorme que mal lhe cabia no peito.

     Sua voz estava falha na ligação, e levou alguns minutos para que pudesse dizer algo coerente, mas ao fazê-lo, foi clara o suficiente.

Pardon, senhorita... — ela murmurava sem parar — É tudo culpa minha. Pardon...

     Emilly não percebeu quando suas pernas começaram a se mover, nem quando a ligação terminara. Sua mente ficou em branco, como uma televisão antiga sem sinal ou conversor digital, apenas o ruído e a imagem borrada da estática.

     Ainda estava chovendo? Ela não sabia dizer. Mesmo que as nuvens tivessem se afastado e o sol começasse a brilhar bem debaixo de sua cabeça, a poucos metros de distância, ela ainda não saberia. Porque sua mente estava em dormência absoluta, mas um tipo específico que duraria apenas alguns momentos. Se eles seriam longos ou curtos, dependeria apenas dela.

     Uma de suas mãos encostou na parede áspera de pedras, e só então sentiu suas pernas vacilarem, a fazendo se sentar no chão molhado — ah, sim, ainda chovia.

     A dormência passou aos poucos, enquanto repassava em sua mente o que havia sido lhe contado por ligação.

     Florence Durant — sua doce e querida vovó Flora — havia falecido enquanto dormia. A enfermeira chegara pela manhã com o desjejum da senhora de idade, mas ao vê-la ainda dormindo, se desesperou. Todos na casa de repouso sabiam que aquela era uma das poucas senhoras que acordavam antes de seus cuidadores chegarem.

     Não, Emilly pensou. Ela havia conversado com a avó na noite anterior, e ela não apresentara nenhum mal estar ou sintoma de qualquer coisa que estivesse sentindo. Ela se cuidava, tomava os remédios de pressão e osteoporose no tempo certo e bebia muita água.

     Não era verdade, sua mente murmurava.

     Vovó Flora sorrira durante a ligação, e até dissera como sua pressão naquele dia estava como a de uma jovem.

     Ela mentiu...

     Ela negou com um forte manear de cabeça, empurrando aquele pensamento para o fundo de sua mente. Sua avó não mentira, ela nunca mentia sobre seu estado de saúde.

     Mentir para não preocupar os outros não é uma mentira ruim...

Não... — Emilly murmurou com a voz entrecortada, sentindo um soluço sair logo em seguida — A vovó não... morreu.

EMILLY | 𝓒𝓪𝓲𝓾𝓼 𝓥𝓸𝓵𝓽𝓾𝓻𝓲                 ⁽ᶜᵒᶰᶜˡᵘᶤ́ᵈᵃ⁾Onde histórias criam vida. Descubra agora