Escrever uma carta

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Sina Deinert

Analisava o quarto de Noah enquanto esperava sentada na cama do garoto. O que será que faríamos naquele dia?

Observei cada canto do quarto e sorriu ao ver algumas fotos do Noah com sua irmã mais nova. Logo o garoto já estava no quarto carregando algumas folhas e canetas.

- Alguma coisa?- ele sorriu, era óbvio que eu tinha muitas em mente.

- Confesso que pensei que írimos ver um filme ou sei lá o que, mas agora estou confusa, o que são essas folhas?

- jsjdjskwks

- Era para ser uma piada ou algo do tipo?

- Era sim, mas esquece. Filmes você vê todos os dias e eu gosto de te mostrar coisas novas- eu o encarei confusa e ele sorriu- Dia treze, escrever uma carta.

Sorri enquanto o encarava, escrever uma carta? Eu fiz uma ou duas vezes para Heyoon e achava aquilo uma bobagem de adolescentes, mas agora eu estava empolgada.

Noah disse que eu poderia usar a sua escrivaninha que ele ficaria com a mesa do computador e então eu fiz isso. Noah me deu uma folha em branco e um envelope vermelho, escolhi uma caneta também vermelha e começei a pensar no que escreveria.

- Para quem você vai escrever?- perguntei enquanto girava na cadeira

- Para o Bailey- revirei os olhos- Quando éramos crianças, costumávamos escrever essas cartas e enterrar no quintal para encontrarmos daqui a muitos anos.

Noah sorriu animado enquanto lembrava daqueles momentos. Eles sempre foram melhores amigos e Noah não queria que aquela amizade acabasse nunca, mesmo depois do que ele fez comigo.

- Vai escrever para quem?- Noah perguntou e me viu dar um sorriso animado

- Segredo.

Noah sorriu e então eu voltei para a carta enquanto começava a escrever as primeiras linhas, Noah deixou aquilo de lado e voltou a escrever a sua carta para o seu melhor amigo.

Segurava firme a caneta enquanto fazia a minha melhor letra para aquele início de carta. "Aqui estamos, dia treze e em questão de três dias, meu coração vai parar de bater..."

Parei de escrever por alguns segundos e então senti minha respiração ficar cada vez mais pesada. Três dias. Nunca tive medo de morrer, mas parecia que a cada dia que passava, eu ficava mais anciosa e nervosa.

Me esforcei para não chorar, eu odiava o fato de ter nascido com aquela doença que ou me mataria, ou me deixaria paraplégica, aquilo era um castigo.

- Sina, o que houve?- Noah perguntou ao escutar os soluços e eu limpei as pequenas lágrimas que se formaram no canto do meu olho.

- Se existir algum Deus, porque ele é tão cruel comigo? Digo, me dando essa doença- Noah sorriu e se aproximou de mim enquanto empurrava a cadeira com rodinhas.

- Deus deve estar muito ansioso para ter uma garota maravilhosa como você ao lado dele e por isso está adiantando as coisas.

Sorri enquanto Noah acariciava meu rosto. Ele era tão incrível. Noah era extremamente fofo e carinhoso e sabia sempre o que dizer, não importava a situação.

Não queria que as coisas estivessem tomando aquele rumo, mas me sentia cada vez mais atraída por ele que estava passando os últimos dezesseis dias ao meu lado.

E talvez fosse tarde demais para conseguir controlar meus sentimentos por ele.

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