sixteen days

Perdoar alguém

Sina Deinert

Noah parou o carro em um estacionando que não era muito grande e nem movimento. Observei o lugar que parecia ser uma sorveteria dos anos cinquenta e então logo adivinhem o que faríamos naquele dia.

- Por que achou que eu não iria gostar? Eu adoro coisas pin-up- sorri animada e abria porta do carro, mas Noah segurou meu braço.

- Sina eu acredito que você consegue ser bem madura quando quer e por isso eu só te peço para não sair correndo assim que entrarmos lá- ele disse e eu sorri

- Você está me tratando como se eu fosse uma criança que vai querer pegar todos os sabores de sorvete.

- O motivo de estarmos aqui vai muito além do sorvete.

Fiquei preocupada, mas não questionei. Fiquei esperando que ele dissese a típica frase "Dia quatorze, tomar sorvete", mas ele não o fez e então eu apenas desci do carro e o acompanhei.

A sorveteria era muito bem decorada e estar lá era realmente como voltar no tempo, mas eu congelei na porta assim que parei meus olhos em alguém. A loira de franja e de olhos azuis estava lá, com suas sardas e seu delineado de gatinho e logo ao lado estava o cara que eu mais odiava, Bailey May.

Xinguei mentalmente pela incrível coincidência de os dois estarem lá, mas arregalei os olhos assim que fui puxada e Noah sentou-se na mesa onde eles estavam.

- Noah, você enlouqueceu?- Noah respirou profundamente e me encarou.

- Dia quatorze, perdoar alguém.

Arregalei os olhos ao escutar aquilo e continuei o encarando até que ele falasse que era apenas uma brincadeira, mas ele não faz isso, então eu apenas ri de nervosismo

- Não mesmo! Achei que iríamos nos divertir, porra, eu só tenho mais três dias de vida.

- Sina se senta por favor- Joalin pediu e eu revirei os olhos.

- Cala a porra da boca- A garota arregalou os olhos- Eu vou embora e foda-se vocês dois.

Revirei os olhos outra vez e coloquei as mãos no bolso da jaqueta, sai de dentro da lanchonete como um furacão e começei a caminhar sem rumo, mas logo percebi que estava sendo seguida e então parei.

- Eu quero que saiba que não estou brava com você e se quiser podemos sair e fazer qualquer outra coisa agora- girei meu corpo e encarei Noah.

- Nós vamos voltar lá dentro e cumprir o dia de hoje Sina.

Respirei profundamente, eu estava odiando aquele dia. Não queria olhar pra nenhum dos doisnu cá mais e Noah estava me matando lentamente enquanto me obrigava a fazer aquilo.

- Sabe o quanto é doloroso pra mim ter que ficar presa com aqueles dois idiotas?

- Eu estendo a sua dor Sina

- Você definitivamente não entende, você não foi traído e não está prestes a morrer.

Eu havia me arrependido de ter falado daquela forma com o garoto que dava o seu melhor para me fazer feliz todos os dias, mas já era tarde, não poderia retirar o que eu havia dito.

- Vai fugir de algo tão simples? Achei que você fosse corajosa- Noah deu de ombros e eu o encarei.

- Como é?

- Cadê aquela garota que tinha medo de altura, mas se arriscou pulando de uma pedreira? Você só precisa entrar lá, perdoar os dois e depois os esqueçer para sempre. É tão difícil?

Revirei os olhos e começei a caminhar enquanto Noah sorria animado atrás de mim. Empurrei a porta da sorveteria e observei o casal se encarando enquanto seguravam suas mãos. Nojento!

- Saibam que eu só estou fazendo isso porque o Noah é incrível- Bailey sorriu- Podem começar com as explicações.