No dia seguinte, Stéfani trabalhava desde cedo, tentando se concentrar no trabalho que exigia ser cuidadoso, no entanto, a necessidade não estava sendo atendida. Na cabeça da mulher, só se passava a cena de Mirella lhe jogando o cheque amassado e saindo batendo a porta. Aquilo realmente tinha acontecido? Talvez fosse obra da sua imaginação depois do gin e o do whisky. Podia ser, não podia?
— Bom dia, Sté .
— Ai, Nina! Estava precisando de você.
Entre, por favor.As papeladas foram juntadas em uma só pilha e deixadas em um canto da mesa. Stéfani pegou o copo térmico da mão da assistente e se dirigiu até a janela panorâmica observando as ruas movimentadas.
— Como foi ontem? Com a jornalista.
— Você nem imagina, Marina. Mas antes de eu te contar o que aconteceu, preciso pedir para agendar a reunião.
— A reunião no caso...
— Sim, essa mesma.
— Será mais cedo esse mês?
— Sim, preciso que seja adiantada. Já separei os documentos que precisava, estão naquela pilha. Mantenha a discrição, por favor.
— Sempre mantenho, Sté . Sou mais competente que você, inclusive.
— Oras, nunca duvidei disso. Aliás, se não fosse, nem estaria aqui. Enfim, sente-se, preciso lhe contar sobre ontem a tarde.
E Stéfani contou. Disse tudo que aconteceu na tarde do dia anterior, escondendo, é claro, dos detalhes mais íntimos. Não era de seu feitio contar os detalhes, ainda mais se tratando de uma situação em aberto, que era o que Stéfani acreditava ser.
Ao final, Marina se encontrava boquiaberta com a história. Uma parte de si queria muito rir da cara de Stéfani . Estava demorando muito para algo do tipo acontecer com a chefe, ela sabia que em algum momento a mulher toparia com alguém que não aceitaria o dinheiro e os luxos que Stéfani insistia em oferecer. E chegou esse momento.
Marina tinha gostado da reação da estudante, esperava que depois do "fora", Stéfani fosse esquecer aquele assunto e partir para o que realmente importava: o trabalho. Ainda mais chegando um momento tão importante, como o que estava prestes a acontecer. Marina esperava que a amiga esquecesse Mirella, afinal logo Stéfani acharia outra pessoa para poder seduzir. Gente não faltava na cidade, e bem, Stéfani era do tipo que deixava qualquer um babando.
— Estou boquiaberta com essa garota. Sendo bem sincera, Teté, achei até que demorou para acontecer. Nem todo mundo é vendido. Você teve sorte de se envolver com gente que aceitava seu dinheiro em troca de silêncio. Mas Mirella não é assim.
— Ah, para, Nina! Todo o mundo tem um preço. Vou achar o dessa garota.
— Como é?
Marina temeu pelo o que viria logo a seguir. Sabia da teimosia da amiga, mas queria acreditar que ela não iria além. Não seria mais fácil aceitar o fora e seguir com a vida? Por que Stéfani tinha de ser tão difícil assim?
— Preciso de outro favor seu.
— Stéfani... O que tá passando nessa cabeçona aí?
— Marina!
— O que foi? Eu não estou mentindo. Não é possível que uma cabeça desse tamanho todo aí, não seja capaz de pensar com clareza.
— Estou pensando com clareza. Preciso que você ache uma vaga de estágio para Mirella. Sei que jornalismo não é muito o foco da empresa, mas tenho certeza que você conseguirá encaixar em algum departamento.
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Fortuito - versão Sterella
FanfictionMirella não esperava muita coisa da faculdade. Tirar notas razoáveis, perder a linha em algumas festas, beijar muitos rapazes e moças, e claro, um dia se formar. Contudo, em caso fortuito, ela cruza o caminho de Stéfani, executiva de altíssimo escal...