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11.05.2014 (parte 2)

Terminamos de comer juntos e depois eu fui tomar um banho rápido e me trocar para não sairmos atrasado.

"Não quero mesmo conversar, Gustavo."

Eu sabia que você estava desesperado para falar, mas não queria discutir.

"Me ouve então, beleza? Você não tem que falar nada, só precisa ouvir"

Eu suspirei e encostei a cabeça no banco do carro. Não tinha jeito. E bastou um aceno de cabeça para que você começasse a falar.

"Não me orgulho das minhas atitudes ontem, Camila. Estava louco de ciúmes e acabei falando merda a noite inteira. Acontece que não tinha motivo para aquele surto, nunca me deu brecha para que eu desconfiasse de você, então não é justificável o que eu fiz."

"Nisso concordamos."

"Sim e eu só posso dizer que sinto muito. Pedir desculpas e não cometer mais os mesmos erros. Confio em você e prometo não ser mais um louco ciumento, seus amigos devem ser importantes para você também. E por último, não quero que você vá embora..."

"Sobre isso, Gustavo..."

"Por favor, me deixe terminar"

Eu apenas assenti.

"Eu nunca deveria ter dito o que disse ontem, nunca. Aquela casa, Camila, é sua casa. Sério, eu fui um idiota e não direi isso novamente, nunca mais. Não suporto a ideia de não ter você comigo, vai ser esquisito, pensei tanto nisso essa noite. Aquela casa, eu só me sinto em casa, porque você está lá. Fui um idiota, porque a droga da casa não importa, se você quisesse, poderíamos morar no seu apartamento, ou comprar um novo juntos, qualquer coisa, porque eu quero estar com você, dividir tudo com você. Ontem, não sei o que deu em mim, aquela casa é tanto minha, quanto sua e se somente minhas palavras não bastarem, vamos ao cartório e colocamos seu nome na escritura"

Eu dei risada. Ele estava maluco? E se terminássemos? Eu teria metade da casa dele?
Eu entendia que a casa era dele, assim como meu apartamento era meu, estávamos há pouco tempo morando juntos e ainda nem éramos casados, a expressão não estava errada, eu só tinha me ofendido pela circunstância.

"Não precisa de nada disso, Gustavo. Estamos bem"

"Estamos mesmo? Porque eu não suportaria te perder, Camila. Eu te amo!"

Sorri e levei minha mão até a sua, que descansava no câmbio do carro.

"Eu também amo você"

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