capítulo 8 - comer

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Anna Pereira

- JUÍZ FILHA DA PUTA - falei enquanto os jogadores reserva a minha frente estavam indignados - Pênalti juíz, pênalti caralho!

Até que para minha alegria o var chama o juíz.
Aquilo claramente foi pênalti, mantuan foi chutado na panturrilha quando estava quase fazendo um gol.

Fiquei apreensiva com medo de ter acontecido algo sério com ele, mas logo passou quando vi o juíz voltar com a resposta que poderia mudar o jogo

- EU FALEI QUE TINHA SIDO PÊNALTI - gritei no ouvido de Roger Guedes que me mandou calar a boca - Cala você, seu calvo!

- Anna eu espero muito que um dia você também fique calva! - falou tranquilamente mas nos calamos quando o camisa 31 estava prestes a bater o pênalti

Todos vibraram pelo gol dele!
É, ele fez o gol, pra mim.

- Até que pra quem é palmeirense você tá torcendo bem pra gente né - o loiro continuou me enchendo o saco

- Eu torço pelo meu pai! - Dei um soco no ombro do camisa 123 - E cuida da sua vida! - Nós dois rimos

O jogo acabou e todos estavam no vestiário. Juro que nunca vi tanto homem sem camisa na vida

Estava andando no corredor, quando sou puxada pelo jogador a uma sala vazia, ele fecha a porta e sua expressão demonstra felicidade

- Agora eu quero o meu prêmio - olhei em seus olhos - Fiz seu gol... - sorriu

- Não fez mais que sua obrigação! - cruzei os braços - O seu prêmio... Bom... Eu não se...

- Eu sei! Você pode me beijar, vai ser um prêmio do caralho! - se aproximou e eu deixei, não consegui o afastar.

Estávamos bem próximos, mas como sempre tem algo para atrapalhar...

- Aí está você - a porta é aberta, nos dando visão a nossa médica, Mariana - Atrapalho? - perguntou e eu neguei rapidamente - Sei que essa panturrilha não está nada bem. O chute foi bem forte, me admira você ter conseguido bater o pênalti - se aproxima de nós que já estávamos distantes um do outro - Estava com muita vontade de fazer o gol, hein?

- Muita! - Gustavo me olha e eu reviro os olhos soltando um sorriso

A doutora agora examinava a perna do jogador, perguntando se ele estava sentindo dores ou fisgadas na mesma.

- Já pode ir Anne! - falou a moça - Eu e o jogador aqui nos conhecemos bem - apertou sua coxa bem próximo de sua virilha e eu estranhei

- É Anna! - corrigi e ela não respondeu - Se conhecem bem? - perguntei

- Você não sabe o quanto - riu com um sorriso perverso nos lábios e mantuan permanecia sério, parecia estar desconfortável

- Fico feliz! - sorri sem graça - Com licença.

Sai e deixei os dois na sala, que se foda também, ainda bem que eu não beijei ele.

Odeio caras que ficam com várias, eu devia ter imaginado que ele era assim, tantos charminhos jogados em mim, certeza que só queria me "comer" e depois me desprezar como tenho certeza que faz com todas

Todo jogador é igual...

Nunca - Gustavo Mantuan Onde histórias criam vida. Descubra agora