Oito anos atrás houve um acidente de carro na rodovia mais movimentada de Beacon Hills matando toda uma família, uma garota chamada Malia nunca foi encontrada. Agora, depois de todos esses anos, o departamento do xerife anunciava que uma garota foi...
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Havia-se passado duas semanas, Lydia se sentia maltrapilha, cansada, exausta. Sentou-se em sua cama finalmente, não aguentava mais aquelas paredes, aqueles lençóis e nem aquele teto. Não conseguia dormir novamente, como toda noite. Vagou a mão pela cômoda em busca do frasco de remédio e o sacudiu, verificou dentro como última checagem. Não havia mais nada ali. Esfregou a mão pelo rosto, pousou a palma em sua testa e suspirou, não aguentava mais isto. Seus amigos tentavam levantar os ânimos, Allison era incessante nos SMS, passava ali quase todo dia depois da aula. Lydia estava há uma semana fora, não ia à aula alguma, não saía de casa para coisa alguma além de comprar remédios ou ir à locadora. Estava completamente só, e optava por isto.
Finalmente se levantou, indo até um suporte e pegando seu sobretudo verde. Estava se acostumando a dormir com roupas normais, assim caso seus remédios acabassem ou coisas do tipo, poderia simplesmente se levantar e ir em busca disto, afinal, não estava conseguindo dormir mesmo. E era o que faria agora, até que parou ao olhar para a lua através da janela. O que há de tão importante na lua, afinal? Aquela imagem de Malia junto à janela que tentou manter para si já estava se apagando em sua mente, agora se olhava no espelho e aparentava ser uma lunática. Lunática... um nome provindo da lua. Ela estava lá no alto, exuberante, até que Lydia se sentiu fraca, brevemente ofegante, medrosa. Pegou o celular em cima da penteadeira e discou, encarando a lua. Se sentia sem ar, sufocada, mas disposta a enfrentar de frente seus questionamentos. Abriu a janela e sentiu a baforada gelada de ar em seu corpo, ao mesmo passo em que ouviu a voz em seu ouvido.
- Lydia?
- Oi. O que está fazendo?
- O que estou fazendo? - estava rouca, sonolenta - São três da madrugada, eu estava dormindo. O que houve? Você não dá resposta às minhas mensagens, não me recebe em casa...
- Eu quero saber de uma coisa. - a interrompeu brutalmente, sacudindo a perna e voltando a encarar aquela lua gigantesca - O que eu fiz foi tão errado assim?
- Lydia, sabe o que penso. Sei que está brava comigo e tudo mais, mas...
- Só me responda. Por favor. - tornou a interrompe-la
Allison suspirou, Lydia pôde pintar em sua mente uma imagem clara da menina esfregando a testa.
- Você fez o que pôde. - finalmente falou - Tentou fazer da melhor forma.
- E por quê deu errado? Por que eu estou aqui agora? Duas semanas sem dormir direto, quem sabe apenas alguns cochilos. Estou ficando maluca. Estou perdendo a cabeça.
- Lydia, fica calma. Você quer que eu vá até aí?
- Quero que me responda. Por favor. Me dê a resposta certa porquê eu não consigo encontra-la. E isso está me matando.
- Não tem resposta certa. É simples assim. Sei que você precisa ter uma resposta pra tudo, sempre foi tão objetiva e sempre foi uma garota de respostas exatas. Mas a verdade é que não há uma resposta pra isso. E... Eu acho que você deveria voltar pra escola. Estamos no final do ano, dezembro está logo aí.
