The Best Part Of Me

A Melhor Parte de Mim

        Malia sacudiu a toalha em seus cabelos quando saiu do banheiro, Lydia estava deitada na cama, de costas para si com um livro aberto.

- Você está fazendo isso de novo. - acusou

- Sim. Estou. - disse a ruiva, não tirando os olhos do livro

- E o que mais você descobriu lendo o final do último livro?

- Que você estava certa, ela não fica com o amigo dela no final.

- Você deve estar feliz.

- Talvez. - deu de ombros - Eu não ligo.

- Deve ter sido a noite no hospital.

- Não começa. Ficar com você no hospital não foi nenhum sacrifício,  você só estava em observação.

Malia a analisou ali, finalmente deu ouvido às suas próprias vontades e se colocou por cima do corpo de Lydia, apoiada também nos cotovelos, rosto ao lado do seu rosto. Lydia sorriu, virando o rosto apenas um pouco para que ela o beijasse.

- Me conte o que está acontecendo aí, namorada. Por que ela não ficou com o outro?

- Porque ele matou a irmã dela.

- O quê?! Isso é mentira. Como foi isso? Não acredito que passamos três livros assistindo essa menina se quebrar inteira pra salvar a irmã e a menina morre mesmo assim.

- Aparentemente ele deu a ideia de uma bomba pra jogar contra a Capital. Uma bomba que explode, dá tempo o suficiente pros reforços chegarem e daí ela explode de novo.

- Genial.

- Cruel!

- Cruel. Foi o que eu quis dizer.

- E a irmã dela era o reforço. Ela estava treinando pra ser médica. - continuou

- Por que ela daria reforços pros inimigos?

- Eram civis. Inocentes. Crianças, velhos.

- E daí ele jogou a bomba nela.

- Não. Ele foi capturado. Quem jogou foi a presidente do Distrito 13.

- Mas não existe distrito 13, só 12.

- Por isso se deve ler os livros na ordem certa.

Malia bufou.

- Mas se foi a presidente quem jogou, o que o menino tem a ver?

- A bomba era dele.

- E daí? Ele criou a bomba ou deu a ideia? E mesmo que tenha criado, não foi pra jogar em pessoas inocentes, muito menos nele mesmo. Ele estava lá, não estava? A culpa não é dele.

- Você está mesmo empenhada em defender ele, não está? - virou o rosto pra ela, que sacudiu os ombros

- Só parece que ninguém quer olhar pro lado dele. Não gosto disso. - murmurou

- Certo, vamos adiante. - olhou para o livro novamente - Seu cabelo está molhando minhas costas, sabia disso? - reclamou

- Shiu. Continua.

A ruiva suspirou.

- Ela manda o menino ir embora e ele vai... se torna tudo o que ele odiava, chefe dos pacificadores.

- Ué. Se ninguém faz isso certo, ele vai lá e faz ele mesmo. Tá certo. Continua.

Lydia revirou os olhos.

- Não sobra ninguém no distrito que está todo destruído... fatos que a gente deveria saber se tivesse lido todo o segundo livro... E apenas três pessoas moram lá.