1997

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Eu não choro quando Severus me conta sobre o plano dele com Dumbledore, e me pergunto o porque. Dumbledore morreria, Harry morreria, e ele mesmo morreria. Posso não estar chorando mas a dor em meu peito me alerta o quanto estou afetada com tudo isso. Eu o abraço.

-não vou te soltar agora, eu não posso.

-eu não quero que me solte-sua voz rouca faz com que a dor fique mais forte.

Eu já perdi tantos, e vou perder ainda mais e sabe-se lá quantos mais quando a guerra começar, bem, ela já começou, a muito tempo estamos em guerra, todos por uma causa, muitos por uma causa perdida, indigna de luta.

Sinto o vento gelado em minhas pele, deveria ter escolhido uma roupa melhor do que um vestido preto, mas ao trazer minhas coisas, Lucius largou todas minhas roupas e meu guarda roupa é composto por roupas pretas exageradamente delicadas na minha opinião. Observo Severus apontar a varinha para Dumbledore e em como o mesmo confirma com a cabeça e logo após me encarando ele cai da torre e sinto minha garganta doer, vou até Draco e o acompanho pelas escadas com as mãos em seus ombros, mas não posso de deixar de sentir olhos em cima de nós, Harry.

Depois de discutir mais uma vez com Bellatrix todos vão embora e corro até o topo da Torre aonde encontro Harry sozinho e o mesmo se vira para mim, nunca conversei com ele, mas pelo jeito que me olha creio que já sabe quem sou eu.

-você amava ele?-o olho sem entender mas logo percebi de quem ele está falando.

-mais do que simples palavras podem expressar.

-e por que se juntou a eles? Por que mataram Dumbledore e querem a ruína de Hogwarts?-ele parece querer gritar comigo, fecho a cara no mesmo instante

-não ache que entende mais do que você sabe, Harry. Creio que Remus tenha falado sobre mim, não apenas ele, os outros também. Mas se não te contaram muito mais do que como eu sou, de como eu era, significa que não está preparado-me viro preparada para sair dali

-você conheceu bem os meus pais?-sua pergunta me faz sorrir

-por que sinto que você já perguntou isso várias e várias vezes e embora as respostas fossem boas não eram boas bastante?-soltei uma risada curta-achei a pergunta boba levando em consideração que você é meu afilhado, mas, vou responder mesmo assim. Lilian e Tiago eram incríveis, todos eram, eu não me imagino em melhor companhia do que com o pessoal.

"Sua mãe foi uma das bruxas mais gentis e engraçada que já conheci. Poderia dizer de sua inteligência mas você já deve ter ouvido tantas vezes que já deve ter decorado os discursos. Ela foi a primeira amiga que fiz aqui, e foi ela quem sempre esteve ao meu lado, principalmente quando minha mãe morreu. Acredita que ela ficou quase uma hora sentada nessas mesmas escadas me esperando? Ela quem me entregou a carta que dizia sobre a morte da minha mãe. Já o seu pai, bem, não éramos tão próximos quanto eu era dos outros, mas, nunca vou esquecer de quando me ajudou quando eu estava no processo para virar animago. Uma vez quando me transformei, eu acabei não me lembrando de nada e sai andando por aí e foi ele quem me achou quando acabei parando no meio do nada, ele foi muito gentil e corajoso para entrar naquele ninho, igual a você"

-então, bem, seus pais eram ótimos e sei que se você puxou pelo menos um pouco deles, vai ser um grande homem. Agora eu tenho que ir, tente não contar para ninguém que conversamos, nem para os seus amigos, não quero ter minha cabeça arrancada do corpo ainda-sorri para ele e bagunço o seu cabelo

E então ele me abraça me deixando surpresa, mas mesmo assim eu o abraço de volta e percebo o quanto de Lilian e Tiago ele tem, muito mais do que dizem ter.

My Boy-Sirius BlackOnde histórias criam vida. Descubra agora