Capítulo 39: Ainda na mesma.

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Alguns dias haviam passado, e Sasuke ainda jazia internado. Contra gosto, obviamente, mas não tinha muito o que se fazer em relação a isto. Sakura era bem rígida, e o Uchiha só teria alta quando estivesse cem por cento bem. Para ele aqueles dias pesavam como meses, tudo o que o moreno mais queria era se ver livre daquela cama de hospital, pegar seu carro e ir atrás de respostas. Sua mente martelava por alguma pista, assim que recebeu as imagens da câmera de segurança assistiu uma, duas, mil vezes...mas nada. Nenhum furo, nenhuma marca, a placa da moto não apareceu. Frustrado e ansioso, aguardava por notícias de Juugo, mas o homem ainda não havia dado satisfações.
Sua única atividade era assistir tv com canais locais e o celular, que aquela altura já o irritava por não receber notícias de quem ele desejava.
A melhor parte de seu dia era quando Sakura aparecia. Claro que ele desejava estar em casa, mas já que não podia estar, exigia a presença da rosada sempre. Uma atitude um pouco egoísta, talvez, mas ele não se importava. Sakura era a parte vital de seu dia. Só de vê-la seu ânimo era renovado e ele conseguia paciência para esperar por sua alta.

- Você está se recuperando muito bem.- A enfermeira disse, fazendo o checkup do dia.

- Espero sair daqui logo.- Ele desabafou.

- Com sua boa recuperação não demorará muito para isso acontecer. Mas será uma pena para nós, as enfermeiras.- Ela suspirou, sem fitá-lo.

- Pena?- Ele fez uma careta.- Por quê?

- Estamos amando cuidar de um homem tão bonito...

- Ah...Entendo.- Ele se desconcertou, mas logo cortou o assunto, emburrando a cara.

Não gostava de ser cantado. Parecia estranho de dizer, mas Sasuke odiava ser cantado, na verdade.  Porque sentia que seu exterior transmitia para quem olhasse que seu coração pertencia à uma pessoa. Era tão nítido para ele...mas talvez só para ele. Mas que coisa, ela não sabia que Sakura era sua namorada? Não havia visto a aliança? Olhou para a mão direita e não a viu, então se lembrou que seus pertences estavam em casa. A enfermeira continuou seu trabalho, mas mantinha um leve sorriso no rosto. O clima já não agradava Sasuke, que ficou mudo e muito sem graça.

- Você faz sucesso conosco.- A mulher brincou.

- Não foi intencional.

- Claro que não, não é algo que seja intencional.- Ela sorriu.- Sabe como o chamam?

- Creio que irá contar mesmo assim.- Ele disse mexendo no celular.

- Paciente bonitão.- O Uchiha revirou os olhos.

- Já ouviu falar em ética profissional?

- Estou violando?- Ela fingiu surpresa.

- Sim, está.- Sakura entrou no quarto, vestindo seu jaleco.

- Doutora Haruno...

- É caracterizado como assédio também, caso não se recorde. Ou a senhorita acha que assédio parte somente do homem?

- Doutora Haruno, me perdoe. Achei que era uma brincadeira inocente, já que as meninas da enfermagem...

- Vocês e suas amigas são ótimas profissionais, não estraguem isso por um par de calças. Especialmente se for o meu. Garanto que não irão querer fazer isto.

- Mais uma vez me desculpe, doutora.- A enfermeira disse e entregando a prancheta para Sakura, saiu do quarto.

A rosada bufou, e Sasuke estava boquiaberto. Sua boca formava um leve sorriso, que cessou quando ela o olhou emburrada.

- Vê se pode?- Ela disse, bufando.

- Desculpe ser tão irresistível.- O Uchiha disse e a Haruno bateu a prancheta levemente em sua cabeça.

- Não me provoque.

- Vai bater em seu paciente? E sua ética profissional?- Sasuke ironizou, achando graça.

- Não tem graça! Por que não deu um fora nela?

- Quis ficar na minha. Talvez esse tiro tenha me deixado mais sensível.

- Não diga besteiras...- Ela disse, voltando os olhos para a prancheta.

- O que diz aí?

- Que você está muito engraçadinho pro meu gosto!

- Sakura,- Ele a fez olhá-lo.- sabe que não tem motivos pra isso.

Sakura suspirou, sentando na ponta da cama.

- Eu sei. Mas não gosto disso.

- Eu também não gostaria se fosse o contrário.

- Então não tem do que reclamar.- Ela disse.

- Se tivesse me dado alta não estaria com ciúmes agora.

- Não irei dar alta até você estar cem por cento.

- Eu já estou bem...

- Você levou um tiro, Sasuke.- Sakura o repreendeu.- Um tiro não é como cair de bicicleta.

- Não posso morar aqui. Preciso voltar com minha rotina, resolver esse caso, fazer amor com você...

- Sasuke!

- Vamos, me dê alta...

Sakura riu, assinando a prancheta.

- Eu já lhe respondi.

Os tirando da conversa, o telefone de Sasuke tocou. Era Juugo, finalmente, e o Uchiha atendeu rapidamente.

- Encontrou algo?

- No vídeo. A jaqueta do piloto, tem um emblema nela.

- Sim, não consegui visualizar direito.

- Consegui ampliar. É um emblema de gangue. Akatsuki, acho que já ouviu falar.

- Sim, já ouvi.

- Já esteve em algum caso que a envolvesse?

- Não. A polícia também nunca se manifesta contra a Akatsuki, dizem que é porque alguns policiais tem negócios com eles.

- Akatsuki é uma gangue especializada em prestar serviços sujos. Políticos, magnatas, eles são os mais comuns clientes deles.

- Estou começando a entender...- Sakura o olhava apreensiva.

- Meu palpite é que alguém os procurou para que dessem um fim em você.

- Você tem pistas de quem fez isso?

- Estou a caminho do seu escritório, marquei com sua secretária para analisar toda a sua agenda.

- Certo.- Sasuke suspirou.- Qualquer coisa que eu puder fazer, entre em contato comigo.

- Ok. Mandarei notícias em breve.

A ligação encerrou e Sasuke bufou, encostando a cabeça no travesseiro.

- E aí?- Sakura perguntou.

- Nada ainda. Bem, nada concreto.- Ele suspirou.- Mas a verdade aparece em alguma hora...tem que aparecer.

—x—

- Estou aqui para ver Sasuke Uchiha.- O homem disse, com um sorriso.

- Pode me dar seu documento?- A recepcionista pegou, digitando no computador.- O horário de visitas encerra daqui há meia hora.

- Não irei me demorar.- Ele sorriu.

- Certo. O quarto é o trezentos e cinquenta, senhor Orochimaru.

- Obrigado.

Como esquecer você?- SasusakuOnde histórias criam vida. Descubra agora