A Face de Jason

2- Acender

Eu tinha certeza, de que havia algo no topo daquela montanha. Eu me lembro claramente de ter entrado em uma caverna no topo. Mas oque foi aquelas vozes na minha cabeça? Eu lembro nitidamente da casa na caverna, mas olhando pela janela de madeira velha que fica ao lado da minha cadeira só vejo uma parede de pedras no lugar.

- ei... psiu.... Jason- sussura Lyra

- oi, fala.

- você tá entendendo oque esse professora tá explicando?

-sinceramente? Não

*os dois riram baixo para tentar não chamar atenção*

-POSSO SABER QUAL A GRAÇA?- gritou a professora de matemática, enquanto batia o apagador no quadro negro, Erica Harryson, ela era daqueles tipos de professoras chatas que sempre tem nas escolas. Ela tem um cabelo bagunçado, com muitos fios grisalhos, olheiras de noites em claro, além de um cheiro forte de álcool.

-Nada não professora- responde Lyra se encolhendo para se esconder dos olhares.

Sete cadeiras a frente de Lyra, podia ver claramente algumas garotas rindo dela. Lyra assim como meu, não conseguia se encaixar com as outras pessoas da idade dela, é bem comum ve-los chamando-a de "feia" e "esquisita". Mas sempre que eu escuto essas ofensas sendo dito para ela, me enche de raiva, até porque, ela era muito linda, com seus olhos claros, cabelos ruivos, e sardas rosadas nas bochechas. Mas talvez por causa dos seus cabelos ruivos ela sofra todo esse ódio.

- A senhorita poderia vir resolver o problema no quadro então?- disse a professora com um sorriso maligno no rosto. Ela sabia que Lyra não estava prestando atenção na aula, Lyra sempre foi muito esforçada, mas também muito distraída.

- Claro professora....- quando Lyra estava se levantando da cadeira de madeira velha...

- Deixa eu ir professora!!- eu n sei se eu realmente deveria fazer isso, eu estava prestando atenção tanto quanto Lyra, mas os olhares nela, não gosto deles.

Levantei lentamente da minha cadeira velha de madeira. Após levantar tiro as farpas que caíram na minha calça, e caminho até a frente do quadro, passo por todos aqueles olhares de adolescentes que só sabem julgar um ao outro.

- Vamos lá espertinho, resolva essa simples equação.

Simples é algo que aquilo na era. Era uma equação de primeiro grau, bem grande por sinal. Eu estava tremendo a ponto de não conseguir segurar o piloto direito, algums garotos estavam rindo, eu respirei fundo e terminei a equação, com sorriso no rosto eu olho para Lyra, ela sorri de volta com um pouco de timidez.

*Som de sinal tocando*

Logo após o sinal tocar, fui falar com Lyra para ver como ela está.

-ei. Lyra, aquela professora é bem chata né cara?

-sim, mas também a gente n cala a boca *risos *

Ficamos algums minutos conversando na porta da escola, no mesmo banco velho de madeira a esquerda da saída até a mãe dela
chegar.

- Lyra querida, vamos! Disse a mãe de Lyra, naquele Fiat uno cor vermelho vinho.

-estou indo mãe, tchau Jason até segunda. Ela dizia isso enquanto se afastava lentamente olhando pra mim, quase tropeçando em umas rachaduras no chão

-Tchau Lyra. Logo após me despedir, segui andando até minha casa, já que minha mãe ia ficar para reunião de professores na escola. Fui seguindo até minha casa, a rua estava calma, era cerca de umas 5:50 da tarde, a luz vermelha do pôr do sol estava pegando parcialmente na parte de cima do meu rosto, eu gostava de andar sozinho, por que era nesses momentos em que eu podia refletir e pensar sem ninguém me atrapalhar em nada. Seguindo pela rua de pedra, faltando uma esquina para minha casa, a luz de um dos postes se apagou, e eu podia ver uma silhueta, me encarando, eu fui me aproximando lentamente, após a luz ter se acendido dnv, só vi um corvo parado.