Capítulo 8

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Kate Bishop

- Ei Katy. - O pai abria a porta lentamente, odiando ter que interrompê-la de continuar a tocar violino, mas aquela conversa era necessária, Derek jurava não ter visto algo tão real e bonito, quando estava em casa adorava ouvi-la.

Kate se virou para o pai, apoiou o violino e o arco em sua cama e correu para abraçá-lo. Fazia alguns meses que ela não o via.

- Senti tanto sua falta filha, desculpe... - Ele disse acariciando os cabelos escuros da menina. - Desculpe por não estar aqui. Eu te trouxe uma coisa.

- Não precisa se sentir culpado por faltar meu aniversário pai, eu tenho uma looonga vida pela frente.

- Mas eu não filha, é uma data importante que eu não posso deixar de faltar, não é todo dia que minha garotinha faz dezessete anos... Por favor abra. - Ela aceitou a caixinha preta que ele a entregou. Quando abriu foi revelado um colar, tão bonito que ficou emocionada imediatamente.

- Pai... Não precisava sério, obrigado. - Disse, a menina não lembrava de estar tão feliz assim, o pai a abraçou novamente.

- Então, o que estava tocando? Você realmente está evoluindo muito rápido.

- O nome da "música" se chama Paganini Caprice no.5, é uma peça complicada. - Disse olhando para seu violino, ela iria fazer um dueto com uma "amiga", mas isso ela preferiu manter para si mesmo, ela sabia que o pai não estaria ali para assisti-la.

- Fico feliz que se encontrou na música filha, é algo... Lindo.

O telefone apitou dentro do bolso, os interrompendo.

- Uh me desculpe Katy, só um segundo tenho que atender. - Ele viu o nome na tela no celular, o fazendo suspirar, ele só queria um momento com a filha.

Kate assentiu sabendo que ele sempre recebia essas ligações... Estranhas, eram sempre do nada. Mas a garota nunca tinha ligado para isso, nunca tinha reparado ou prestado atenção. Mas, a curiosidade sempre se fez presente em Kate. Ela se achava muito tola na época.

- Hey Katy, sério me... Desculpe eu tenho que ir, mas eu prometo, eu vou voltar, tudo bem...? Eu te amo minha Katy. - Ele se abaixou e beijou ternamente a testa de Kate.

Seus olhos se abriram lentamente em algum momento naquele fim de tarde, enquanto tentava manter os olhos abertos olhou para suas mãos, uma estava envolvida em gesso e a outra livre, a vista voltando ao normal. Com esforço ela conseguiu mexer os dedos da mão, agarrando o lençol da cama com toda sua força. Olhou para os lados procurando algo que ela não sabia exatamente, viu paredes brancas, uma máquina que fazia bip, bip, bip constantemente e um cabelo loiro que reconheceria em qualquer lugar. Ela não tinha ido embora.

- Yelena? - Quando tentou falar sua voz saiu roca. A loira se virou imediatamente.

Ela se aproximou, sentando-se em seu lado na cama calmamente evitando movimentos bruscos para não a machucar, Yelena levantou a cama que ela estava, para vê-la melhor. Elas sorriram cúmplices uma para outra.

- Seu cabelo finalmente está arrumado. - Kate se pronunciou primeiro, sua garganta seca reclamando e a voz quase não saia, a quanto tempo estava ali? Esticou seu braço pra tocar os cabelos loiros curtos, puxando-os para o lado, seu rosto estava um pouco machucado, mas não parecia ter algo sério já que quem estava na cama de hospital não era a loira. Tentava esquecer do fato de que ela estava em um hospital novamente, usando roupas que não eram delas e deitada em uma cama que não era dela.

Kate BishopOnde histórias criam vida. Descubra agora