Guerra, missões, comprometimento, herdar.
Essas são as palavras que Elizabeth mais ouve em sua vida, principalmente agora que tem 18 anos.
A vida não é fácil, e Elizabeth descobre isso da pior maneira possível.
Sua vida toma um rumo diferente do qua...
Continuo rastejando, sem fôlego e com sério medo de ser descoberta. Para a minha alegria, a saída está logo à frente.
Silenciosamente abro a tampa da tubulação de ar e, para minha sorte, há um colchonete lá embaixo para me estabilizar na hora do impacto. Sem pensar muito, pulo.
O som do impacto reverbera pela sala vazia.
Olho ao redor ainda checando se realmente estou só.
Além de mim, restam apenas equipamentos de treinamento.
Então, sem saber ao certo o que realmente estou fazendo, começo meu treinamento para combate.
Duas semanas depois…
Gemo, sentindo a dor da queda passar pelos meus pés, joelhos e se irradiar por todo o meu corpo. Mesmo depois de duas semanas ainda não peguei o jeito de como realmente pular de uma tubulação. Me levanto, para então me congelar completamente após ouvir uma risada fria e sem vida.
De novo não…
— Pelo visto me enganei pensando que depois de duas longas semanas você seria racional o suficiente para usar uma corda ao invés de pular de tamanha altura, senhorita Smith. - Ouço uma voz masculina dizer atrás de mim.
Por favor Deuses , de novo não- penso, sentindo a bile subir pela minha garganta.
— Vire-se para mim, criança. - ele comanda.
Mesmo sentindo um terrível medo, faço o que foi mandado.
Ao ver a face do indivíduo, por algum mísero motivo o medo se esvaiu. Era Dalibor Hathaway, o Capitão da Guarda Real e treinador não só do exército de Waterfall, como também do príncipe herdeiro.
— Por qual motivo, você, Elizabeth Smith, está há duas semanas consecutivas se rastejando pela tubulação de ar e descendo na sala de treinamento para simplesmente disparar socos contra um saco de pancadas qualquer? - ele pergunta, fitando ferozmente meus olhos, como se quisesse que eu sentisse medo.
Para seu azar, não estou com um pingo de medo.
— Apenas para me manter em forma, sabe?- Respondo irônica.
— Sabe, eu até cairia nessa, se eu já não soubesse que uma curandeira não precisa se esforçar para se manter em forma, já que seu corpo automaticamente o faz.
Ok, ele tem um ponto.
— Então? - Dalibor insiste.
— Tudo bem - me rendo - estou fazendo isso porque preciso me defender e defender as outras mulheres.
Ele arqueia uma sobrancelha.
— Contra o que?
— Mulheres precisam saber se defender, entende?
— Compreendo. - Responde pensativo.
— Isso quer dizer que você irá esquecer do que viu e me deixará treinar em paz? - Pergunto.
— Não.
— Por favor - Suplico - eu…
— Irei fazer melhor - ele me interrompe - Vou treinar você.
— Como? - pergunto confusa, sem saber se a havia escutado corretamente.
— Vou treinar você, como se você fosse meu soldado, mas não qualquer soldado. O melhor. Então, você topa?
Olho para o Capitão estando totalmente confusa.
Ele não é assim. Milo, meu melhor amigo é um de seus soldados e ele sempre me disse que Dalibor era mais cruel que o Deus da Morte. Mas…se eu recusar, nunca saberei realmente como me proteger do mundo.
— Tudo bem - digo a contra gosto - eu topo.
— Ótimo - Ele diz com sua carranca - nos vemos amanhã, e lembre-se Elizabeth, ninguém nunca mais fará mal a você e sairá vivo.
Aceno com a cabeça e saio daquela sala o mais rápido possível, com suas palavras reverberando pela minha mente.
Entro em meu quarto furtivamente, já que ele é situado em uma das aulas mais desertas do Castelo. Checo toda a extensão dos aposentos, percebendo que minha mãe - que também é uma curandeira- ainda não chegou.
Visto meu traje de dormir e me aconchego em minha cama, pensando nas palavras de Dalibor. Sei que ele disse aquilo não porque se importava, mas de certa forma porque ele sabia que era isso que eu precisava. Proteção.
Logo caí no sono e, novamente, em outro pesadelo.
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