31. one chance

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Antes eu adorava acordar sozinha na cama e poder rolar de um lado para o outro livremente sem ninguém para impedir enquanto eu tomava coragem de levantar. Mas hoje eu tenho de dizer que odeio acordar sozinha. Acho que me acostumei com S/n grudada em mim todas as manhãs. E não sei dizer ao certo a razão, ou qual o milagre, que a fez levantar da cama antes de mim.

No banheiro ela também não estava, mas era nítido que ela tinha passado por ali. A calcinha pendurada no registro do chuveiro a denunciou. Como sempre.

Já conversei com ela sobre isso, mas ela me ouve? Não.

Quando eu digo que ela consegue ser pior do que o Louis no quesito teimosia, eu não estou brincando. Porque ela é. Para falar a verdade, nosso filho sempre é obediente, ao contrário dela, que deveria ser um exemplo para ele.

Mas eu vou colocar essa mulher na linha, ela que me aguarde.

Depois do banho, vesti-me com nada mais que uma calça de moletom e peguei uma das blusas de banda da minha esposa. Eu adoro usar as roupas dela, são tão cheirosas e ficam um pouco maior em mim e eu amo vestir roupas maiores do que eu. Além do mais, S/n diz que fico adorável e sexy com as roupas dela.

Talvez eu goste de agradar ela.

Chego na cozinha e paraliso na porta ao ver a cena na mesa. Um sorriso vai surgindo aos poucos nos meus lábios ao ver S/n e Louis, lado a lado, entretidos lendo jornal enquanto comem cereal. Os dois parecem concentrados, principalmente S/n. 

— Esse cara novo que faz os quadrinhos é um mestre das piadas.

S/n comenta, entre risadas, e leva uma grande colher cheia de cereal com leite e enfia na boca. Cruzo os braços. Eles ainda nem notaram minha presença. Vejo duas crianças, não uma mãe e um filho.

— Mãe, o que quer dizer essa palavra aqui?

Louis mostra o jornal em sua mão para S/n. Ela segura a folha e lê com atenção o que está escrito.

— Peitos. — Ela diz naturalmente e ri, mas logo parece se dar conta e olha assustada para nosso filho. — São, é... Um dia você vai descobrir.

— A senhora sempre diz isso.

Ele resmunga indignado e com um enorme bico em seus lábios. Tão fofo.

— Você ainda é muito novo para saber certas coisas.

— Sou novo para saber de onde vem os bebês também?

S/n engasga com o cereal em sua boca e começa a tossir. Não aguento e acabo rindo da reação dela. Só então os dois notam minha presença e olham para mim. Louis sorri e S/n parece que vai morrer de tanto tossir.

— Olha, sua mamãe acordou. Que tal perguntar a ela de onde vem os bebês?

Ela diz ao seu recuperar e dessa vez quem quase se engasga sou eu. S/n me olha debochada enquanto limpa sua boca com as costas da mão. Fuzilo-a com o olhar, maldita idiota. Fez isso de propósito.

— De onde vem os bebês, mommy?

Suspiro e vou até perto deles, puxando uma cadeira e me sentando de frente para o meu filho curioso. S/n ostenta um brilhante sorriso em seus lábios. Tudo bem Mendes. Isso aqui vai ter volta.

— Existem duas formas de se ter um bebê. — Começo, sem ter certeza da maneira que devo contar. Por que os professores não ensinam isso na escola? Seria menos constrangedor. — O método mais fácil é entre um homem e uma mulher. Geralmente, quando um casal se gosta muito, eles resolvem namorar de uma forma... É, bem...Intima. — S/n prende uma risada e abaixa a cabeça. — Eles fazem uma coisa sem o uso de roupas.

Stupid Wife ― Scarlett JohanssonOnde histórias criam vida. Descubra agora