Qual a probabilidade de sobreviver em um barco à vela velejando em meio a um furacão? Eu diria 0% se os quatro jovens, os mais espertos e habilidosos, não tivessem sobrevivido a isso. Mas sobreviveram.
— Eu li alguns livros sobre barcos. — Klaus gritou em meio ao furacão. — Tudo que temos que fazer é usar a vela para pegar o vento.
— Não parece ser tão fácil assim. — Violet respondeu do outro lado do barco.
— O timão está pesado demais, não consigo mover sozinho. — Olive e Sunny apenas observavam quietas o desastre que estava prestes a acontecer.
— Klaus, você está fazendo tudo errado. — Olive protestou.
— Faz você então! — ele respondeu e Olive abriu um sorriso.
— Com todo prazer. — ela se levantou e com muita habilidade, agarrou o timão.
Klaus observou como Olive fazia parecer tão fácil. Ela ajustou algumas cordas e depois a direção da asa da vela, e então, mover o barco através do timão não ficou mais tão pesado. É claro que Olive não poderia garantir uma viagem confortável e segura, mas poderia garantir que chegassem até onde queriam.
— Cuidado com as rochas! — Klaus gritou apavorado.
— Relaxa. — Olive respondeu e o garoto se perguntou como ela poderia estar tão calma.
— Cuidado com o redemoinho! — Klaus gritou novamente, ainda apavorado.
— Relaxa, caramba! — não era tão fácil assim seguir o conselho de Olive, mas Klaus tentou.
— Olhem! O Farol Lavanda. — Olive falou maravilhada e virou a cabeça depressa, com a chuva caindo em seu cabelo e seu rosto com um sorriso, sendo iluminado pelas luzes roxo-claro do farol enquanto a água ficava calma. — É perfeito, não? — ela parecia estar apaixonada por aquele farol.
E estava. Se pudesse, ficaria ali para sempre. Toda vez que se sentia triste, ela pegava a Barca e ia até o farol. Automaticamente, se sentia bem e feliz. Era um lugar especial e significativo para ela. Klaus ficou, por alguns segundos, admirando o cabelo loiro de Olive sendo iluminado por aquela luz roxa, até tomar um choque de realidade. Mas era perceptível, pelo menos para ele, o quão ela amava aquele farol.
— É perfeito, sim. — se Klaus Baudelaire não fosse Klaus Baudelaire, eu poderia afirmar que ele não estava falando do farol.
Quando o mar se acalmou e o furacão Herman passou, Olive se sentou para descansar.
— Desde quando sabe pilotar um barco à vela? — Klaus perguntou.
— Bem, eu não sei. — ela riu. — Fiz o que achei que estivesse certo e vocês não reclamaram, então provavelmente estava certo. Talvez eu tenha um certo dom para pilotar barcos.
— Inacreditável. Você poderia ter nos matado! — Klaus ficou inconformado.
— Mas não matou, aliás, estamos vivos graças à ela, então deveria agradecer. E, obrigada Olive. — Violet sorriu gentilmente.
— É, Klaus. Escute a sua irmã. — ela não conseguiu conter um sorriso por ver Klaus tão incrédulo.
Ainda à luz do farol, o grupo avistou a Gruta P.
— A Gruta P está a venda. — Klaus disse apontando o cartaz.
— Quem iria querer viver em um lugar tão fantasmagórico? — Violet observou. — Que barulho foi esse? — questionou após ouvirem alguns barulhos indecifráveis e suspeitos.
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No Way Back
RomanceApós suas grandes desventuras na Sala dos Répteis, os três jovens Baudelaire seguem em sua grande jornada para finalmente se livrarem de Conde Olaf. Enquanto se hospedam na estranha casa de sua Tia Josephine, no Lago Lacriminoso, acabam conhecendo u...