Prólogo Parte 4

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[IV]

O IMPERADOR

Estou de volta ao caminho de pedra negra, açoitado pelo vento e pela areia cor de ferrugem.

As nuvens espessas e escuras que pairam no céu estão mais pesadas do que antes.

Mas se eu estou sonhando de novo... onde está Asra?

O vento implacável queima meus olhos enquanto o procuro na paisagem desolada.

À frente, muito longe para alcançar. Asra ainda está com a besta pesada.

Eles pararam em uma bifurcação na estrada. Um caminho vai para o leste, o outro para o oeste.

Asra desmonta da criatura, colocando a mão em sua pele. A besta desce o caminho para o leste.

Asra caminha para o oeste, e eu sei imediatamente que ele está indo na direção errada.

Siân: "Não vá pôr aí! Não, é o caminho errado!"

Sua cabeça gira. Mesmo da distância intransponível, sinto nossos olhos se encontrarem.

Asra: "...Siân?"

Sua voz é apenas um sussurro de saudade no vento.

Com toda a minha vontade. Eu me dirijo para a frente para alcançar, perto o suficiente para agarrar sua mão.

Quando nossas mãos se tocam, seus olhos se arregalam de admiração...

...Antes que tudo ao nosso redor se dissolva e desapareça.

É outro sonho. Estou varrendo uma bagunça de leite em pó de morcego quando Asra entra.

Asra: "Siân~"

Asra: "Espere até ver o que a floresta teve a oferecer hoje."

Cogumelos, frutas e raízes caem de sua bolsa na bancada.

Ele se apoia nos cotovelos, com as mãos sob o queixo, me observando com prazer.

Siân: "Wow! Tantos... isso é mais do que precisamos."

Asra: "Achei que seria melhor ter bastante."

Asra: "Eu não quero deixar você aqui com nada além de pão de abóbora."

Com as mãos ocupadas, Asra enfia uma amora na minha boca e eu mastigo devagar, sem sentir o gosto de nada.

Me deixar... isso mesmo. Este foi o momento antes de ele arrumar sua mala para ir.

Eu queria dizer a ele então. Agora, eu não consigo me lembrar por que eu não... eu não consigo segurar.

Siân: "Eu quero ir com você."

Asra pisca, baixa o olhar e suspira.

Mãos gentis vêm para cada lado do meu rosto enquanto ele olha profundamente em meus olhos.

Asra: "Eu sei. Eu gostaria de poder te levar, é só... é muito arriscado."

Onde quer que ele vá, é muito longe, muito rápido, muito arriscado para mim... mas não para ele.

Siân: "Então não vá."

Timidamente, suas mãos percorrem cada lado do meu pescoço, em volta das minhas costas, o polegar roçando minha espinha.

Os Arcanos [Rota: Lucio] Onde histórias criam vida. Descubra agora