II

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Naquela mesma noite, a polícia havia recebido - como há vários dias - denúncias sobre "movimentações estranhas" dentro da fábrica e arredores, contudo, nada era feito a partir desta suspeita.
Todos estavam preocupados em cogitar sobre possíveis crimes, principalmente, envolvendo aquela usina que causou inúmeros prejuízos à cidade. Ao mesmo tempo que tinham medo de que algo pior acontecesse, temiam verificar por si mesmos, pois quem quer que esteja por trás disso boa pessoa não seria, pensavam os demais.
 Mas alguém precisava tomar uma atitude, afinal, não poderiam esperar pela polícia corrupta que tinham, que mal ligava para o bem da população daquele bairro tão afastado do centro e tão mal iluminado, fazendo qualquer um sentir arrepios ao passar por ali. Por isso, quatro homens - Jinsuk, KS, Juha e Jungbyul - se juntaram naquela noite tão silenciosa e decidiram que enfrentariam quem quer que fosse o culpado das atrocidades naquele local.
 Caminharam pelos becos, os quais eram como um labirinto, até finalmente chegarem ao local. 

● ● ●

 Estava tudo escuro, apenas as luzes de suas lanternas iluminavam partes determinadas dos portões. Encararam-se decididos que aquele era seu destino, e se morressem... bom, pelo menos teriam o pensamento que lutaram bravamente por seu espaço e por um bem comum daqueles menos afortunados que viviam por ali.
 Entraram no recinto, vasculharam todo o perímetro e não perceberam a presença de ser vivo algum - além dos inúmeros ratos que rondavam em busca de comida. Com isso, procuraram uma entrada para o interior daquele imenso prédio abandonado e, por sorte, acharam um buraco estreito, mas que poderia facilitar a passagem se cada pessoa entrasse um por um. E assim o fizeram.
Dois entraram e dois ficaram ao lado de fora para vigiar se alguém viria a surpreendê-los. 

 Já dentro da construção Juha e Jeongbyul, os mais novos do grupo, avançaram e procuraram por provas que pudessem incriminar os bandidos que eles especulavam estarem por ali, porém, nada foi encontrado. Revistaram tudo, desde armários, gavetas, embaixo de alguns móveis de escritório e nada foi encontrado.
Entretanto, um local ainda não tinha sido revisado: a Sala de Operações, onde os tanques estavam, alguns deles vazios, e outros tampados com perigosas substâncias capazes de corroer a pele humana, deixando a pessoa irreconhecível.

Direcionaram-se para a ala de experimentos e viram os tanques espalhados por todo canto. Latas de cervejas estavam ali jogadas, mostrando que alguém esteve ali recentemente, todavia, aquilo ainda não seria prova o suficiente, já que a polícia deduziria que a lata estava em outro lugar e os moradores do subúrbio estavam apenas inventando mentiras para benefício próprio. Com isso em mente, continuaram a vasculhar por todo canto, até que, Jeongbyul - um pouco atrapalhado do jeito que era - acabou sentindo algo em seus pés, o medo invadiu seu interior ao perceber que era um corpo e um grito alarmado ecoou de sua garganta, alertando os demais que estavam lá fora, principalmente Juha que foi para perto de si. 
Ao chegar mais perto, percebeu que se tratava de um corpo de uma criança de cabelos castanhos e blusa listrada, abaixou-se com cuidado e pôde sentir a respiração fraca seguido de movimentos do peito, indicando que estava viva, mas ainda inconsciente. Preocupou-se em agir rápido para socorrê-la, pegando seu telefone e discando para a emergência, pedindo por socorro imediato. Quando finalmente terminou de fazer o boletim, encerrou a ligação e deu um tapa na nuca de Jeongbyul, o qual exclamou um "ai!", seguido de uma pergunta sobre o porquê daquele ato.

- Para quê ser tão espalhafatoso?! E se algum bandido estivesse aqui, huh? Já estaríamos mortos e nem sequer salvaríamos a pobre criança! Não consegue fazer nada direito? - Respondeu Juha, censurando o maior que apenas acariciava sua cabeça com o semblante de dor. - Bom, deixa pra lá, temos que tirar essa criança da...

- Jeong... - Juha foi interrompido pela voz do garoto.

- O que disse?! Ele disse meu nome, hyung!!!! Mas 'pera, como é que o moleque sabe meu nome, porra? - Jeongbyul estava surpreso e quase caiu sentado, pensando onde tinha conhecido aquele garoto.

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