𝐋𝐎𝐕𝐄, 𝐋𝐎𝐕𝐄 𝐀𝐍𝐃 𝐈𝐂𝐄𝐂𝐑𝐄𝐀𝐌 | 𝘚𝘵𝘦𝘷𝘦 𝘏𝘢𝘳𝘳𝘪𝘯𝘨𝘵𝘰𝘯

zero.dois

𝐆𝐔𝐌 𝐒𝐌𝐄𝐋𝐋༆

Acordei com uma dor de cabeça enorme, mas não porque eu havia bebido e sim pela música alta que era presente no ambiente da festa de ontem. Custei a abrir os olhos e me adaptar com a luz, mas aos poucos fui me arrastando até o banheiro.

Depois de me arrumar, desci as escadas já sentido o cheirinho de café quente logo pela manhã. Joyce e Will já se encontravam na cozinha, ambos me olharam, seguido de um "bom dia".

Me sentei na mesa ainda passando a mão pela testa, a dor ainda permanecia forte, mas precisava de algo na minha barriga antes de mandar o remédio goela abaixo. Depois de uns cinco minutos, meu pai desceu as escadas já com o seu uniforme de sheriff e se sentou na mesa.

-E como foi a festa ontem? - ele pergunta enquanto coloca café em sua xícara.

-Boa, tirando essa dor de cabeça enorme por conta das músicas altas

-Tome seu café e depois um remédio, meu amor! - diz Joyce que logo depois dá um selinho em Hopper.

Eu amava ver meu pai finalmente feliz. Por muitos anos ele se privou de amar alguém como amou a minha mãe, mas Joyce fez ele mudar de ideia. Apesar dela não ser realmente a minha mãe, eu a considero como tal, pois ela me acolheu mesmo antes de se casar novamente com o meu pai.

Era engraçado a forma como eles se tratavam antes - como se fossem inimigos mortais -, mas qualquer um que visse aquelas birrinhas e intrigas de crianças, saberia que por trás daquilo eles se gostavam. Em 2020 foi quando aconteceu oficialmente o encontro deles, os dois saíram para jantar e finalmente entenderam o que sentiam um pelo o outro.

É até irônico pensar que eles foram de inimigos para marido e mulher. Eu às vezes gostariam de pelo menos poder viver isso, parecia ser algo tão incrível, tão... empolgante e lindo.

-Hm... e a viagem de vocês, quando será mesmo? - pergunto enquanto saboreio os waffles que Joyce acabara de colocar à mesa.

-Iremos nesta sexta-feira, minha querida. Já se esqueceu? - meu pai responde.

-Estou com muitas coisas em mente, pai. E ainda tem o trabalho que está me sufocando, dê um crédito por favor - digo rindo. -, mas então, Jonathan ficará no comando?

-Oh não, não! - Joyce começa. - Jonathan tem andado no mundo da lua, não entendo o que está havendo, mas ele não está em condições de ficar no comando da casa, você ficará

Jonathan realmente não tem andado muito bem, mas não em um sentido de que ele está sofrendo ou passando por algo ruim, mas sim por conta de seu novo vício.

Eu simplesmente ri da frase de Joyce, não uma risada comum como se tivesse graça, mas uma de nervoso. Se Joyce e Hopper descobrissem as novas amiguinhas verdinhas de Jonathan, ele estaria morto.

❀

Ouvi a buzina do carro de Steve que já se encontrava saindo do mesmo. Me apressei para abrir a porta e olhei com o mesmo olhar de sempre, o de uma tola que namora, mas continua sendo apaixonada por seu melhor amigo.

-Bom dia, chiclete! - era sempre assim que ele me cumprimentava.

"Chiclete" vocês podem pensar: "que apelido estranho", mas eu gosto. O engraçado é que ele tem vários significados. Steve sempre disse que eu tenho um cheiro doce mas ao mesmo tempo suave, como um chiclete de morango.

Porém, esse apelido também vale ao fato de eu realmente ser muito grudada a ele e, porque eu sempre vou à sorveteria e peço sorvete de chocolate com morangos -e aí se encontra uma parte do meu cheiro, como diz ele-.