Prólogo

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Ítalo

- Papai, papai! Eu consegui montar o meu foguete. Vem ver!

Ando pela casa, com meu foguete de Lego na mão, procurando por meu pai. Ele estava agora mesmo aqui, dizendo que eu estava quase conseguindo. Por que é que ele sempre some assim?

- Giovana! Eu não acho o meu pai... - chamo por ela que veio preparar um suco para mim, mas também não a encontro - Gi? Por que vocês sempre somem, hein?

Vou até a piscina, depois até a sala e a cozinha. Nada do meu pai... E nada da minha babá...

Subo as escadas. Ele só pode ter ido buscar alguma coisa no meu quarto.

Abro a porta. O papai não está aqui. Corro até a porta entreaberta do quarto dele e da mamãe e entro.

Achei meu pai e a Gi. Eles estão pelados, um em cima do outro? Mas por quê? E beijando na boca? Achei que meu pai só pudesse beijar a mamãe...

- Vocês estão fazendo o quê? - minha pergunta assusta os dois que saltam depressa, vestindo as roupas.

- Filho, você tá aí a muito tempo?

Nem respondo. Não sei bem o que eles estavam fazendo, mas sei que não deviam porque a Gi, minha babá, está nervosa, dizendo que a mamãe vai matá-la e o papai está esfregando o rosto, mais nervoso ainda.

- O que vocês estavam fazendo pelados na cama da mamãe, hein? - a essa altura, já entendi que é coisa errada, já que a mamãe sempre muda os canais de tevê quando passa alguma filme assim. E ela diz que não tenho idade para ver essas coisas.
Ela vai ficar brava quando souber que vi... E vi bem de pertinho.

Eles não me explicam. Mas a Gi desce, dizendo que vai preparar meu suco.

- Não quero mais suco. Quero a minha mãe!

Meu pai tenta me acalmar, mas eu não quero que ele fale mais nada. Ele sabe que não posso mentir pra mamãe. Ela é a nossa melhor amiga, como vou dizer pra ela que não vi coisas erradas?

Me tranco no meu quarto, chorando.

- Quero a minha mãe! - Grito, enquanto ele bate na porta, me chamando.

Desperto no meio da noite, lembrando desse sonho. Será possível que mesmo passando dezesseis anos ainda vou lembrar e sonhar com aquele dia horrível em que perdi completamente a admiração pelo meu pai?

- Por que você tinha que estragar tudo, pai? - resmungo, indo buscar um copo d'água na cozinha.

É madrugada ainda. Olho pela janela e vejo a noite tranquila e estrelada. Lavo o copo e Coloco-o no escorredor. Seco a pia. Gosto dessa "solidão" que tanto incomoda algumas pessoas.

Meu terapeuta diz que tenho problemas de relacionamentos por causa desse episódio. Não adianta eu repetir que não tenho, que apenas decidi não apostar em relações.

É, decidi isso aos dez anos, depois de ter sido traído pelo meu herói e pela minha babá. Eu confiava cegamente neles. Amava demais aquela mulher que era uma espécie de segunda mãe pra mim. Como puderam jogar tão baixo?

Quando penso em relacionamentos, lembro do quanto as pessoas são levianas e nem pensam quando decidem ser desleal com o outro.

Foi assim que vi minha mãe quase se acabar em tristeza depois do divórcio. Ela sofreu demais com aquela traição dupla, já que ela tinha escolhido a Giovana para ser minha babá justamente por serem amigas fazia tempo.

As pessoas traem. Por que eu ia querer isso pra minha vida?

 Por que eu ia querer isso pra minha vida?

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Olá, pessoinhas. Tudo bem?

Como prometido, esse é meu novo filhote.

A ideia é colocar pelo menos um capítulo por semana, mas perdoem se nem sempre isso for possível. A minha rotina de trabalho é bem tensa e intensa. Então é normal algumas vezes eu não conseguir conciliar a escrita, embora essa seja a minha doce terapia.

Mas é isso, sempre que possível estarei aqui, atualizando "Um Bebê de Presente".

Espero que gostem desse trio que tá surgindo...

Ah, e para quem acompanha "Sintonia", sábado à noite postarei o último capítulo. Aguardem!

💋 ❤️

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