𝓡𝓮𝓪𝓬𝓮𝓷𝓭𝓪-𝓶𝓮 《𝓣𝓪𝓮𝓴𝓸𝓸𝓴》

Capítulo 3

Boa Leitura 💕

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Antes de morrer, o corpo, em uma última tentativa desesperada, libera um pico de adrenalina, o que aumenta a frequência cardíaca e pressão arterial. Esse acontecimento torna possível que outros órgãos, talvez comprometidos, do corpo, tenham uma melhora no funcionamento, fazendo com que o paciente tenha uma mudança positiva em seu quadro. Há até uma melhoria na ativação neural e alguns pacientes até vêm a ficar lúcidos. Porém, essa melhora aparentemente milagrosa, é transitória, e quando os recursos do corpo se esgotam, o paciente vêm a falecer.

Meu coração, em uma tentativa súbita de sobrevivência, cometeu a estupidez de caprichar-se para Jungkook. Ele reanimou meu lobo, deu esperanças a minha alma, debateu e até convenceu minha mente. E juntos, unidos pelo desespero, trabalharam para agarrar a nossa felicidade, a nossa vida. Mas, prevendo a morte, como quem adivinha chuva, meu corpo entrou em uma combustão, em um pico de expectativa que eu nunca tivera nesses meses que vivemos aqui na faculdade. Mas, logo Jungkook tratou de esgotar todos os nossos recursos, que haviam nos motivado, com algumas palavras. E assim, eu senti a morte assolar meu interior. Eu me apaguei, eu sangrava em rios, ele havia me matado de dentro pra fora...

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Acordei no dia seguinte mais cedo do que o habitual. As aulas só iniciariam de 7h, e eram 4:50. O efeito colateral de uma crise de ansiedade severa, desrruiu-se sobre meu corpo. Eu não sentia minhas pernas, e temia que não estivesse capacitado para andar. Mas eu não iria ficar mais nenhum segundo naquele quarto com Jungkook. Tateei a cama em busca do meu celular, o ligando assim que o localizei. Mandei várias mensagens para Hoseok, pedindo para dormir lá com o mesmo, e que depois eu explicaria tudo, mas que o mesmo não me fizesse perguntas por enquanto. Ele respondeu, concordando e avisando que a porta estaria aberta.

Bloquei a tela do celular, respirando fundo, e tentando retomar o controle sobre meu corpo. Mesmo sem sentir minhas pernas, me pus de pé e alcancei minha mala próximo ao guarda-roupa. A dispus em cima da cama, a abrindo. Peguei todas as minhas roupas, que estavam em uma parte separadas das de Jungkook, e as enfiei dentro da mala. Peguei tudo que me pertencia naquele quarto, e dei o mesmo destino. Até meus produtos de higiene pessoal eu fiz questão de levar, não iria deixar nada meu ali.

Bom, esse era o plano, mas nem tudo coube em uma única mala. Então só coloquei o necessário, algumas peças de roupas, 2 a 3 sapatos, alguns livros didáticos, peças íntimas e meus produtos de higienização. Vesti uma calça e um casaco moletom, escondi meu rosto atrás de uma máscara e puxei o capuz.

Peguei minha mochila, que já estava com meus materiais, e saí do quarto, sem olhar para trás, caminhando até o dormitório de Hoseok. Tentando fazer o mínimo barulho possível, para que ninguém me visse.

Avistei a silhueta do acastanhado no estacionamento do bloco 1 C dos dormitórios do nosso GCE. Ele vestia um conjunto de moletom em um tom mais fechado de cinza. Abracei sua estrutura quando me aproximei, e desabei em seus braços mais uma vez.

— Shhii, tá tudo bem. Eu tô aqui. Está frio, vamos para dentro, hm? — Hoseok falara carinhosamente, deslizando as pontas de seus dedos no meu coro cabeludo, em uma carícia consoladora. Eu apenas concordei com a cabeça, enxugando algumas lágrimas.

Meu amigo acolheu meus ombros com seu braço, e me guiou até o seu quarto. Eu era imensamente grato por tê-lo ao meu lado naquele momento tão assustador.