Madrugada

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Era umas 16h da tarde, não estava muito afim de trabalhar mais então resolvi voltar para casa mais cedo. Ao chegar lá, fiz o que sempre faço, tomo um banho e vou para a cama.

A meia noite, sou acordado por Nina, minha gata. Sempre esfomeada nessa hora, vou tropeçando até a cozinha e alimento-a. Volto para a cama e acabo dormindo novamente. Mas não demora muito e sou acordado por ela novamente, desta vez ela não queria comida, o seu miado era diferente, como se me chamasse. Resolvi segui-la, onde fui parar de pé em a frente da pia da cozinha, ela subiu e olhava para fora. Segui seu olhar mas nada encontrava. "Não tem nada lá!". exclamei para ela, alisando-a. voltei para a cama dormi mais um pouco, mas novamente Nina me acordou. Mais uma vez esta em frente a janela da cozinha, ela miava e olhava para fora como se tivesse algo lá para ver, mas eu não via nada. Eu já estava me virando quando vi um vulto perto das árvores. Aquilo me paralisou momentaneamente. Tentando mais uma vez ver lá fora, forçando o olhar, realmente tem algo lá. Nina notando que eu notei, começou a miar mais forte e colocar as patinhas no vidro. Estava muito escuro para enxergar mais. Resolvi ir até um interruptor para ligar a luz externa. Ao voltar para a janela, o vulgo tomava forma. Aquela madeira velha, em formato de cruz cravada ao chão. Um calafrio passou sobre minha espinha. Aquele tumulo, estava lá a muito tempo, como pude esquecer. Quando leio o nome escrito em branco, já amarelado por causa do tempo, fico gelado... As letras escreviam "Nina". Noto que o ambiente não tem mais o miado. Olho em volta e a Nina não esta mais lá. Chamo por ela mas não responde. Cento naquele piso frio, escorado ao balcão da pia, abraçando os joelhos, começo a chorar. Sussurro: "Me desculpe por ter te esquecido".


Conto baseado nesta imagem: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcS0A24HzMpdQ9jjvkRw6yavOKB9MyWX-dLkgA&usqp=CAU

NinaOnde histórias criam vida. Descubra agora