Capítulo 02:

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Okay, tem algo muito errado nisso aqui.

Primeiro, minha cabeça está explodindo, só que isso eu não estou muito surpresa porque eu realmente passei dos limites ontem.

Segundo, essa cama é muito macia. Tipo, extremamente macia e grande, muito maior que a cama do hotel que eu estava ficando.

Terceiro, tem um anel de diamantes no meu dedo e eu realmente não faço ideia de como ele foi parar ali.

Quarto, eu estou nua, o que é mais do que suficiente para dizer que eu realmente extrapolei ontem.

Quinto e último, porém não menos importante, tópico: tem uma garota me abraçando.

— Mas que porra... — Essas são as primeiras palavras que saem da minha boca quando finalmente consigo abrir totalmente os olhos e vejo onde realmente estou.

Eu claramente estou em um hotel, mas de forma alguma é o mesmo hotel que fiquei durante esses últimos dias. O quarto é enorme, tem uma escada levando a um andar superior e ao olhar pra cima constato que não é um motel.

A garota se mexe ao meu lado e eu ainda estou tentando entender o que diabos aconteceu ontem e o que caralhos eu estou fazendo em uma suíte de um hotel aparentemente muito chique com uma garota.

— Puta que pariu, eu bebi demais ontem. — A garota diz virando-se para o outro lado, mas eu reconheço aquele sotaque.

— Flora?!

Nos viramos uma para a outra, o sono parecendo se dissipar quase imediatamente.

— Quint! O que você está fazendo aqui?

— Eu acho que isso é bem óbvio, Veruca Salt. — Digo e ela torce o nariz.

— Veruca Salt?

— É como te eu chamava mentalmente quando você ficava enchendo o saco em Gregorstaun. — Falei, o que era verdade. Ela virou o olhar para a janela e soltou um grunhido.

— O que aconteceu ontem? — Flora perguntou e eu indiquei o anel na minha mão esquerda.

— Essa é uma ótima pergunta.

Pego o meu celular que está na mesinha de cabeceira e vejo algumas mensagens de Nina.

[Nina: grt você e a Flora se deram bem né]

[Nina: se pegaram a festa inteira]

[Nina: eu te disse que era bom você sair e beijar na boca]

[Nina: mas acho que casar não estava nos planos]

— Espera, a gente casou? — Perguntei para Flora, que também estava olhando o seu celular.

— Provavelmente? — Sai mais como uma pergunta. — Eu não lembro de muita coisa. Eu só sei que você pediu outra bebida azul, eu pedi o vermelho e acho que minha língua tá roxa.

Desvio o olhar quando percebo que ela não está fazendo nenhum esforço para cobrir a parte superior de seu tronco e releio as mensagens que Nina me mandou.

— Minha mãe vai me matar. — Flora murmurou se esticando para pegar o seu celular que estava vibrando com notificações desde que tínhamos acordado.

Enquanto Flora resolvia deus-sabe-o-quê em seu celular, eu estava a um passo de ter uma crise existencial.

Minto, eu estou tendo uma crise existencial. Minha cabeça está doendo por causa do álcool e eu já perdi a conta em quantas marcas de mordida eu já achei só na parte superior do meu corpo.

Vegas - RocksaltOnde histórias criam vida. Descubra agora