Capítulo 05:

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— Quint, você realmente não tem mais nada pra fazer? — Flora perguntou, tirando a minha atenção do meu computador.

— Hã... não. — Respondo e ela revira os olhos, tirando a caneca de café da minha mão. — Ei!

— Nada de reclamações, nós vamos sair pra você sair da sua caverna. — Flora diz e eu fecho o computador com um suspiro.

— Em minha defesa, você é quem me deu essa caverna.

— E? Nós já estamos aqui há uma semana e você simplesmente não sai daqui, então eu vou te fazer sair. — Ela disse me dando as costas, mas logo em seguida se virou pra mim de novo. — E outra, essa é a sua terceira caneca de café, Quint. Não é uma xícara, é uma caneca.

— Você, por acaso, tem algo contra canecas de café? — Cruzei os braços e ela ergueu as sobrancelhas, colocando as mãos na cintura, como se não tivesse acreditado que eu tivesse dito algo tão absurdo.

Nisso eu soube imediatamente que ela não iria desistir nem tão cedo da ideia de me fazer sair da minha caverna.

— Você está literalmente tremendo por causa da cafeína. — Ela apontou para as minhas mãos e eu as enfiei no bolso da minha calça.

— Não tô não. — Digo teimosamente, mas eu estou sim, bastante.

— Aham, me engana que eu gosto. — Ela revirou os olhos mais uma vez. — Hoje é o Dia de St. Andrews, está tendo um festival em Dalnaird.

— Quê?

— Dalnaird. — Ela repetiu, franzindo o cenho. Eu pisquei algumas vezes, sem entender. — Dalnaird.

— Você pode repetir quantas vezes você quiser, o seu sotaque não me ajuda a entender.

— Perdão, Miss América, eu não sabia que americanos não tinham sotaque.

— Não foi isso que eu quis dizer. — Cantarolei e Flora revirou os olhos mais uma vez. — Mas o que é isso? Um ritual? Nós vamos ser sugadas para Outlander e um escocês gostoso vai querer casar comigo?

— Primeiro, Dalnaird é um vilarejo não muito longe daqui e dá pra ir de carro. Segundo, você já é casada com uma escocesa gostosa, okay? — Ela disse e então negou com a cabeça, uma expressão de desgosto no rosto. — Um escocês... é cada uma que me aparece.

Dou risada com a sua expressão indignada, passo o meu braço pela sua cintura e ela se surpreende um pouco, mas não se afasta.

— Como se eu fosse trocar você por um escocês de 1700 e alguma coisa né. — Digo sarcasticamente, Flora ergue as sobrancelhas. — Eu sou completamente fiel a minha esposa, já não sabe disso, princesa?

— Ah sim, duvido alguém ser mais fiel do que você, princesa. — Ela diz passando a mão pelo cabelo. — Mas nós ainda vamos sair.

— Isso é extremamente injusto, você sabe disso, né?

— Hum, não ligo. — Ela diz e então dá um jeito de sair dos meus braços. — Eu vou pegar o carro, você tem vinte minutos.

— Pensei que não pudéssemos sair de casa. — Coloquei as mãos na cintura e Flora deu de ombros.

— Mais uma vez, não ligo. Se eu não sair daqui eu vou enlouquecer e eu vou te arrastar junto pro hospital psiquiátrico.

— Uau, Flora, você é tão romântica. — Digo sarcasticamente, indo logo atrás dela para fora da minha Batcaverna,

— Obrigada, mon amour, é meu charme. — Dou risada com isso e fecho a porta atrás de mim.

Vinte minutos depois, encontro Flora na sala-de-estar apoiada no sofá. Ela está com o cabelo solto e vestindo um sobretudo bege por cima de uma camiseta branca e uma calça de alfaiataria quadriculada, seu rosto se ilumina assim que me vê. Em seus pés há um all-star, o que quebra um pouco a expectativa do resto da sua roupa, mas o que chama a minha atenção mesmo é o que está em suas mãos.

Vegas - RocksaltOnde histórias criam vida. Descubra agora