1° capítulo

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⚠️Obs: a história irá conter várias passagens de tempo até a fase atual da mesma,por isso vou logo avisando que o início não vai ser tão bom,perdoem🥲

Anna Estrella

Sábado-02 de Julho de 2016

14:33

Bato a porta atrás de mim,tiro os sapatos e suspiro em alívio ao sentir o chão geladinho tocar meus pés,deixo a bolsa no sofá e sigo para cozinha a procura da minha mãe

-Chegou cedo querida-ela fala ainda de costas lavando a louça e eu não deixo de perceber seu tom irônico

-Cedo mãe?São praticamente três da tarde,eu tô exausta não aguento mais trabalhar naquele lugar-falo pegando o prato

-Já disse que você está lá porque quer,temos condições suficientes para bancar sua faculdade e sua loja

-E a senhora sabe que eu não vou aceitar mãe,já dependi de vocês durante meus dezoito anos praticamente,não vai rolar

Ela revira os olhos e pega o prato da minha mão pronta para colocar meu almoço

-Tudo bem querida mas você sabe que pode contar comigo e com seu pai não sabe?Alem do mais é seu último mês lá que eu lembre

-Por ser o último mês que está sendo torturante,parece que nunca tem fim

-Paciência Anna,paciência

Ela me estende o prato cheio e eu agradeço pegando o mesmo começando a comer

Eu trabalho num restaurante em Copacabana tem quase dois anos,quase dois anos de pura tortura porque o dono de lá além de ser velho é chato,nada contra idosos mas ele...Ele me tira total do sério com suas cantadas nojentas,e principalmente quando me faz passar do horário,a única coisa boa de lá é o salário que por ser um restaurante sofisticado e pela localidade eles cobram caríssimo em tudo que tem lá.
Tem a dona Lívia que trabalha lá na cozinha ela é um amor comigo,e também tem a Priscilla,minha melhor amiga tirando isso o resto é horrível e eu só estou lá até agora porque não quero depender dos meus pais pra pagar minha própria faculdade por mais que eles tenham condições suficientes pra isso,meu pai sempre me ensinou a ser independente e isso com certeza eu vou carregar a vida toda...

21:09

-Qual é Anna você precisa sim comemorar seu aniversário,são dezenove porra-Priscilla insiste em me chamar pra sair no dia do meu aniversário que é daqui uns dias

-Você sabe que eu não gosto de comemorar o meu aniversário,e eu nem posso gastar dinheiro sua louca então para de insistir

Falo bebendo um gole da minha cerveja logo em seguida,estávamos num quiosque bastante movimento de frente à praia de Copacabana

-Deixa de ser mão de vaca Anna,você tem dinheiro sim,e os seus pais são ricos-ela fala fazendo pouco caso bebendo sua cerveja também

-Você falou certo,meus pais são ricos,eu não sou-dou os ombros

-Vai amiga por favor,é seu aniversário poxa-ela faz bico e eu sorrio da sua carinha engraçada

-Vou pensar no seu caso-falo prendendo o sorriso,ela sabia que eu ia ceder

-Ótimo,vamos para aquela boate que inaugurou na semana passada,eu não via a hora de você aceitar pra gente aproveitar

Nego com a cabeça e tomo outro gole grande da minha bebida,Priscilla era dois anos mais velha que eu então ela já era um pouco mais "vivida" por frequentar esses lugares
Eu não sou muito de sair,nunca fui na verdade,eu tinha tudo que queria que era o amor dos meus pais então pra mim estava ótimo passar o dia em casa com eles

Minha vida sempre foi tranquila,nada de muitas amizades ou algo do tipo,é tanto que de amiga mesmo eu só tenho a Priscilla,somos amigas des que eu tinha uns cinco anos de idade e desde então não desgrudamos uma da outra,ela é totalmente o oposto de mim mas eu amo o jeitinho maluquinho dela,ela me apoia em tudo literalmente

Meu sonho sempre foi ser modelo e poder abrir minha própria loja com minha marca de roupas,acho que eu tenho guardado dinheiro des que fiz quinze anos,eu optei não ter festa e sim economizar para quando chegasse o grande dia de fazer a faculdade e abrir minha loja eu tivesse bem estabilizada.Eu poderia ter total ajuda dos meus pais porque como a Priscilla fala eles tem uma boa condição,mas como eu disse,não gosto de depender deles até porque no dia que eu fechei contrato com o restaurante quando fiz dezessete anos, eu fiquei decidida a comprar minhas próprias coisas,ajudar eles por mais que não seja necessário...Enfim ser dona do meu próprio nariz como dizem,e esse dia está cada vez mais próximo,eu não vejo a hora de seguir com tudo que venho planejando a anos.

-Que tumulto é aquele ali?-pergunto a Priscilla observando um ponto específico cheio de gente no mesmo quiosque que estamos

-Não sei,mas tem um carinha todo gatinho lá olhando pra cá-ela comenta e eu busco esse carinha com os olhos-Aquele branquinho ali menina

Ela tenta apontar mas eu seguro sua mão e procuro o tal cara,penso em voltar a tomar minha bebida mas sinto a sensação de um olhar queimar sobre mim,levanto um pouco mais o olhar e vejo um par de íris escuras me olhando de longe,acho que foi o olhar mais intenso que eu já recebi de um cara

-Ele quer pegar você-Priscilla fala mas eu continuo encarando aquele homem

-Sai fora,maior cara de velho ele tem

Falo rindo assim que me toco do que ela falou,falar sobre homens "me pegar" me deixava nervosa por eu ainda ser virgem,tá eu já cheguei a dar uns beijinhos em alguns caras mas nada além disso

Levanto da cadeira disposta a ir ao caixa pagar a conta por já estar tarde

-Pra onde você vai?A gente mal chegou aqui

-Eu preciso ir pra casa,esqueceu que a gente trabalha amanhã cedo?-pergunto erguendo uma sobrancelha e ela bufa

-Você é tão certinha Anna

-E você me ama mesmo assim,bora levanta o rabo daí e vamos pagar a conta

Sigo até o moço do caixa sem parar de pensar na forma que o cara lá me olhou,procuro ele pelo local mas não o vejo mais no mesmo lugar,suspiro frustrada e quando dou mais dois passos acabo por esbarrar em alguém

-Opa,cuidado princesa

A voz rouca e grave me faz erguer a cabeça e eu dou de cara com aqueles olhos que tanto me encaravam...

Continua...

Além do dinheiro-RetOnde histórias criam vida. Descubra agora