29° capítulo

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Filipe Ret

Tortura psicológica,o que eu venho sofrendo durante quase quatro meses,eu queria lembrar dela,eu queria poder tocar e olhar pra ela como eu fazia nos vídeos que ela me mostrou,eu queria dar o amor que ela tanto espera durante todo esse tempo mas eu não consigo
Branco,tudo é branco na minha memória e quando tento forçar pra lembrar parece algo impossível,porra como explicar pra alguém que não lembro nem do meu próprio filho?Eu vivo uma tortura diariamente e sei que é ainda mais difícil pra Anna que viveu tantos momentos comigo como ela diz e hoje em dia tudo estar completamente perdido
Se eu dissesse que não sinto algo por ela vou estar mentindo,no início relutei mas agora depois de quase quatro meses e depois de tudo que eu vi tem uma parte dentro de mim que grita por ela só que eu não consigo colocar pra fora,quando eu tentei colocar pra fora esse sentimento ele só ficou ainda mais preso dentro de mim

-E aí carinha,como tu tá em?-pergunto pro bebê de quase onze meses que está em meu colo todo feliz,ele balbucia um "papa" meio errado mas eu entendi bem,encaro a Anna que dá um meio sorriso

-Ele começou com isso hoje-ela diz meio sem jeito e eu concordo,volto a olhar pro Theo sentindo o olhar dela na gente,talvez ela esperasse tanto por esse momento

-Tudo bem eu sair com ele?-pergunto ainda sentindo o olhar dela em mim

-Sim só...Não leva ele pro morro por favor-ela fala baixo e eu encaro ela-Bom você que sabe

-Eu não voltei lá des do dia dos tiros e você sabe-ela da os ombros e continua me encarando-E se eu conseguisse lembrar de algo lá?

-Você que sabe Ret-o incomodo toma conta de mim,eu odeio quando ela me chama de Ret-Mas por mim o Theo não iria só que você também é o pai dele

Anna vai até a cozinha me deixando intrigado na sala,ajeito o Theo no tapete que tá cheio de brinquedos,deixo algumas almofadas ao redor dele e vou atrás da Anna

-Eu não levaria ele lá...

-Mas você voltaria lá-ela me interrompe parecendo cansada do assunto

-Sim,na esperança de lembrar de algo né,porra eu não aguento mais não conseguir lembrar de nada

Ela suspira antes de tomar a água que estava no copo,ela tá exausta e isso é notório,eu queria me afastar,eu queria deixar ela quieta mas eu não consigo,eu preciso lembrar só que cada vez que eu chego perto dela,eu consigo destruí-la ainda mais

-Eu queria poder dizer que te amo sem que isso soasse estranho,parece que eu nunca te amei Anna

Ela vira o rosto e eu vejo de longe a pontinha do nariz dela ficar vermelho,me arrependo no mesmo instante do que eu falei quando a lágrima pesada cai sobre o rosto dela

-Eu vou precisar sair,você vai ficar por aqui?-ela pergunta sem me olhar e eu me aproximo dela,chego mais perto sentindo o peito dela subir e descer rapidamente,seco com meu polegar as lágrimas que insistiam em cair e ela morde o lábio inferior tentando se conter

-Eu não quis te magoar,desculpa-peço baixo e ela concorda sentindo meu toque

-Tudo bem,eu já entendi-ela fala com a voz embargada e eu sinto meu peito doer ao vê-la assim

Toco em seu queixo fazendo com que ela me olhe,as lágrimas insistem em cair e eu respiro fundo me sentindo chateado com a situação

-Eu não quis te magoar-falo mais uma vez roçando meu nariz no dela,sua respiração acelera ainda mais e eu adentro minha mão nos cabelos dela

-O que você tá fazendo Ret?-ela pergunta com a respiração descompensada e eu roço nossos lábios um no outro

-Eu não gosto quando você me chama de Ret,prefiro Filipe entende?

Ela concorda sem dizer nada e intercala o olhar entre minha boca e meus olhos,o olhar dela é fascinante,me perco facilmente nele
Faço um carinho na nuca dela e sem mais nem menos prendo ela na parece roubando um beijo dela
Meu corpo inteiro arrepia quando nossas línguas se tocam e eu sinto uma onda de choques internos dentro de mim,prendo mais ela no meu corpo e aprofundo nosso beijo até a falta de ar nos atingir

-Ret...-ela tenta falar mas eu interrompo com um selinho

-Não diz nada-sussurro e tento voltar a beijar ela mas o choro do Theo nos interrompe

Me afasto e ela me olha ofegante tentando entender o que acabou de acontecer

-Eu preciso ir,olha o Theo por favor-ela diz antes de sair correndo da cozinha

[...]

Chego na entrada do morro e respiro fundo pensando se devo ou não entrar,eu não deveria ter vindo com o Théo mas já que estou aqui não vou mais voltar atrás

-Tua mãe vai me matar mas é por uma boa causa moleque

Continua...

Além do dinheiro-RetOnde histórias criam vida. Descubra agora