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🌷Valentina Garcia🌷

Segurei firme na mão de Eduardo, entrando com ele na sala da médica. Hoje era um dos dias mais importantes para nós dois como casal, mas acima de tudo, como pais.

Nossa primeira ultrassom, a primeira vez que poderemos escutar o seu coraçãozinho batendo. Mesmo que em uma imagem toda borrada, veríamos, pela primeira vez, o nosso pacotinho de amor.

Os dois estamos uma pilha de nervos, extremamente ansiosos. Ele porque não pode viver tudo isso na gravidez de Carlinhos, eu porque nem sonhei em ter essas coisas na gravidez da minha menina.

Acredito que esse pacotinho que cresce no meu ventre veio pra isso, pra curar as feridas no nosso coração. Agora tudo aquilo que doía, aquela ferida tão profunda se tornava apenas uma cicatriz. O nosso maior sonho que não podemos vivenciar plenamente, que de certa forma nós foi roubado, começava agora.

Estamos estamos formando a nossa família, regada de muito amor e planos. Estou carregando no meu ventre o fruto de um amor, uma pessoinha que por tanto tempo desejei. Agora Eduardo vai poder dividir com todos ao seu redor a alegria da gestação, afinal ele não é o único que está soltando confetes devido a notícia.

Vamos viver tudo isso junto do nosso menino, nosso primogênito. Jamais deixaríamos ele de fora, tanto que agora ele está no colo do seu pai, igualmente ansioso. Por mais que não entenda muito bem agora, quero que ele participe. Não quero que em nenhum momento meu filho se sinta excluído.

Posso nao ter vivido tudo isso com ele, mas nada muda o sentimento que sinto com relação a Carlinhos. O amo como uma mãe ama um filho, porque o meu coração escolheu ele!

__ Olá, sou a doutora Luana e vou te acompanhar nesse novo ciclo.--- A médica complementa assim que a família se senta, tirando um sorriso de quem estava ali.

__ Olá doutora.--- Sou simpatica, tentando disfarçar a ansiedade tão grande que me dominava.--- Sou Valentina, esse é o meu namorado, Eduardo e o nosso filho, Carlinhos.

__ Ou, então não é mamãe de primeira viagem.--- Comemora com um sorriso.

Meio contrariada, concordo com um aceno de cabeça. É mito mais complicado do que ela pensa, mas não vale a pena entrar nesse assunto. Carlinhos saiu do meu coração e isso basta aos curiosos de plantão.

Conversei com a médica brevemente; ela me fazia algumas perguntas relacionada a gravidez e eu respondia. Ao final da nossa conversa, recebi uma folha com as vitaminas que teria que comprar e como seguir a rotina das mesmas.

Agradeci com um sorriso, indo me preparar para a parte principal. Iríamos ouvir o meu pacotinho de amor, vê ele mesmo que de uma forma que não fosse tão nítida, mas eu iria ver.

Coloquei a camisola de hospital, me deitando na cama. Fiquei com o joelho levantado e a preciosa aberta, sentindo apenas o vento. Faríamos uma transvaginal.

A médica termina de arrumar o aparelho, se aproximando de mim com o mesmo. Ela introduz o que me faz soltar um gemido, incomodava um pouco, afinal estava um pouco gelado. Mas esqueci todo desconforto quando imagens começaram a se formar.

__ Cadê meu irmão?--- Carlinhos pergunta curioso, tirando um sorriso de todos nós.

__ Não vai da pra gente vê ele hoje meu amor.--- Comecei a explicar, fazendo um carinho nos seus cabelos.

__ Que pena.--- Murmura triste.

__ Não deve demorar muito até que você veja eles, pequeno.--- A doutora o consola e eu concordo.

Concordei com a cabeça, continuando o meu carinho. Só então meu cérebro começa a processar suas palavras, apitando um alarme levemente perigoso. Por que ela disse eles? No plural, como se fosse mais de um?

Viro o meu olhar assustada, encarando o seu sorriso travesso. Só senti as mãos de Eduardo apertando as minhas, ao encarar os seus olhos via que ele estava tão nervoso quanto eu. 

__ Eles?--- Minha voz vacilou ao sair.

Não conseguiria definir o que sinto agora. Meu coração parecia prestes a sair pela boca, enquanto uma avalancha do amor mais forte e intenso, que alguma pessoa poderia sentir, tomava conta de mim.

__Aqui está um bebê.--- Apontou com o pequeno mouse.--- Aqui está outro.--- Apontou para o segundo, fazendo com que os meus olhos fiquem do tamanho do mundo.--- E aqui está mais um.

__São trigêmeos.--- Eduardo falou em um Sussurro, vendo a médica concordar com um aceno de cabeça.

Fechei os meus olhos, sentindo as lágrimas caírem com força. Não é tristeza, muito pelo contrário, é uma felicidade que não cabe no peito. Sempre sonhei em gerar um vida, pode acompanhar todo o seu crescimento, formar a minha família... agora estou aqui, gerando três vidas, acompanhada pelas duas razões do meu respirar.

Sem pensar muito, aproximei o meu rosto do seu, deixando um selinho carinho em seus lábios. Respirei fundo, colando minha testa na sua, encarando no fundo dos seus olhos, sabendo que as nossas lágrimas se misturavam. Compartilhamos da mesma felicidade, do mesmo amor!

__ Obrigada meu amor, obrigada minha vida.--- Agradeço diversas vezes, sem saber ao certo o que falar.

Jamais conseguiria expressar o que sinto, muito menos o quão feliz estou. Eu serei mãe de trigêmeos, já tendo o meu menino tão precioso.

__ Bem, Valentina, tudo que tínhamos pata falar já foi dito. Vou deixar você digerir essa notícia com a sua família, vou para o meu almoço. Por favor, fiquem a vontade.--- Deseja a médica.

__ obrigada.--- Sorrio para ela em agradecimento.

Quando a médica se retirou, depois de tirar o aparelho, Eduardo me ajudou a se sentar e limpar a minha barriga. Edu pegou o nosso filho no colo e assim saímos para a minha casa. Como estava sozinha, fomos direto para o meu quarto.

__ Mamãe.--- Meu filho me chama, tirando o meu peito dos lábios.

__ Oi meu amor.--- Falei fazendo um carinho no seu cabelo, vendo o pai o abraçar por trás.

__ Quando os meus irmãos nascer, eu vou ter que parar de mamar?

__ Não.--- Neguei.--- Você só vai parar de mamar quando quiser, meu pequeno. O máximo que vai acontecer é que não vai poder ser sempre, afinal vai ter vezes que os seus irmãos vãos esta e como eles só vão comer isso. Mas a mamãe vai deixar você mamar sempre, vou continuar te amando igual, sem mudar nada.

Carlinhos apenas concorda com a cabeça, voltando a mamar. Sorrio encarando o meu menino, fazendo um carinho pelo seu rosto, sentindo o amor da minha vida fazer um carinho em meus cabelos.

Eu não sabia, mas voltar a essa país foi a minha melhor decisão. Serei eternamente grata ao meu pai, pois mesmo sem saber ele me deis uma família,a minha família.

Eu encontrei o grade amor da minha vida, tenho o nosso primogênito e estou esperando as nossas cópias. Depois de tanto me fazer mal, a vida me recompensou. O meu amanhã teve depois, uma história linda e doce, repleta de amor como mereço.

Eu me tornei uma nova mulher, tive a chance de recomeçar. E mesmo que a minha filha ainda não tenha me perdoado, estou em paz, pois agora tenho milhões de motivos para sorrir.

Mal posso esperar para saber o que a vida me reserva, o que terá depois do amanhã.




Em fim, o fim!

Depois do amanhãOnde histórias criam vida. Descubra agora