Capítulo 1

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P.O.V AUTORA

Já era tarde da noite e Boss já havia verificado 20 vezes o seu telefone durante o dia todo, a espera de alguma ligação de Fon. Depois de ter conseguido emprego em uma agência de modelos ela já não tinha mais tempo para o namoro dos dois, sempre estava cercada de trabalho e mais trabalho. Não que Boss não confiasse em Fon, mas no fundo, ele sabia que a namorada já não era a mesma de antigamente e sentia que pudesse haver terceiros, mas por vezes ignorou a paranóia e seguiu com o peso jogado nos pensamentos.

Ele já havia se acostumado com apenas uma mensagem dela o dia inteiro e sempre era a mesma coisa, um boa dia junto com um aviso que iria passar o dia inteiro na agência. Boss ainda era apaixonado por ela, mesmo que um pouco, mesmo que a insegurança o pegasse pelo o pescoço e o jogasse contra a parede com toda a força. Ele ainda assim preferia aceitar o tempo que não era lhe dado e ocorrido por muito vezes a lamber o prato esfarelado de atenção. Tudo por ela. Tudo por Fon. Porque a amava. Ainda.

Afastou mais uma vez o celular de sua mão e focou no computador a sua frente, o aniversário de namoro estava chegando, já havia comprado o presente, só faltava o lugar perfeito, mas nenhum estava disponível, estava começando a achar que o universo realmente não queria cooperar com ele.

O mesmo bufou e fechou os olhos com força colocando as mãos no rosto descuidado, o óculos afundou um pouco mais causando dor.

'Merda... Porcaria de óculos!'

Por um momento lembrou brevemente o do porquê tinha parado de usar eles em público. Fon achava ridículo. Ela era uma pessoa incrível na maior parte, mas seus julgamentos doíam demais.

O celular tocou, era King. Ele atendeu.

—Alô?—com poucos segundos a voz animada de King soou.

—Alô. Aconteceu algo?—perguntou Boss.

—Nada de mais. Eu liguei apenas para te dar um 'oi'.

—Seria mais fácil se você desembuchasse logo, sei que não ligaria apenas para isso. Eu te conheço.—houve uma risada do outro lado da linha.

—Que grosso. Mas não importa. Escute, soube que vai fazer 3 anos de namoro com Fon e que está procurando por um lugar, estou certo?—boss cambaleou um pouco para trás, surpreso.

—eu estava procurando por um nesse exato momento. Você está se escondendo debaixo da minha cama por acaso, como diabos você sabe disso?

—Não sou nenhum maluco, embora pareça um pouco com essa pergunta do nada, sinto muito por isso.—ele riu—apenas imaginei, além de Bohn ter me dito que vocês estavam fazendo 3 anos de relacionamento. Aliás, nem sei se deveria te dar parabéns por isso, no entanto, eu gostaria de te dizer que a cafeteira que eu estava reformando vai ser inaugurada daqui a alguns dias, gostaria que você fosse lá ver.

'finalmente!'

—Eu adoraria! Na verdade, King. Você poderia reservar uma mesa para mim e Fon?

—Certo! Vou quebrar esse galho pra você, amigo.

—Até parece que a sua intenção não era essa desde o começo.—riu.

—Não precisamos comentar sobre essa parte.— brincou.—tenho que ir agora, Ram está me chamando para abrir umas caixas da decoração. Te vejo depois. Boa noite.

—Boa noite.—e desligou.

☕☕☕

P.O.V BOSS

Desci da moto junto de Duen, geralmente ele me dava carona para a faculdade. Éramos amigos desde o ensino médio, fazíamos tudo juntos, inúmeras vezes Bohn, o namorado dele ficava com ciúmes de mim até o dia que passei a namorar também.

Ele fazia medicina e eu Engenharia. Logo após me despedir dele senti o meu telefone vibrando dentro do bolso e o peguei rapidamente para ler a nova mensagem na barra de notificações, era como sempre Fon.

Bom dia 😙
Estou saindo, não ligue para mim, vou ficar o dia todo ocupada.

Desviei de mais a minha atenção para o celular e nem ao menos notei quando esbarrei com alguém e acabei deixando as folhas da pessoa voarem pelos ares.

—Desculpe!—guardei o celular no bolso e o ajudei a catar uma por uma. Quando terminei juntei todas corretamente e as estendi para o dono que até então não tinha visto ainda o rosto.
Me deparei com um belo par de olhos castanhos escuros, por um momento perdi o ar os encarando.

—A culpa foi minha, devia prestar mais atenção. Sinto muito...—ele me encarou de volta e sorriu, logo após saindo.

Observei o chão uma última vez para ver se não tinha restado alguma coisa e de certa vi, parecia um crachá. O peguei e o fitei, parecia um daqueles crachás de atendente.

Mek

O nome escrito nele. Me virei para chamar pelo Garoto, mas ele já tinha sumido.

'o que faço com isso agora?'

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