Saqueadores e perdas.
Um novo dia se iniciava, o aroma naquela manhã era de pão fresco se diferenciando de todos os outros dias, o quê indicava que Sra. Davies começou seus trabalhos ainda de madrugada. Todos haviam despertado, exceto a única filha da Sra. Judd que permitiu dormir alguns minutos a mais. Parecia que seria um dia peculiar e incluindo sua visita ao local que não gostaria de ir, algo diferente aconteceria com a garota.
- Amylee! - uma voz fina, estridente e muito conhecida a despertou. Seu corpo se voluntariou em pular da cama, sentindo o coração disparar.
- Chegou uma carta do Danny - O gêmeo sorria estendendo os finos braços.
- Para mim? - arregalou os olhos incrédula. Ela não se considerava acordada ainda e aquilo era estranho demais. - Scott, não é para mim.
- Se você não quiser pode deixar que eu queimo na lareira hoje a noite - Harry surgiu apoiando-se no batente da porta.
- O Jones nunca me escreveu cartas antes, só para você e você me repassa as informações - suspirou desistindo de relutar e pegando o papel. - Pensava que somente amantes trocavam cartas!
- Hoje o mensageiro trouxe as cartas mais cedo, por algum motivo. - Harry piscou, segurando na mão de Scott que a olhava curioso. - Tenha um bom dia!
Desde quando seu irmão lhe dava bom dia? Embora fosse muito respeitoso, isso não acontecia. Desde quando Daniel Jones enviava cartas? A sua reputação estava para ser comprometida, não que ela se importasse. Amylee apenas fugia de problemas com sua família, assim não precisaria se explicar demais.
Quando os irmãos saíram do quarto tratou logo de fechar a porta. As emoções estavam afloradas mais do que nunca, sentir que está fazendo algo errado lhe deixa mais feliz do que o comum para os jovens do vilarejo. Entretanto, sentou-se na cama sentindo seu corpo pesado ainda do susto. Não poderia evitar se sentir sonolenta.
"Olá doce Amylee,
Eu estou bem, faltam apenas duas noites e algumas horas para voltar para Inverness. Diga ao Harry para que se apresse com os planos, pretendo retornar com boas notícias.
Espero que você tenha uma boa reserva de "magia" para meus joelhos, tive um probleminha. Prometo levar como recompensa a melhor flor que encontrar no caminho.
Adivinhe, só? Eu tive que dormir agarrado com o fedorento e bêbado do Joseph para esquentar,
Admito que estou pensando em me inspirar nele, só o uísque pode me ajudar nisso.
Com amor,
Danny Jones"
A garota não estava atenta ao grande sorriso que estampava seu rosto, se surpreenderia se tivesse percebido que pela primeira vez sorria por uma carta desse vaidoso e livre homem. As palavras não deixavam qualquer margem de dúvidas, com a letra ela tinha afinidade, era dele. O pouco senso de humor que para ela era gigante e essencial, era dele.
O melhor amigo de infância encantador, sempre que voltava de suas viagens encontrando diferentes tipos de vegetação pelo caminho fazia questão de recolher uma ou mais flores para ela. E somente ele tratava com carinho suas magias, nomeadas por ele.
Algumas das suas intimidades discretamente estavam escritas ali, escondidas em poucas palavras. Entretanto, Amylee sabia que aquela carta fazia parte de todo os planos dos garotos para convencê-la a ir até a casa dos Fletcher.
Enfiou a carta por baixo de seu travesseiro e se preparou para deixar o quarto que dividia com seus irmãos. Logo percebeu que o frio estava ameno, o sol da manhã esquentaria mais do que antes e isso já lhe dava ânimo para seu o plano.
•••
Após o café da manhã, Amylee começou a se arrumar, fez questão de usar uma de suas melhores roupas que ganhou de Annelise quando ainda amigas, um vestido de linho, cor de mostarda que sem dúvidas iluminaria por onde ela passasse e realçava ainda mais sua pele pálida dando contraste com seus longos cabelos ruivos e um pedaço de tecido preto grosso que usaria de cachecol. Amylee tinha consigo uma carta na maga, que destacava ainda mais seus lábios volumosos: um macerado de flores e amora que dava uma cor sutil avermelhada. Ela ainda trabalhava na ideia de melhorar aquilo para repassar entre as mulheres do vilarejo.
Ao passar pela cozinha apressada teve que ignorar os olhares desconfiados da mãe, que começaria a questionar a qualquer momento os motivos dela estar tão arrumada para fazer suas colheitas. Harry naquele momento estava longe cavalgando. E ela segurando sua mesma cesta de sempre, pronta para caminhar até a grande casa dos Fletcher.
Era um caminho longo, embora ainda se considerassem parte do vilarejo, a família fez questão de construir a casa longe. Todos sabem que a família conseguiu um extenso pedaço de terra, mas não sabem exatamente como. A casa feita de troncos grossos possui dois andares e tem uma bela vista ao lago Lowsh, Amylee havia visto muitos pôr do sol que pareciam pinturas junto de seus amigos durante sua vida e disso ela sentia falta. Entretanto os dias que a neve cobria cada árvore e congelava as águas cristalinas que ali passavam era sua paisagem favorita, guardava como fotografias em suas memórias. Do outro lado do lago, havia o pequeno espaço para os moradores locais retirarem seus barcos e fazerem suas pescas, afazeres e se banhar.
Na terra também havia um celeiro que os amigos chamavam de "casa" por brincarem muito quando crianças. E era esse lugar que Harry e Danny precisavam para os seus trabalhos, eles poderiam forjar suas adagas tranquilamente e com espaço.
Amylee prendeu os pés ao chão quando chegou em frente a casa principal, estava tudo silencioso e todas as janelas fechadas, ela poderia ouvir qualquer barulho da natureza exceto de pessoas. Rolou os olhos por toda a fachada intimidadora, observando estar tudo em seu devido lugar, parecendo que alguém não passava por ali há anos. Encheu o peito de ar, como se estivesse puxando junto a coragem e forçou seus pés a subirem os três degraus do deck, batendo na porta mais rápido e fácil do que imaginou.
Nada, nem ninguém. A garota esperou por mais um momento após bater algumas vezes e ao perceber que ninguém viria se impulsionou a olhar pelas janelas. Amylee não estava cogitando perder a viagem que fizera e a ideia de andar pelas terras dos Fletcher lhe atentou mais do que o necessário, a adrenalina voltou a correr por seu corpo e assim o fez. Há muito tempo ela não passava por ali.
Quando se virou rapidamente pôde sentir o calor de um corpo bem em frente ao seu, se obrigou a forçar os olhos para enxergar melhor quem estava ali. Seu coração disparou e ela poderia jurar que pularia de seu peito.
- Meu Jesus Cristo! - Sua voz soou fina e trêmula, espalmou a mão no peito como se segurasse o coração. Um esbelto e alto homem loiro estava parado na sua frente, com um pequeno sorriso no canto dos lábios.
- Está procurando algo? - Tom não conseguiu controlar seu sorriso que desabrochou com o susto dela. Amylee tentou respondê-lo, mas sua voz não saiu. - Por que está olhando pela minha janela?
- Eu... Eu... Tom! - Dessa vez, um cheiro forte adentrou suas narinas e ela percebeu que se tratava de porcos. Ou melhor, lama e fezes. - Que cheiro é esse?
- Não é justo me responder com uma pergunta - Sua voz doce e suave não havia mudado com o tempo.
- Eu estava procurando por Annelise ou pode ser você também! - Sorriu sem graça.
Amylee notou que ele estava sujo, seu rosto tinha manchas pretas, seu cabelo molhado de suor e algumas gotas escorriam em seu rosto. Tom normalmente usava roupas elegantes e naquele momento, era o oposto, nos pés estava uma bota suja de lama.
- Não me recordo de você ter bons motivos para me procurar.
- Olha, Tom, eu não quero arrumar confusão. Se você acha que não temos nada para conversar, posso ir embora - ela se afastou o observando abrir a porta da casa.
- Eu não tenho, mas pelo visto você tem - Ele esticou o braço para dentro da casa - Faça as honras.
- Você vai entrar sujo assim? - Ergueu a sobrancelha transparecendo o seu choque.
Nunca, jamais, alguém entraria daquela forma na casa da Sra. Fletcher e sujar os tapetes de tecidos finos que atravessaram o mar para estar naquela sala de estar.
- Não tem ninguém em casa, mas tem razão - Tom em movimentos rápidos se sentou em um banco abaixo da janela e retirou as botas.
- Está muito cedo para você já estar nessas condições, logo você menino Fletcher!
- Você nunca vai perder seu senso de proteção e critica? - riu anasalado revirando os olhos a fazendo torcer os lábios.
- Acho que não. Porque eu trouxe pães da Sra. Daives para você... Para vocês.
- Uh, eu estou morrendo de fome. Isso foi um bom acerto, no momento certo.
Amylee se escondeu por muito tempo de Thomas Fletcher após o ocorrido, criando uma ideia de que ele tomaria todas as dores da irmã assim como ela fez com Harry. As coisas não seriam mais as mesmas, porém aquela pequena troca de energia já alertava que nada mudou entre os dois.
Eles adentraram a casa, o odor que acompanhava o homem foi substituído por um cheiro de canela e avelã ou apenas de madeira pura. O ambiente continuava confortável e requintado. Tom passou direto em direção à cozinha e Amylee foi em seu encalço.
- Uísque? - Tom quebrou o silêncio segurando uma garrafa.
- Uísque e pão logo cedo? pode ser - Amylee sorriu retirando os pães da cesta e dispondo sob a mesa que comportava seis pessoas - Onde estão elas?
- Hm - ele deu de ombros para esconder a insegurança de seus pensamentos - Minha mãe adoeceu há dois meses e Annelise a acompanhou para Birmingham, ela será melhor cuidada lá.
- Nossa, é uma viagem e tanto... O que houve?
- São seis dias e seis noites. Não sabemos o que ela tem, mas vi a morte dela em frente aos meus olhos.
- Tudo vai ficar bem, Tom. - Amylee não sabia o que dizer ou fazer além de seguir seus instintos.
A garota lentamente circulou a mesa e de uma forma receosa e desconfortável o envolveu em seus braços. Ele soltou o ar preso nos pulmões e fechou os olhos.
- Eu estava precisando disso.
- Sinto muito, eu vim para pedir algo e não para te dar conforto, me perdoe - sentiu a culpa arrebatar seu coração. Ele estava por dois meses sozinho, preocupado e sem ninguém, enquanto a vida dela seguia.
- Te perdoar? Está tudo bem.
- Você precisa de algo a mais? Que não seja o meu abraço - ele gargalhou mais leve do que antes.
- Você tem seu valor, só por ter vindo me abraçar nesse estado que estou.
- Talvez o cheiro de suor, porco e cavalo fique em mim por três dias! - resmungou - Mas vale a pena.
- Você está linda. Reconheço esse vestido - Amylee sentiu suas bochechas corarem enquanto ele passava os olhos por seu vestuário e rosto.
- Por que está sujo assim? Você estava no estábulo?
- Eu tive que dispensar os empregados e só ficaram dois para me ajudar com tudo. Preciso recuperar todo nosso dinheiro que elas levaram.
- É muita coisa para se fazer sozinho!
- Eu sei, mas até agora estou dando conta. E para ajudar, elas foram saqueadas durante a viagem. - Tom esbravejou bebendo uma boa dose de Uísque- Não tinha como deixar os empregados por aqui.
Amylee conseguiu observar em seu abraço que ele estava mais magro do que o normal, porém seus músculos estavam em destaque. Uma profunda olheira enfeitava o seu olhar, o olhar de cansaço. Tom já havia perdido seu pai, não conseguiria perder a sua mãe ao mesmo tempo em que nada poderia fazer para salvá-la.
Ela criou expectativas negativas para aquele momento, contudo, o fato de Annelise e Sra. Fletcher não estarem ali mesmo que por aborrecíveis motivo e a situação de vulnerabilidade de Tom veio em boa hora para fortalecer os planos de seu irmão, além de restaurar uma amizade perdida.
- Nós já sabíamos dos riscos de serem saqueadas, pedi para que o Murph as acompanhassem como guarda e de nada adiantou. A sorte, é que não fizeram nada além de roubar tudo - Tom riu deixando a sensação de fracasso transparecer em seus olhos.
- Eu sinto muito. Isso me parece uma maresia de azar. - A garota se afastou voltando ao seu lugar, sem saber o que dizer com tantas informações. - Posso preparar algo para você comer? Não pode viver só de uísque.
Amylee encontrou algumas verduras murchas na primeira prateleira do armário e ovos. E mais a cima encarou muita sujeira, fezes de rato e algumas baratas pequenas misturada ao resto de alimentos podres.
- Onde está Sra. Abby? Você à dispensou também? Quantos dias você não se alimenta? De acordo com a situação atual, eu espero que não tenha comido nada - ela o olhou espantada com seus grandes olhos azuis esbugalhados.
- Sra. Abby não poderia ficar sem trabalho, então arrumei uma outra casa para ela ser a governanta por enquanto. Alguns dias ela me traz comida mesmo assim, de graça. É uma segunda mãe.
- Olha, ela é realmente uma segunda mãe. Que tal se você fosse se banhar enquanto eu ajeito essas coisas?
- Você não está aguentando meu cheiro mesmo estando a 15 passos de mim? - um sorriso singelo apareceu enquanto as covinhas marcavam a bochecha magra, ressaltando seu fino nariz.
- Eu estou muito acostumada com cheiro de homem misturada ao esterco - foi a vez dela rir ao se lembrar que convivia com cinco homens contando com Daniel Jones. - Só não me lembro de você gostar de estar sujo. Tem tantas manias...
Quando o jovem homem de vinte e quatro anos retornou de seu banho, as roupas maltrapilhas de antes deram lugar à uma camisa branca de linho presa por dentro de uma calça de veludo vinho, sendo segurada por um cinto dourado e nos pés uma bota de camurça preta. Aquele era o Tom de sempre, elegante na medida certa e tudo em seu devido lugar, nem um fio de cabelo ousava cair sobre seu rosto. Ele pegou um sobretudo que estava pendurado na cadeira e se aplumou no tecido quente.
Amylee havia cortado fatias dos pães frescos, alguns ovos fritos no fogão à lenha e ainda tinha uma geleia fresca de amoras que estava em bom estado. Uma mesa farta para a ocasião, com um arranjo de flores brancas impecáveis que ela fez questão de colher num jardim próximo à casa. Os banhos geralmente eram demorados pela dificuldade que envolvia esse processo, embora os Fletcher tivessem banheira de ferro, foi o tempo certo também da garota cozinhar e limpar os armários.
E naquele momento, o cheiro de delicioso de frescor que vinha dele preencheu os pulmões da garota. A expressão de Tom já havia se transformado de desânimo para esperançoso, suas linhas do rosto estavam mais suaves e ele parecia se sentir muito confortável na presença dela. Ela não estava com fome, entretanto foi coagida a acompanhá-lo. Enquanto conversavam, ela tentava achar uma brecha de dizer sobre os planos.
- Estava tudo delicioso! - Tom disse limpando os lábios com um guardanapo de tecido branco. - Ainda bem que você colheu as flores, iriam morrer logo no jardim.
- Ah, sim! Harry fez uma adaga para mim que é muito útil para essas coisas.
- Ele sempre gostou dessas coisas. - engoliu em seco se sentindo desconfortável.
- Ele tem medo de que algo aconteça comigo, não tenho um Murphy para me acompanhar - brincou tentando descontrair - Eu sinto falta de nós todos juntos.
- Nunca foi dito nada sobre depois do ocorrido, quando tentei ir até vocês, você me expulsou jogando o balde em mim... As vezes você surpreende - ele começou a gargalhar lembrando-se das memórias daquele dia.
- Ei, você está rindo de mim ou para mim?
- De você! Me lembro que você saiu de casa toda vermelha, levantou as mangas do vestido e a primeira coisa que viu na frente atacou. E ainda gritou "nunca mais volte aqui seu abastardo!" - contava como se fosse uma história de livros, fazendo caras e bocas.
- É, talvez eu tenha exagerado. Mas o Harry sempre será o meu pequeno irmão, mesmo que ele esteja o dobro do meu tamanho ainda sou a irmã mais velha.
- Tem razão, ele tem sorte disso... - suspirou - por aqui está difícil ter que estar sempre sobre o controle de tudo.
- Eu posso imaginar, Tom. - Amylee se atreveu a segurar a mão direita dele, a que estava mais próxima à ela.
- O que você veio buscar aqui afinal? acabei me esquecendo que sua visita não é atoa.
A garota mais uma vez teve que buscar coragem para começar a falar sobre os planos que Harry tinha lhe dito no dia anterior. Ela estava com uma certeza de que daria certo indescritível, até ouvir toda a história que Tom estava vivendo. Por um lado, seria bom para ambas as partes que estavam precisando melhorar as condições de vidas e isso acarretava a certeza crescer, por outro, Amylee temia estar parecendo ser interesseira de ter ofertado um pouco do seu carinho ao Tom naquela manhã em troca de seus favores.
Depois de ouvir atentamente cada palavra trêmula e as vezes confusas da garota ruiva, Thomas parecia refletir sobre o assunto. Seu olhar passava alternando entre ela e a janela da cozinha, analisando o que estava sendo proposto. O silêncio se propagou pelo ambiente e ela aguardava ansiosa os questionamentos dele, Tom não deixava nada passar em branco.
- Eu não sei, Amylee... Por enquanto minha mãe e Annelise não estão, mas quando voltarem não vão gostar de encontrar Harry e Danny aqui.
- Então você cogita a possibilidade disso dar certo?
- Sim... e não - Ela revirou os olhos sem perceber, impaciente com o suspense do amigo. - Eu não penso numa realidade onde Danny tenha responsabilidades de levar um negócio desses a sério, fazer florescer.
- Quem vai fazer é o Harry, ele quem vai controlar tudo. O Danny apenas será seu ajudante e fará os transportes.
- Bom, irei pensar melhor nisso.
- Tudo bem, eu preciso ir mesmo que já está na minha hora.
Amylee possuía alguns costumes que foram construídos juntos de sua personalidade, um deles era mudar de assunto quando algo lhe deixava surpresa e o outro, seria sair correndo depressa dos lugares que se sentia angustiada ou sufocada de alguma forma. E naquele instante era o que ela sentia. O olhar crítico de Tom a incomodava, mas ele não tinha culpa disso, se habituou a ser analítico, sério e conservador para corresponder suas responsabilidades.
Então, ela se levantou rapidamente pegando sua cesta que repousava sob a mesa e andou até a porta, deixando um homem confuso sentado.
- Amylee! - Ele gritou em atenção - Leve as flores com você - Ela virou seu corpo sob o calcanhar e o observou tirar as flores do vaso - Você sabe cuidar melhor delas do que eu!
- Ah, sim.
Tom se aproximou, abriu a cesta que a garota segurava e acomodou as flores, e fez o mesmo com a porta em seguida. Duas das qualidades que Tom nunca perdeu mesmo com a maturidade, era a sensibilidade e percepção sobre as coisas. Sempre foi de uma inteligência invejável, unindo isso tudo ao seu favor. Não pôde deixar de perceber a decepção no olhar da garota pela descrença que ele colocava nos projetos do irmão. Sem perceber, havia baixado a guarda.
- Harry pode usar o celeiro desde que ele me pague um valor por isso quando começar a dar certo, por enquanto podem usar de graça.
Amylee sentiu a alegria preencher cada parte do seu corpo, soltando um grito estridente, jogando-se nos braços dele em um abraço apertado.
- Obrigada, Tom! Você não vai se arrepender, eu confio neles.
- Eu estou precisando disso também de qualquer forma. - Ele se desfez do abraço apertado lhe lançando um olhar severo - Desde que ninguém saiba disso no começo, em especial Annelise.
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Touch the Rain
RomanceComo seria reencontrar McFly em outro século? No século XIV, não existiria a fama, somente a alma desnuda de quatro homens tentando conquistar o seu espaço. Retorne para vidas passadas e mergulhe em uma história preenchida por batalhas entre homens...