Sequestrada por um mafioso

O desespero

Pov Any

Meu coração estava batendo tão forte em meu peito,que cheguei a pensar que a qualquer momento ele me deixaria.

Ele havia me trazido para algum lugar que fazia muito frio. Não conheço lugares assim. Nunca tinha saído do Brasil, essa seria a minha primeira viajem internacional.

Estava em estado de choque. Ainda estava tentando assimilar o que aconteceu.

Ele me deixou nua e sugou meus seios. Não vou mentir. Me senti atraída por ele assim, mesmo assim meu medo era muito maior do que o desejo que sentia.

Eu gritei o mais alto e agudo que eu pude. E deu certo. Ele me soltou. E antes de ir embora me olhou com desejo.

Finalmente fiquei sozinha. Minhas lágrimas começaram a cair sem controle. O que eu iria fazer?

Minha mala estava próxima a porta. Peguei uma legging e uma blusa de mangas compridas. Calcei um tênis.

Fui até a janela que havia no quarto e pensei em pular. Mas só um suicida faria isso,era alto demais.

O que eu vou fazer? Procurei o meu celular e não encontrei.

- Sua burra. Você o deixou no jatinho. - Falei pra mim mesma,

Eu preciso dar um jeito de fugir. Abri a porta bem devagar. Por sorte não havia ninguém no corredor.

Caminhei até as escadas. Essa casa era um luxo só. Para onde ia encontrava um objeto caríssimo de arte. A ostentação estava por toda a parte.

Tentei descer os degraus mas fui puxada pelo braço. Me virei e dei de cara com um homem enorme com cara de mal.

-Aonde a princesa pensa que vai?

-Me solta!-Tentei berrar, mas o grito não funcionou com ele.

Ele tampou a minha boca com aquela mão enorme,que quase cobria o meu rosto.

Caminhamos até um escritório. Bem luxuoso por sinal. Todo de vidro fumê e móveis em madeira nobre.

Por de trás de uma mesa havia alguém sentado em uma cadeira de costas pra mim.

- Olha quem estava tentando sair!-Disse o capanga que estava me segurando.

- Não iria muito longe.-O cara dos olhos azuis se virou. - Minha mansão é cheia de seguranças. Aqui ninguém entra ou sai sem que eu saiba.

Ele fez sinal para o capanga sair. Logo em seguida me puxou e me fez sentar em uma cadeira a sua frente.

-Facilite as coisas pra mim. Não quero ter que usar a força contra você.

- Como você fez lá no quarto? - Eu sabia que era perigoso demais lidar com essa gente, mas ficar calada era difícil.

-Posso fazer melhor se quiser. Vou adorar poder usar esse corpo.

Meu desespero cresceu. Se ele tentasse algo pior? Quem iria me ajudar? Estava perdida.

Tentei me levantar mas ele colocou uma arma sobre a mesa. Na mesma hora entrei em pânico. Nunca tinha visto uma arma assim tão perto.

Um frio foi subindo pela minha espinha. Tudo começou a ficar escuro.

Senti o cheiro de álcool. Talvez fosse whisky. Abri os olhos e encontrei ele bem próximo a mim. Estava com uma dose de whisky na mão. Ele fazia massagem no meu tórax. Eu me afastei o máximo que pude.

- Você está bem? - Ele perguntou com uma voz suave. Por um minuto pensei que ele era uma boa pessoa. Mas foi só por um minuto.

- Fica longe de mim.-Comecei a me levantarmas caí na cadeira. Ele me segurou pelo braço.

- Você é muito malcriada. Só estava tentando ajudar. Deveria se considerar uma pessoa sortuda ninguém recebe minha atenção desse jeito. - Eu gargalhei.

- Me sinto honrada por ter sido sequestrada por você doce rapaz. - Seus olhos se escureceram e ele me puxou pelo cabelo.

- Não brinque comigo. Eu não te trouxe aqui para passear. Se eu não conseguir o que quero,você vai sofrer garotinha metida.

Ele soltou bruscamente os meu cabelos. Não queria demonstrar fraqueza perante ele mas as lágrimas rolaram sem controle pelo meu rosto.

- Não pense que vai me adoçar com essas lágrimas. Já vi muitas pessoas sendo torturadas. Lágrimas são nada pra mim.

Fiquei olhando pra ele por um tempo. Ele estava tão envolvido em seu computador que nem parecia que eu estava ali.

Esse homem é lindo. Se não fosse um mal caráter, talvez devesse seguir a carreira de modelo.

Seus olhos azuis estavam me deixando louca. Mas como? Acabei de ser sequestrada e já tenho sentimentos justo pelo cara que me sequestrou?

Ele não tirava os olhos da tela do notebook e eu não tirava os olhos dele. Cada movimento que ele fazia com os lábios me excitava.

- Está gostando de me olhar?-Meu rosto deve ter ficado vermelho escarlate. Ele riu. E as covinhas apareceram.

Não sei o porque,mas sou louca por homens de covinhas. Abaixei a cabeça e tentei fazer uma cara de raiva.

O telefone tocou e ele atendeu.

- Beauchamp...sim...Me passe a ligação...-Ele me olhava com um sorriso triunfante no rosto. - Querido amigo James...-Quando ele falou esse nome fiquei desesperada.

- Tio me ajudal!-Eu corri até o telefone. Mas Beauchamp apontou a arma pra mim. Mandou eu voltar a sentar. E eu obedeci.

- Você ouviu a sua sobrinha. Ela precisa de ajuda e só você pode tirá-la daqui... Quero os meus dólares James,cansei de mandar os cobradores irem atrás de você...Se quer ela viva sugiro pagar o que me deve.-Ele gargalhou.

- Deixa eu falar com ele por favor. - Beauchamp me encarou e assentiu me passando o telefone.

-Seja breve. E não diga nada de mais. Não terei pena de estragar seu lindo rosto com uma bala. - Eu tinha que ser prudente,ele não parecia estar brincando.

- Tio.

- Minha filha. Me perdoe. Não deveria ter descuidado de você.

- O que você fez tio? Por que está devendo tanto dinheiro?

-Há coisas que você não sabe.

-Então me conta. Essa é a melhor hora.

- Sou um mafioso. Eu comando o contrabando no Brasil.

- O que? Porque?

-É complicado. Eu estou devendo muito dinheiro para Josh.

- Por que você não paga?

- Por que estou meio quebrado. Não tenho dinheiro suficiente. Mas vou dar um jeito. Só te peço minha filha que não aborreça Josh. Ele é um dos chefes da máfia internacional.

- Eu odeio ele tio. -Josh gargalhou revirando os olhos.

- Não o aborreça. Vou dar um jeito o mais breve possível.

- Agora chega. - Ele puxou o telefone das minhas mãos. - Não tenha pressa James, eu vou adorar torturar e abusar da sua linda sobrinha... Não se engane caro amigo, sou pior do que imagina. Eu quero o meu dinheiro.Ele desligou.

Senti meu mundo desabar. Meu tio é um mafioso. Esse cara na minha frente é um dos mais poderosos mafiosos do mundo. O que eu irei fazer?