Como Ser Feliz (Min Yoongi)

16. Should I Stay or Should I Go

P.O.V: BEATRICE

- E foi isso?? - a psicóloga me olha incrédula esperando por respostas mais claras.

- Sim, e foi apenas isso - respondo com um sorriso tímido.

- Eu não acredito, Beatrice - a mulher a minha frente ajeita a postura ao cruzar os braços em sinal de revolta - entendo que você era adolescente nessa época... mas era óbvio que era um sentimento recíproco - ela respira fundo - então porque vocês dois simplesmente não ficaram juntos?

- Naquela época.... - respiro um pouco - naquela época eu tinha medo de não ser boa o suficiente para ele.

- A sua terapeuta era péssima, não é? - a dra Choi pega minha ficha e relê algumas partes que já havíamos lido juntas - tipo, estou vendo aqui que ela te internou na casa e eu sinceramente acho que foi um absurdo, nada até agora apontou para algo positivo de internação, onde normalmente são casos bem extremos onde a pessoa não estaria apta para conseguir se manter viva.

- Ah, sobre isso... - sorrio envergonhada - ela também não queria me internar, nesse dia eu descobri que todas as vezes que ela falava sobre me mandar para a casa, era apenas um blefe para ver se eu reagia.

- Então quem te mandou para lá? - a psicóloga pergunta confusa.

- Eu mesma - respondo com um grande sorriso no rosto.

[...] flashback

Permaneço deitada na minha cama olhando a vida passar pela janela a fora. Quantos dias fazem que estou assim? Uns 2 dias? Apesar de parecer muito tempo para mim, sei que não passou tanto tempo assim. 

Aconchego minha cabeça no travesseiro que estava abaixo da minha nuca e abraço com força o que permanecia entre meus braços. Passarinhos gritam estridentes nos galhos da árvore que ficava a vista pela minha janela e percebo que é um passarinho bebê chamando pela mãe. Ela volta com alguma coisa na boca e entrega para o seu bebê me fazendo rir boba com a ação delicada. Escuto leves batidas na porta e escolho não responder, apenas continuar a observar os pequenos bichinhos.

- Amiga? - Lisa coloca apenas a sua cabeça dentro do quarto.

- Hum? - continuo deitada sem dar muita atenção, o que provavelmente a revolta, pois logo após ser ignorada, ela entra com tudo no quarto e para me olhando ao segurar a porta de forma debochada.

- Vamos, amiga!! - ela diz acenando com a mão para me chamar - reage, mulher, coloca um cropped!

- Lisa!!! - sussurro seu nome ao rir.

- Você é uma boba... - ela vem andando calmamente até mim e se deita me abraçando - eu só não consigo entender uma coisa.

- O quê? - pergunto ao abraça-la de volta enquanto conversávamos calmamente.

- Você gosta dele? - Lisa é direta e me faz retornar ao motivo de eu estar trancada a dois dias no meu quarto. Permaneço em silêncio. Acho que a resposta fica cada vez mais óbvia para as pessoas ao meu redor.

- Acho que desde o dia que o vi na ponte, senti que com ele as coisas seriam diferentes do que eu estava acostumada - respondo sincera.

- Bea, então por que você tá agindo assim? - Lisa pergunta e seu tom de voz é nitidamente confuso.

- Por que... - eu sei o porque, mas não é algo que eu queira falar em voz alta para que as pessoas saibam também. Me calo e após alguns longos minutos em silêncio, a Lisa se levanta e me olha fixamente.