30. liana bennett

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Olhei para os roxos nos meus braços.

Eles estavam terríveis e eu sabia que ainda ficariam piores.

Passei o suéter de mangas pela cabeça e pelos braços puxando as mangas por todo o comprimento escondendo as manchas roxas, vermelhas e meio verdes. Me senti menos pior quando não conseguia mais ver elas apesar de ainda sentir a dor nos meus braços.

Levantei da cama, passei a bolsa pelo ombro e peguei as chaves em cima da minha escrivaninha, ao som da buzina do taxi que eu havia pedido pelo aplicativo, eu achava melhor do que ir com Elijah e Stacy, pelo menos só até a hora do trabalho.

O taxista deu a partida assim que entrei. Enquanto ele dirigia peguei o meu celular para ver as mensagens que eu não havia visto desde ontem.

Eu não havia conseguido  fazer muita coisa depois que os homens vinheram cobrar a dívida do meu pai, além de tentar diminuir tudo que havia sentido durante aquele tempo.

E como consequência da noite passada, eu acordei com os vestígios que ela causou. Eu estava sem voz, com roxos espalhados pelo antebraço, com uma dor de cabeça que não passava nem com quatro remédios para dor de cabeça e uma hora de sono nas costas. Eu nem sabia porque razão decidi ir para a aula hoje se não iria conseguir prestar atenção na aula e nem em ninguém.

- Chegamos moça. - A voz do taxista me tirou dos meus pensamentos. Estendi as notas para ele e abri a porta saltando do carro e pedindo obrigada antes de fechar a porta. Pude escutar ele dizer um "de nada" pouco antes de dar a partida e deixar os arredores da universidade.

Respirei fundo e me virei atravessando todo o gramado em direção a sala da minha primeira aula, que começaria em vinte minutos eu acho.

Puxei a manga um pouco para baixo, fitando o roxo e pensando em algum produto que eu poderia passar capaz de me ajudar com esses roxos e fazer todos desaparecerem mais rápido, talvez algum creme, uma pomada, eu teria que pesquisar e comprar quando as aulas acabarem.

Apertei a manga sentindo os meus olhos lacrimejar quando comecei a pensar nisso mais uma vez, antes que eu decidisse não permanecer na universidade trombei com uma pessoa.

- Desculpa...- Murmuramos juntos.

Levantei a cabeça parando de fitar meu pulso e olhei para a pessoa, recuei ao me dar conta de que era Vinnie. Ele recuou quando também se deu conta de com quem havia se esbarrado.

- Oi, boneca...- Murmurou com as mãos nos bolsos da calça. Eu fitava as suas leves olheiras e a barba crescendo, o seu cabelo estava úmido e todo bagunçado como costumava ficar normalmente.

- Oi, Vinnie...- Murmurei.

- O que aconteceu com a sua voz? Está resfriada? - perguntou com as sobrancelhas erguidas.

- É, uma gripe...- menti, fitando as minhas mãos.

Eu queria poder contar para Vinnie a verdade, eu queria ter ele ao meu lado e me sentir segura com ele pelo simples fato de ainda estarmos juntos mas, eu não podia.

- E você está se sentindo bem? - Olhei em seus olhos quando ele me fez essa pergunta. Mordi a bochecha por dentro me controlando para não dizer toda a verdade, pedi para ele ignorar tudo o que eu disse, e fiquei parada olhando-o feito uma tonta. - Eu quero dizer, para as aulas... -
Ele se explicou quando percebeu que eu não iria responder a sua pergunta.

- Acho que sim. - Dei os ombros puxando rapidamente a manga do suéter para baixo antes que ele percebesse os roxos, o que não deu muito certo, ele olhou meu braço e arregalou os olhos segurando a minha mão e puxando a manga para cima novamente, revelando os roxos.

✔ 𝗕𝗔𝗗 𝗗𝗥𝗨𝗚 ✗ vinnie hacker Onde histórias criam vida. Descubra agora