Sessenta e um

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A rua estava escura, alguns poucos postes de luz a iluminavam, mas não o suficiente pra que Lena enxergasse o que tinha por entre algumas arvores no meio da praça que podia ser visto de sua janela.

Eram 3:00 horas da manhã e ela encarava a rua deserta tentando se convencer que tudo daria certo no final. Que elas achariam Júlia, que a adotariam e poderiam em fim formar a família que já eram a um tempo.

O problema é que já tinha se passado uma semana que ela tinha sido levada. E até agora nada.

Isso estava matando Lena aos poucos. Ela já tinha contratado tudo que tinha pra contratar, detetives que já estavam na França, detetives tentando achar pistas de amigos deles ainda em Nova York, advogados juntando o máximo de evidencias pra garantir a prisão deles e uma psicóloga que já está aprendendo sobre a vida da criança pra quando ela chegar aqui.

Kara tinha inclusive abandonado a ideia de que queria antes juntar o dinheiro e depois comprar uma casa nova e ela mesma tinha sugerido pra comprarem logo a casa. Estavam olhando duas que tinham no bairro de Lilian e decidindo qual seria comprada.

As duas casas tinham primeiro andar, quatro quartos, cinco banheiros, duas salas, um escritório, jardim na frente, quintal atrás com piscina e churrasqueira e um estacionamento grande. A única diferença entre as duas eram basicamente suas cozinhas.

Uma delas ela era com estilo de cozinha americana e a outra minimalista. Lena tinha preferido a minimalista, mas estava esperando a opinião da loira, que provavelmente escolheria a minimalista também, porque combinava bem mais com o resto da casa.

Então estava basicamente tudo pronto pra quando achassem Júlia. E Lena tinha que acreditar que a achariam.

- Amor, o que tá fazendo acordada? – Escutou a voz baixa de Kara e logo sentiu os braços dela ao redor de sua cintura.

Um dos braços não fechou por completo, que era o que ainda estava em recuperação. A fisioterapia ainda estava em andamento e já estava começando a ter resultados, mas o médico já tinha dito desde o inicio que seria um pouco demorado mesmo.

Pelo menos Kara tinha entendido que não era um peso pra Lena, coisa que a morena quase não acreditou em um pensamento tão absurdo quanto aquele. Como Kara podia ter pensado isso ainda era um mistério.

De qualquer jeito estavam felizes porque apesar de demorado, o médico falou que Kara estava sim tendo uma melhora mais rápida que outros pacientes, o que deixou a loira a todos sorrisos. Ela poderá voltar a trabalhar sem pegar pego na próxima semana já e estava determinada a já estear a floricultura em três dias após a volta ao trabalho.

Por isso, ela já estava adiantando como podia e tinha anunciado a contratação de uma pessoa pra ajuda-la com as vendas. Contratou também uma pessoa pra auxiliar na limpeza do local e a arrumação ela tinha pedido pra Lena a ajudar.

E é claro que ela tinha aceitado na hora, sem nem precisar parar pra pensar.

- Acordei e não consegui mais dormir! – Respondeu, se virando pra abraça-la.

- Então, porque não me acordou? Eu sou uma boa companhia, sabia? – Kara disse e deixou alguns beijos em seu rosto, fazendo Lena fechar os olhos.

A morena sorriu. – Você é a melhor companhia! – Ela beijou seus lábios. – Mas, eu não queria te acordar!

- Pensando em Júlia? – Kara mexeu em seu cabelo, colocando-o todo pra trás e começando um carinho suave.

- Sim! E no porque ainda não achamos ela. – Lena suspirou. – Não faz sentido. Já era pra gente ter encontrado ela!

Inexplicável - Karlena [G!P]Onde histórias criam vida. Descubra agora