𝐃𝐞𝐯𝐨 𝐟𝐢𝐜𝐚𝐫 𝐨𝐮 𝐝𝐞𝐯𝐨 𝐢𝐫?

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Will não queria que James o deixasse sozinho, mas precisava pensar um pouco, e para isso precisava estar só.

Quando o Cleremont saiu do quarto, após ser chamado por algum dos amigos de Will, o Byers se sentiu novamente tenso, com medo de voltar a ouvir o relógio, o que não aconteceu. Decidiu organizar os pensamentos em um papel, como fazia quando estava pensando coisas demais ao mesmo tempo, sem conseguir se concentrar em um pensamento só.

• Eu tive uma alucinação, então talvez o vecna esteja atrás de mim

Dúvida 1: por que vir atrás de mim?
Dúvida 2: eu deveria contar aos meus amigos?

Possível respostas para a dúvida 1:
Ele pode só estar recuperando força matando mais adolescentes, quem tem mais traumas que eu? 

Possível resposta para a pergunta 2:
Se eu contar? Vão se preocupar, acabar se importando demais e se distraindo do foco, que é pegar o Vecna
Se eu não contar? Vou ter que ficar ouvindo minha música favorita o tempo todo sem levantar suspeitas, ninguém vai se preocupar e eu vou ficar seguro, eu acho.

Era uma hipótese ingênua, mas preferia (literalmente) morrer a ser um peso ou preocupação a mais para seus amigos. Decidiu deixar aquilo pra lá. Poderia ir ver Steve e Robin quando fossem trabalhar, usando de desculpa para ir a loja de discos ao lado comprar uma fita nova. Era mais fácil assim.

Assim que sentiu o leve arrepio em sua nuca percebeu que era hora de ir atrás de seus amigos, não podendo mais ficar sozinho por nenhum instante. Desceu correndo as escadas, indo até o porão onde todos estavam, apesar de ouvir a voz de Jonathan vinda da sala, sabendo que o mais velho havia ficado por estar preocupado.

Lucas, Dustin, Mike, Eleven e James estavam ali, sentados lado a lado ou frente a frente, rodeando a mesa. Pareciam conversar sobre onde James tinha ficado antes de ir até o hospital. Will ouviu a conversa por alguns instantes antes de se aproximar, tentando parecer calmo. James foi o primeiro a notar sua aproximação, parando de falar fazendo com que seus amigos o notassem também. Pareciam todos preocupados, Will se sentiu imediatamente culpado.

— Oi pessoal… — Forçou um sorriso, acenando ao se sentar entre Lucas e James.

— E aí cara. Você tá bem? Sabemos que seu pai é meio… 

— Estúpido — Mike disse por ele. 

Will sorriu fraco, dando de ombros ao responder: 

— Desde que eu não tenha que olhar pra ele

— Tudo bem, a… Joyce vai entender caso você não queira aparecer pra falar com ele. Acho que ela não vai cobrar isso de você. — Eleven sorriu, segurando a mão do irmão por alguns instantes, tentando tranquilizá-lo.

— É cara, ninguém vai encher o saco — Dustin sorriu também, batendo levemente no ombro do Byers. — E se encher a gente quebra. — Sorriu divertido, arrancando risadinhas dos outros ali.

— Isso, a gente quebra. — Mike concordou sorrindo, dando a Will um déjà vu do pequeno Mike Wheeler, o garoto por quem havia se apaixonado. O Mike de agora não parecia tanto com ele.

— Com certeza. Agora que eu sou jogador de basquete, bater em algum idiota é fichinha pros treinos que o time costuma… costumava fazer. — Lucas disse, lembrando que agora que estava sem aula (e sem um capitão do time) não tinha mais como treinar. 

— Jogador de basquete? Desde quando? — Will pareceu se animar com a nova descoberta.

— É cara, o Lucas conseguiu entrar pro time e ainda virou titular desde a cesta que ele fez no último jogo. Foi muito foda. — Dustin concordou, animado para falar sobre o feito do amigo.

𝚃𝚑𝚎 𝙱𝚕𝚘𝚘𝚍𝚢-𝙷𝚊𝚗𝚍𝚎𝚍, 𝙺𝚊𝚜 | Will ByersOnde histórias criam vida. Descubra agora