𝐎𝐧𝐝𝐞 𝐢𝐫𝐞𝐦𝐨𝐬 𝐚𝐠𝐨𝐫𝐚?

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Will voltou para casa junto aos amigos, meio perdido sobre quão rápido o tempo passava. Passou o dia no quarto, não notando quando já anoitecia até o momento em que alguém bateu na porta. 

— Will, sou eu — Mike disse do outro lado — Se não quiser falar comigo, tudo bem. Só queria conversar.

Will queria falar com ele. Queria fazer tudo voltar ao normal. Por isso deixou que ele entrasse.

— Não quero brigar. — O Byers deixou claro desde o primeiro momento. 

— Também não quero. Não consigo mais brigar com você. — Sorriu pequeno, um sorriso que lembrava Will de memórias de infância. Sempre gostou de olhar nos olhos de Mike, mas agora pensava que se olhasse muito choraria ao ver um pingo de dor.  

Ficaram uns instantes em silêncio, pensando em como direcionar aquela conversa, foi Mike quem começou a falar primeiro.

— Acho que… Sempre que estamos em um momento difícil é que eu paro pra me preocupar com todo mundo. E nem tem uma justificativa pra isso, acho que eu só esqueço de ser fiel a nossa amizade. — Começou. Era um pedido de desculpas então? Will concordou. — Eu acho que eu meio que te culpei por não ter contado pra gente, nem pensei que deve ter sido difícil. Não pensei em você. Eu só… não sei, acho que senti falta da época em que contávamos tudo um pro outro, mas não posso te culpar por isso também, já que sou eu quem não me esforcei pela nossa amizade. 

— Você pensou muito — Will constatou, contendo um sorriso. 

— É. Eu só queria me desculpar por não ter tentado e ter colocado a culpa em você, e por ter ficado tão focado em meus problemas e na El que não vi o quanto você precisava de um amigo. Um melhor amigo. Me desculpa por todas as vezes em que eu fui… sabe, um filho da puta. — Will soltou uma risadinha junto ao Wheeler, assentindo. — Se você quiser continuar com raiva e magoado tudo bem, mas só queria que você soubesse. 

— Tudo bem Mike, não vou continuar chateado. Eu fui meio babaca durante a discussão também então-

— Opa opa opa — O Wheeler o interrompeu — Se você estiver planejando pedir desculpas eu não vou aceitar. Eu tava mesmo precisando de um choque de realidade e você fez certo. 

— Ah… okay? Tudo bem então. Mas de qualquer forma desculpa por algumas coisas que eu disse. 

— Você 'tá pedindo desculpas! — exclamou.

Will procurou um argumento, caindo na risada junto ao melhor amigo.

— É, eu tô. Foi mal. 

— "Foi mal" também é um tipo de pedido de desculpas. — Implicou, arrancando um sorriso do amigo. 

— Tá, foi mal. — Riu ao ver o amigo fingir uma expressão irritada. — Estamos bem, então?

— Você quem tem que dizer. Eu sou o babaca da situação 

— Verdade. — Concordou, vendo o Wheeler olhar indignado — Então eu digo que estamos bem. 

Mike assentiu, puxando o amigo para um abraço apertado, se sentindo um idiota ao notar o quanto sentia falta daquilo quando a distância era culpa sua. Will suspirou, sentindo o peito aquecer com a saudade que sentia de um bom abraço do melhor amigo. 

Mas foi só isso, sem borboletas, sem frio na barriga ou qualquer coisa que sentia antes, só o quentinho no peito de estar recuperando uma amizade valiosa. 

Passaram mais alguns minutos juntos, até Mike decidir dar a Will o espaço que precisava.

Depois da pequena paz que teve durante a conversa com Mike, Will criou coragem para ir ver seu pai. Sabia que sua mãe não estaria consigo, mas ao menos poderia dizer que fez o que pode. 

𝚃𝚑𝚎 𝙱𝚕𝚘𝚘𝚍𝚢-𝙷𝚊𝚗𝚍𝚎𝚍, 𝙺𝚊𝚜 | Will ByersOnde histórias criam vida. Descubra agora