Capítulo 03

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DIMITRI

Nunca pensei que estaria nesse lugar novamente. Apesar de ser sócio, não vinha há pelo menos dois anos. Mas eu era muito agradecido pela oportunidade que me foi concedida quando trabalhei aqui.

Há anos atrás, jovem e estrangeiro recém chegado, eu não tinha emprego e tinha conseguido o trabalho que me permitiria pagar minhas despesas e minha faculdade.

E então, dois meses atrás Ivan tinha me ligado e pedido para que eu o substituísse à frente do seu negócio pois ele iria para Vegas tirar férias com sua noiva Meredith.

Ivan e eu crescemos juntos. Ele era melhor amigo, mas com treze anos seus pais se separaram e ele foi embora da Rússia com seu pai.
Com o passar dos anos trocamos emails e quando resolvi tentar a sorte em outro país ele me ajudou. Vimos então que apesar da distância e tempo, o sentimento de irmandade nunca mudou. Ele me ensinou tudo que sabia e com isso trabalhei no estabelecimento até consegui meu próprio negócio.

Eu devia muito a ele e o amava como irmão.

Então quando aceitei ficar em seu lugar cuidando só da parte administrativa, nunca pensei que voltaria a fazer massagem. Mas Adrian tinha me convencido a atender uma de suas clientes a qual não podia remarcar, pois era contra as regras da casa.

Clientes novas não podiam ser remarcadas(pelo menos não por nós), tinham que ser atendidas no horário contratual.

E Tatiana tinha sido internada às pressas e a mãe de Adrian só chegaria dois dias depois. Ultimamente em sua velhice, Tatiana só gostava da companhia de Adrian e Daniela. Então nem adiantava eu me dispor para ficar com ela.

Respirei fundo ajeitando os papéis de meus exames e me concentrei para fazer meu trabalho. Não vou mentir, estava um pouco apreensivo, mas logo me controlei. Eu sabia o que fazer. Seria como antigamente, como qualquer outra cliente que já atendi.

Eu seria profissional e eficiente.

Assim que cheguei ao quarto designado encontrei Tasha. Tivemos uma pequena discussão pois ela não gostou que eu fosse atender à cliente, mas não deixei que ela continuasse. Nossas diferenças, que aliás já estavam esclarecidas, não deveriam ser testemunhadas pela cliente. E se ela não concordava com o que o dono queria, era livre para sair.

Fechei a porta e esperei que a cliente saísse do banheiro. Olhei ao redor e vi que Meredith tinha redecorando tudo e admiti que estava muito melhor agora.

O local era propriedade do pai de Ivan. Quando seu pai morreu, o estabelecimento quase fechou as portas, mas Ivan conseguiu dar a volta por cima. E hoje era um dos melhores em sua especialidade.

Quando Rose saiu do banheiro e a olhei pessoalmente percebi que nada seria como antes. Eu já tinha visto muitas mulheres bonitas. 
Já tinha dado prazer para alguns delas. Mas Rose ficava em uma nova classificação que não sabia nem explicar.

A mulher à minha frente mexeu comigo e eu ainda nem tinha tocado-a.

Ela estava nervosa e eu estranhamente queria alcamá-la. Quando ela falou que não poderia fazer isso, eu deveria - como era a regra a seguir - concordar e chamar novamente Tasha para que ela falasse com ela e resolvesse a questão.

Sempre fui seguidor de regras. Acreditava que se estavam ali era para o bem de todos e descumpri-las não era do meu feitio.

Mas e se ela decidisse que iria desistir?

Quando ela concordou em tentar, fiquei genuinamente feliz. Poderia ser bobagem, mas eu senti uma ligação tão forte com essa mulher que tive que explorar isso.

Bem Mais Que Prazer(Hiatus)Onde histórias criam vida. Descubra agora