Capítulo 2 - Suspensão

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O pastor contou para Anderson que eles deveriam formar um esquadrão de jovens soldados para defender a igreja da ameaça de Arthur.

— Não estou entendendo pastor, por que o senhor não chama a polícia?

— Porque não vai adiantar nada jovem. Arthur não pretende apenas destruir a igreja, mas a fé das pessoas, principalmente a dos nossos jovens. Ele vai nos atacar primeiro na dimensão espiritual e depois na nossa realidade.

— Como assim? Não estou entendendo nada pastor.

— Esta igreja já foi atacada por seres infernais e pessoas cheias de poderes das trevas no passado. Sempre que isso ocorreu foram formados grupos de jovens soldados que protegeram a igreja. Esses combates são travados na dimensão espiritual onde armas de fogo não tem valia alguma.

— Dimensão espiritual pastor? Que história mais maluca.

— Eu garanto que é verdadeira. Eu tenho relatos aqui em nosso estande de no mínimo três investidas das forças das trevas sobre a nossa igreja, sempre em datas festivas. Apenas os pastores tem acesso a aqueles documentos e como você é meu assistente eu vou mostrá-los para que você acredite.

Alexander levou Anderson para a sala de armas e o jovem pastor se espantou porque jamais imaginaria que na igreja haveria um lugar secreto.

Os dois entraram na sala e Anderson viu as espadas douradas e os escudos dourados que eram quinze. Havia também uma bíblia branca muita antiga que era do primeiro pastor de Peniel.

Alexander mostrou os arquivos secretos para Anderson e por horas eles ficaram examinando os documentos do passado da igreja

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Alexander mostrou os arquivos secretos para Anderson e por horas eles ficaram examinando os documentos do passado da igreja.

Anderson acreditou em tudo que Alexander tinha dito e os dois combinaram de ir para a capital no dia seguinte se aconselhar com os líderes da igreja, que também conheciam o passado de batalhas da igreja de Peniel.

Os dois pastores conversaram com seus líderes que deram muitos conselhos e ordens para Alexander a respeito do que ele deveria fazer. Antes de irem embora o pastor presidente da igreja conversou em particular com Anderson, e o alertou.

— Alexander é um homem muito bom e fiel a Deus, mas tem o costume de não obedecer às nossas ordens. O ajude da melhor maneira que você puder para que vocês vençam a batalha. Se a igreja de Peniel for destruída outras também cairão.

No caminho de volta os dois conversaram sobre quais jovens escolheriam para treinar e Alexander decidiu quem seria o líder.

— Cezar será o líder deles.

— Como? O líder não deveria ser o Aliston?

— Claro que não meu filho, Aliston é realmente o jovem mais fiel da igreja, por isso é o líder da mocidade, mas ele não goza de prestigio perante todos, para esse grupo é necessário alguém mais maleável.

— Aliston leva a vida cristã muito a sério, por isso algumas pessoas não gostam dele. — comentou Anderson.

— Por isso Cezar é o mais indicado. Ele é muito popular e carismático, além ser um verdadeiro atleta, alto, forte e um exímio judoca. Com ele na liderança tenho certeza que teremos um esquadrão invencível.

— O senhor disse que a batalha contra Arthur será na dimensão espiritual, não seria melhor ter um líder mais forte espiritualmente como Aliston do que fisicamente como Cezar?

— Eu sei o que estou fazendo jovem, Cezar é um líder nato e se bem treinado será um soldado imbatível.

Cezar, o escolhido de Alexander não tinha nascido em Peniel, mas sim em Betel no ano de 1968. Quando ele tinha dez anos sua família mudou-se para Peniel.

No dia da mudança sua mãe conversava com uma vizinha.

— Dizem que o fundador de Betel foi um dos antepassados do meu marido, não sei é verdade, mas se for não haverá mais nenhum Lester na cidade com exceção de um primo de meu marido que ele não vê há muitos anos.

— Que pena você ter que ir embora.

— Meu marido arrumou um emprego em Peniel e as coisas estão muito difíceis pra nós aqui.

Quando a mudança já estava em cima do caminhão, a mãe de Cezar apontou para o lado e disse ao seu filho.

— Olhe quem veio se despedir de você filho.

Uma linda menina de cabelos negros e cacheados, com olhos bem grandes segurava um bicho de pelúcia no colo e esperou Cezar vir ao seu encontro. Ela se chamava Keila e era a melhor amiga de Cezar em Betel.

Cezar e Keila eram amigos inseparáveis e sempre estavam juntos no colégio e na rua onde brincavam todos os dias. Cezar se despediu da menina com um beijo no rosto e Keila prometeu que um dia eles se reencontrariam.

Keila devolveu o beijo e disse que se ele não voltasse que ela iria atrás dele.

Cezar e sua família se mudaram para o bairro mais pobre de Peniel, em uma casa muito simples de madeira que tinha a pintura desbotada. Cezar tinha uma irmã chamada Cristina, ela era quatro anos mais velha, bem alta e tinha cabelos loiros e olhos verdes.

O pai de Cezar tentou recomeçar a vida trabalhando em um escritório enquanto sua esposa trabalhava em um restaurante. A vida da família continuou difícil e Cezar dava muito trabalho para os seus pais, pois seu comportamento piorou depois que ele chegou à adolescência.

Certo dia, quando estava prestes a completar catorze anos, Cezar se envolveu em uma briga com Eddie, o maior valentão da escola.

Os dois eram altos para a sua idade e todos na escola os temiam, cada um tinha a sua turma, mas por causa de uma garota os dois finalmente se enfrentaram.

Cezar levou vantagem sobre Eddie e o imobilizou no chão dando-lhe vários socos no rosto e na cabeça. Ninguém queria se intrometer, mas Cezar não parava de bater e seus amigos o seguraram.

Muito machucado, Eddie sentou-se no chão e Cezar jogou uma lata de lixo na cabeça dele. A lata era de ferro e causou um grande corte na testa de Eddie. Até a turma de Cezar se assustou com o que ele fez e o adolescente, com um olhar maligno, falou.

— Esse não me enche nunca mais.

A direção da escola mandou o menino ferido para um hospital e horas mais tarde Cezar chegou a sua casa com uma carta da escola.

— Outra suspensão meu filho! O que eu vou dizer para o seu pai, ele vai te matar! — reclamou a mãe de Cezar.

— Não conta pra ele então. — respondeu o adolescente não parecendo se importar com a suspensão.

A mãe de Cezar chorou e não contou para o pai dele sobre a nova suspensão, mas antes de anoitecer o pai do menino que tinha brigado com Cezar foi tirar satisfações com o pai de Cezar.

Uma grande confusão aconteceu e Cezar ficou numa situação delicada.

Uma grande confusão aconteceu e Cezar ficou numa situação delicada

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Esquadrão dos Valentes - Gênesis: como tudo começouOnde histórias criam vida. Descubra agora