As férias - BakuDeku

Separados

*Katsuki Bakugo*

Depois que eu fui sedado no dia que acordei, eu dormi por mais um tempinho quando acordei no dia seguinte, mais calmo dessa vez. Eu perguntava sempre para meu pai como andavam as buscas atrás do Midoriya, mas ele não sabia responder. Minha mãe vinha também ficar comigo e até ela era compreensiva com meu estado e evitava tocar no assunto do Midoriya. Eu sempre olhava nas notícias, porém nunca tinha nada e essa falta de informação me deixava agoniado. Dias se passaram e meu estado de saúde melhorou bastante, mesmo eu não podendo fazer movimentos bruscos. Eu peguei o numero do senhor All Might no celular do Deku e por mais incômodo que eu esteja sendo, eu sempre perguntava para ele se tinham achado algo, mas ele apenas se restringia a dizer que era um assunto sigiloso e não poderia sair dizendo por aí, nem mesmo para mim. Acho que ele pensa que sou uma criança de cinco anos. Eu comia pouco, apenas o suficiente para acelerar minha recuperação e eu poder sair atrás do Deku, mesmo que seja revirando todas as casas e lugares desta cidade. Muitas noites eu ficava triste ao olhar algumas fotos que tinham no meu celular que havíamos batido juntos e outras que eu bati sem ele perceber. Não acredito o quão idiota eu fui para estragar tudo do jeito que fiz e nem a chance de concertar eu estou tendo. Kirishima e a Jiro estavam melhores e o Todoroki finalmente havia acordado e passava bem. Tenho que agradecer a ele depois por ter me salvado. Eu olhava as mensagens que eu trocava com o Midoriya antes de brigarmos e ele descobrir tudo, era tão fofas que me faziam sorrir enquanto as lia.

Em um mês ele conseguiu fazer eu me apaixonar por ele ou talvez esse sentimento sempre estivesse ali guardado dentro de mim e só precisasse de um empurrão para sair. Na época em que éramos dois moleques que pensavam apenas em brincar e ler quadrinhos de super heróis, eu sempre tive esse instinto protetor para com ele e essa alegria que ele traz para onde vai sempre o acompanhou. Eu amava ver ele e ficava feliz só dele estar por perto. Naquele tempo fui eu que estraguei nossa amizade quando meus poderes se manifestaram e minhas mudanças de humor ficaram piores. Acho que humilhar ele era o modo que eu tinha achado de me sentir superior a ele, como se ele tivesse que ser submisso a mim. Brigamos tanto que agora isso para mim nem faz mais sentido, a ideia de lutar com ele parece um absurdo. Eu machuquei ele tantas vezes, tanto fisicamente quanto emocionalmente que fico surpreso dele não me olhar com raiva... quer dizer... antes de eu cagar tudo de novo. Minhas peguetes ficaram me mandando mensagens e eu dispensei todas, não quero dar a ela esperanças quando meu coração e corpo só desejam uma pessoa e que infelizmente eu não sei onde ela está. Eu estava sentado no corredor do hospital olhando para o teto perdido, hoje seria minha alta e eu pensava o que faria para achar o Deku. Escuto alguém se aproximando e era o Kirishima que vinha andando devagar por conta dos curativos que ele tinha das fortes queimaduras que levou, mas que não vão deixar marcas.

- Oi mano, finalmente te encontrei! – Sentou-se ao lado dele.

- Foi mal não ter ido te ver, minha cabeça não anda muito bem. Fico feliz que esteja melhorando!

- Tudo bem, sei como deve estar sendo difícil para você. Quer conversar? – Ouviu ele suspirando.

- Você estava certo, nós realmente estávamos curtindo juntos. Peço desculpas por não ter te falado nada, mas eu estava me aceitando, ou melhor, me negando a me aceitar. Eu sou bissexual Kirishima!

- Fico feliz que tenha se aceitado e não se preocupe que eu te desculpo sim! - Abraçou ele forte de maneira desengonçada.

- Sabe... fui eu que estraguei tudo, estava tudo perfeito entre a gente e eu fui lá e caguei tudo!

- Você realmente gosta dele não é?

- Não... eu o amo! – Disse com convicção.

- Wow... não esperava por isso, mas eu realmente achei que nenhuma menina conseguiria te amarrar e eu estava certo. Só não achei que fosse o Midoriya a conseguir esse milagre! – Ambos riram pelo comentário.