Nos dois meses seguintes, a vida de Xiao Zhan foi mais ou menos assim: ele acordou, se vestiu, tomou café da manhã. Às vezes, ele fazia isso lá embaixo com a Sra. Banks, quando ela o convidava. Ele foi trabalhar. Ele se agitou durante o dia, prestando atenção apenas o suficiente em seu trabalho para que sua distração não se tornasse muito óbvia, e então olhou para o relógio para a última hora do dia de trabalho. Alguns dias, ele simplesmente ia para casa e lia até a hora de dormir. E alguns dias, Yibo o encontrava na porta e eles saíam juntos.
— Por que você esconde seu cabelo?
Xiao Zhan perguntou uma vez, enquanto eles estavam deitados em sua cama, o rosto de Yibo apoiado em seu peito. Estava se tornando uma sensação assustadoramente familiar, e uma que ele não ousava explorar em sua mente, encolhendo-se sempre que se aproximava da superfície. Não serviu para se acostumar com coisas temporárias.
Yibo ficou imperceptivelmente tenso.
— Eu não... escondo.
Xiao Zhan cantarolou.
— Mas você faz sim, querido. Está sempre escondido debaixo de um chapéu ou preso. Por quê?
Ele queria perguntar isso por tanto tempo, mas a tensão de Yibo o fez se perguntar se isso tinha sido sábio. Levou um longo momento de silêncio, mas finalmente Yibo suspirou e disse:
— Eu não quero convidar para perguntas.
— Oh. — Xiao Zhan deu uma risada involuntária. — Irônico. Peço desculpas.
— Não de você, obviamente. — Yibo finalmente levantou a cabeça e se mexeu para ficar de frente para Xiao Zhan. Com as sobrancelhas desenhadas, ele não parecia chateado, apenas desconfortável, como se estivesse avaliando como responder. — Eu simplesmente não desejo que os outros... não, que os ingleses ... fiquem boquiabertos. Ou façam comentários. — Ele fez uma pausa e olhou para algum lugar além de Xiao Zhan quando disse : — Na verdade, eu tinha pensado em cortá-lo, mas é claro que nunca poderia fazê-lo.
— Estou tão feliz que você não fez isso. — Xiao Zhan respirou, pegando a trança de Yibo e passando os dedos sobre ela. — Seu cabelo é muito lindo.
O sorriso de Yibo era caloroso quando finalmente chegou.
— Assim é o seu. O seu, na verdade, me fez sentir melhor sobre o meu próprio.
— E mesmo assim você ainda esconde isso ?
Xiao Zhan perguntou curiosamente, o calor se acumulando em sua barriga com as palavras de Yibo.
Yibo deu de ombros.
— Meu ponto sobre não convidar perguntas ainda se mantém. É a maneira mais fácil de evitá-las. — Ele deu um olhar para Xiao Zhan. — A menos que seja você, aparentemente.
Xiao Zhan abaixou a cabeça e soltou uma risada.
— Desculpe. Curiosidade sem fim, esse sou eu.
Yibo olhou para ele e inclinou a cabeça.
— Eu realmente não me importo com isso vindo de você.
Xiao Zhan se inclinou e o beijou. Não houve mais perguntas depois disso.
Eles compareceram ao auditório, finalmente, e Yibo riu junto com todos os outros enquanto Xiao Zhan sussurrava traduções em seu ouvido, e era cativado pela dança. O salão de música era o único lugar onde se podia ver uma dama em roupas de homem ou vice-versa, e a estranheza também cativava Yibo. Xiao Zhan observou seu rosto admirado e se perguntou como ele poderia deixá-lo ir depois disso. Como ele poderia dizer adeus a uma faísca tão brilhante e bonita.
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Victorian • Zhanyi !
Historical FictionLondres, 1892. Xiao Zhan, um jovem e promissor funcionário da embaixada chinesa, tem a tarefa de mostrar ao filho do novo embaixador, Wang Yibo, Londres. Então o inevitável acontece. 📍Imagem retirada do pinterest - créditos a quem pertencer. - Capa...