adrenaline • jd/duskwood (shortfic)

;)

Aquele dia seria diferente de todos os outros.

Dentre o fundo de sua alma, as raízes de seu coração davam origem para aquela sensação atrofiando seus ossos como se placas de gelo estivessem cercando cada um, congelando seu sangue e transformando seus órgãos em neve fresca, o gelado significava aquele maldito sentimento qual lhe martelou até destruir e reconstruir por inteira, pedacinho por pedacinho. Adrenalina, pura como a água escorregando de seus poros, igualmente fria, não sendo arrebatada por surpresa alguma ao notar o suor frio molhando a extensão de seu rosto.

O espelho muitas vezes poderia ser seu melhor amigo e ao mesmo tempo o objeto mais detestável no mundo inteiro, oscilava os sentimentos completamente distintos enquanto os dedos passavam entre os fios de cabelo, como uma verificação após pentear diversas vezes a mesma mecha, macia como sua expectativa moldava dentro de sua mente projetando imagens de como seria aquela noite, não permitindo escapar nenhum detalhe sequer para que a noite fosse tão perfeita quanto o estado que estava seu cabelo. Seu reflexo sorria mas você não sentia o sorriso presente no rosto, estava dormente como cada fibra de seu corpo, anestesiada pela ansiedade, pelo medo, pela aspiração e por tudo alicerce daquele caos causado em seu estômago, o alvoroço das borboletas.

Se completavam três dias desde que se encontrou com Jake pela primeira vez e por mais que ele houvesse prometido voltar no dia seguinte, imprevistos surgiram para impedi-lo de executar sua promessa, adaptando-se ás eventualidades recorrentes e episódicas graças á fuga do homem dono de seu coração. Ele havia avisado, muito antes, que tudo aquilo iria acontecer, o quão complicado seria e o quanto poderia doer pela distância, mas tinha noção suficiente do tamanho daquele amor que encontrou abrigo em seu peito, qual era sua dose de força para aguentar e superar todos os obstáculos, todos os riscos.

Riu sozinha, pensando o quão aleatória a vida pode ser, como jogar um dado em frente á um tabuleiro e o número simplesmente decidir o próximo acontecimento dela. Nunca acreditaria, em todas as hipóteses imaginárias, que se tornaria alguém tão apaixonada dessa forma.                                                                          
Os três dias foram de resguardo, até porque mesmo que sua cidade fosse pouco conhecida aos arredores de Duskwood e um bocado distante, ainda sim toda a equipe do FBI estava a procura dele nos quatros cantos do mundo, na tentativa de rastrear até mesmo sua última localização de três anos atrás. Para eles, tudo era essencial no objetivo de encontra-lo e pensar nisso lhe trazia indignação de forma descomunal, aliás, o homem qual tanto amava se tornou um alvo de caça incessante para um grupo de pessoas ao redor do mundo.

Tantas pessoas más no mundo e justamente ele, a pessoa mais bondosa que já havia conhecido, estava sendo procurado.

Levantou-se da cadeira para espantar os pensamentos ruins, ajeitando seu vestido favorito no corpo delineando com as mãos as curvas que atropelavam o trajeto de alisar os dedos na extensão do busto até o quadril, checando uma última vez no espelho se estava “no mínimo” apresentável. Porque no final das contas, depois de longos e torturantes três dias onde a saudade acumulou em peso no coração, finalmente iria se encontrar com seu namorado outra vez em sua casa.

Espirrou uma fragrância adocicada na curvatura de sua clavícula e na região de sua nuca, respirando fundo para agraciar as próprias narinas com o cheiro tão bom, seu perfume favorito. Após finalizar todo seu preparo físico tentou fazer o mesmo com a parte mental, sentando-se na cama e apanhando o celular em mãos para verificar as horas. Seis e cinquenta e cinco. Haviam combinado o encontro no horário das sete horas.

Respirou fundo, nervosa, resolvendo se distrair com as mensagens de seus amigos, especificamente Dan e Jessy.

Você
Aaah!