Grito de susto assim que entro no meu novo apartamento.
— Quem é você?! — Esbravejo, dando um passo para trás.
No meio da sala do apartamento, usando apenas uma calça jeans, havia um homem de costas para mim, olhando para o lado de fora através janela. Não deixei de reparar nas suas costas musculosas e cobertas de tatuagens.
Ele se vira para mim e junta as sobrancelhas antes de me avaliar dos pés à cabeça.
O cabelo loiro era mais escuro que o meu e estava levemente bagunçado. Seu rosto continha uma expressão de confusão ao olhar para mim. Ele apertou os lábios até ficarem em uma linha fina. E agindo como se eu nem estivesse ali, ele se vira de volta para a janela, me ignorando.
Mas que porra...?
Que merda esse maluco estava fazendo aqui? Na droga do meu apartamento. Apertei a caixa de papelão com os meus pertences que estava em minhas mãos com um pouco mais de força.
— Ei! — Chamei o homem, na tentativa de fazê-lo se virar para mim novamente.
Ele nem mesmo se mexeu, continuou olhando para o lado de fora, sem se incomodar com a minha presença. Sem paciência para lidar com isso, eu saio do apartamento, desço as escadas - já que Carmem me disse que o elevador estava em manutenção - do prédio até chegar no andar da portaria.
Segurei a caixa com apenas uma mão, batendo a outra mão no sino que ficava em cima da bancada da recepção. Ninguém apareceu da primeira vez em que toquei o sino, então comecei a bater minha mão nele varias vezes, fazendo o som de plim se tornar constante.
Estava prestes a bater no sino pela décima vez quando a porta ao lado da bancada se abriu e um homem já de idade saiu de lá.
Com o rosto amassado por provavelmente estar dormindo no horário de trabalho, ele resmungou, me olhando de cara amarrada.
— O que foi? — Diz ele, mal humorado.
Isso que dá quando se escolhe o lugar mais barato para morar.
— Tem um cara no meu apartamento — digo. — Eu cheguei hoje, e quando fui levar as minhas coisas lá para cima, tinha um homem sem camisa no meu apartamento.
— Não tem como ter alguém no seu apartamento, ele estava trancado até você chegar e só tem duas chaves, a sua — ele aponta para o quadro que tinha varias chaves penduradas em ganchos — e aquela.
— Então ele deve ter invadido, não sei. Só quero que ele suma de lá.
— Não tem como ele ter entrado sem que Flynt tenha o visto — Flynt era o nome do porteiro que vigiava a porta do prédio do lado de fora. — Ele sempre avisa quando entra alguém no prédio.
— Você pode ir lá verificar? Por favor.
— Esse não é meu trabalho, garota.
Suspirei, frustada.
— Você não pode me fazer um favor? Só dessa vez.
Ele olhou para mim com impaciência e se virou para as escadas. Relaxei, aliviada ao ver que ele iria verificar o apartamento.
— Eu não sou pago o suficiente para isso — resmunga, andando até as escadas comigo em seu encalço.
Subimos as escadas até o terceiro andar - onde ficava o meu apartamento. Ele parou na frente da porta ainda aberta do apartamento e olhou para dentro. Continuei atrás dele, olhando por cima do ombro dele, na tentativa de ver o homem de antes.
Nada. O homem que estava no meio da sala havia sumido.
Ele entrou e olhou para os lados, tentando achar o homem que eu mencionei. Sem encontrar nada fora do normal, ele vai até a cozinha e a inspeciona antes de ir até o quarto e o banheiro para verificá-los também.
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DEMON HEART - Vinnie Hacker
ParanormalPenélope acaba de se mudar para Nova York quando se depara com um homem sem camisa andando pelo seu apartamento. Mas por algum motivo, só ela conseguia vê-lo. Só podia ser a cabeça dela pregando peças. Ela não podia estar mesmo vendo um... "- O que...