DEMON HEART - Vinnie Hacker

Capítulo 2 || Sonho

Inacreditável.

Começo a rir, talvez de desespero, ou talvez por realmente achar que isso é uma piada.

Casar com ele? Quem é esse cara?

— Eu só posso estar ficando maluca — digo.

Ele suspira, frustado.

— Já podemos começar o pacto, então? — ele pergunta.

— Que pacto? De que merda você está falando?

Ele revira os olhos e anda até a cama, se sentando nela.

Ótimo, um desconhecido/alucinação/demônio sentado na minha cama. Não sei se eu rio ou choro.

— Você vai se casar comigo, querida. E quando um humano se casa com um demônio, é necessário um pacto para que sua alma seja bem-vinda no inferno.

— Eu vou me casar com você? — rio. — E pra isso eu teria que fazer um pacto com você?

Por que eu estou discutindo com um desconhecido/alucinação/demônio?

— Você não acha que a gente fica perdendo tempo quando você me pergunta algo que eu acabei de explicar?

O meu medo começa a desaparecer, dando lugar para a minha raiva.

— Se você quer me matar ou seja lá que porra você quer fazer, ande logo com isso. Porque eu já estou perdendo a paciência.

Não tenho como me defender dele, então a única coisa que eu posso fazer é aceitar o meu destino.

Ele me olha como se não entendesse o que eu acabei de dizer.

— Não quero fazer nada que você não queira, Penélope.

Como caralhos ele sabe o meu nome?

— Eu não quero você no meu apartamento, e ah! Olha só, você ainda está aqui — digo.

Ele sorri e se levanta da cama.

— Okay, talvez eu tenho que fazer algumas coisas que você não goste, mas é tudo por uma boa causa.

— Que boa causa?

— O nosso casamento, querida — ele dá dois passos na minha direção, fazendo o meu coração bater mais rápido.

— E por que você acha que eu aceitaria me casar com você?

Ele franze a testa, como se estivesse confuso.

— Todas querem se casar comigo. Eu sou o Príncipe do Inferno — afirma.

Eu rio, achando graça nessa quantidade absurda de narcisismo.

— Todas quem? — pergunto, segurando a risada.

Ele sorri e cruza os braços, se mostrando ainda mais convencido.

— No Inferno, há jogos mortais onde várias mulheres disputam entre si para ser a minha esposa. Você devia se sentir honrada por eu ter te escolhido para se casar comigo.

— Honrada? Você invadiu o meu apartamento e agora está enchendo a minha cabeça com um monte de merda sobre demônios e casamento. E se tem várias mulheres jogando jogos mortais pela sua mão, como nenhuma ganhou ainda?

O sorriso dele parece vacilar por um instante. Ele fecha a cara e me olha como se eu fosse um problema.

— Uma delas ganhou todos o jogos.

— E por que você não se casa com ela?

— Porque eu vou me casar com você.

Suspiro, percebendo que essa conversa não vai dar em nada.