Capítulo 7.

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Atsumu estava a ponto de pedir demissão. Ele praticamente não se dava bem com ninguém ali e depois de sua "conversa" com Suna, o clima parecia um pouco pesado. Mas talvez, Atsumu fosse o problema, ele pensava que era o problema algumas vezes. Todos pareciam contra ele naqueles dias.

Ele não teria mais que ver Sakusa, afinal. Os dois se olhavam rapidamente durante o trabalho, preferindo ignorar que já haviam saído juntos para beber e coisas que facilmente poderiam ser esquecidas, Sakusa deletou. Seria mais fácil, ele escolheria o caminho mais fácil.

"Então você vai viajar e vai ficar sem mim e sem seus companheiros de trabalho mesmo Omi?" Atsumu resmungou.

"Você nem tem o direito de sentir algo, você é  só um funcionário qualquer meu." Sakusa disse enquanto separava algumas de suas roupas e as colocava na bolsa perfeitamente alinhadas, ele havia adquirido a mania de fazer isso.

"Isso doeu muito, muito mesmo. Talvez Suna tenha razão no final das contas." O loiro cruzou os braços.

"O que Suna disse de mim?"

"Nada da sua conta, por que?"

Sakusa franziu o cenho, ele queria rebater, mas apenas disse: "Você é infantil num nível absurdo."

"Não é como se você pudesse me mandar embora de qualquer maneira"

Sakusa respirou fundo e sua voz saiu quase como um grito "Que seja! Eu não ligo para você e muito menos para seu irmão, eu não sei porque decidi sair com você. Talvez você devesse se calar um pouco e chamar Osamu, quem sabe vocês dois não trabalham em algum lugar próximo e me deixam em paz!" Ele realmente disse tudo aquilo? Ele queria se desculpar por aquilo, mesmo que fosse parte de sua personalidade.

Foi o suficiente para fazer Atsumu se calar e se virar de costas, sua voz rouca quase num sussurro "Se você quer assim, eu farei. Nós faremos."

"Miya eu não.." Sakusa balançou a cabeça algumas vezes, ele não tinha tempo para isso. "Certo, então."

Sua viagem de volta para o Japão deveria ser algo para o animar e para se livrar um pouco do trabalho, mas só o deixou mais estressado. Atsumu não era um amigo de Sakusa, mas não justificava que Sakusa pudesse falar de qualquer jeito com ele.

Lá estava ele, sentado num banco de um aeroporto porque segundo Komori, eles deveriam voltar juntos.

"Hey Kiyoo! Que cara é essa?!" Komori praticamente gritou, o fazendo quase pular da cadeira.

"Não é nada, vamos." Se levantou. "Leve minhas malas, estou com dor."

"Eu sempre te vejo de mau humor desde que você era pequeno mas hoje parece pior, vai contar?"

"Briguei com um.. com um.. conhecido."

"Se fosse conhecido você não estaria mal, né." Sakusa franziu o cenho, pois não tinha argumento. "Independentemente do que aconteceu no trabalho, se anima! Nossa família vai se reunir depois de um tempo, alguns filhos de algumas tias distantes nasceram também."

"Hmm. Vou tentar."

Sakusa queria desabafar, queria abrir a boca. Nunca saía nada.

No resto do dia, Kiyoomi decidiu ignorar tudo que envolvia trabalho e sair com alguns amigos e até mesmo  alguns contatinhos que tinha da última vez que foi ao Japão. O que o deixou menos pior. Era o que ele achava, até receber uma ligação. Ele estava em um restaurante com a família quando seu celular vibrou.

"Sakusa, está podendo falar? Eu não quero atrapalhar suas férias"

"Acho que estou livre mas, seja breve se puder."

"Atsumu e Osamu pediram demissão, a empresa está uma bagunça." Houve um silêncio. "Sakusa? Heey, Sakusa?"

Aquele idiota, ele realmente levou aquilo a sério? Foi algo tão ridículo assim? Ele queria dizer que não se importava, mas um sentimento de culpa surgiu. Deveria ligar para Atsumu? Ou voltar para Paris? Aquilo havia o feito perder o interesse no jantar.

"Por que ele fez isso?"

"Eu não sei ao certo.. Ele não foi muito breve, talvez ele tenha achado outro emprego. Você não gostava dele né Sakusa? Vou achar alguém para poder o substituir."

"Não."

"Que?"

"Ele vai voltar. Eu vou falar com ele."

Sakuatsu - ModelOnde histórias criam vida. Descubra agora