Capítulo 5

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Amélia

O exame é bem tranquilo, estive nervosa à toa e para relaxar Sabrina resolve fazer o passeio ao museu nessa manhã, pois só trabalharíamos na parte da tarde. A vista de fora do museu parece uma simples casinha de tijolos, na entrada há uma placa azul escrito em branco "Welcome to Historic Beaufort" com várias margaridas brancas ao redor.

Ao entrar é possível ver vários quadros históricos pregados na parede, com imagens de grandes marinheiros. Embarcações ocupam grande parte com placas que contam a história de cada uma. Outra parte é dedicada aos navios de piratas, mostrando todos os seus pertences, em alguns lugares ficam posicionados manequins vestidos de piratas. Objetos achados no fundo dos oceanos há anos, ganham também seu espaço. Dentro de uma vitrine tem um canhão usado nos barcos. Esqueletos de animais marinhos pendurados no salão, redes e boias fazem parte da decoração, mas tem suas histórias também.

Estou adorando o passeio, é tudo muito lindo e interessante. Em uma das paredes avisto um painel azul com várias espécies de peixes e seus respectivos nomes, além de outros animais marinhos. Nada passa despercebido aqui, até pedras ganham seu espaço histórico no museu. Mas, o que mais gostei foram as histórias dos piratas. São incríveis!

— E aí, gostou?

— Sabrina, eu amei! Não sabia sobre essas coisas de piratas.

— O legal daqui é que além de mostrar a evolução dos instrumentos e tecnologias marinha, conta a história e mostra os passos do pirata Barba Negra até ser preso e decapitado.

— Queria conhecer um pirata. — Fecho um dos olhos com a mão.

— Eu ficaria com medo. — Começa a rir. — Quero livros de piratas, mas com mulheres fortes e invencíveis!

— Você gosta de ler?

— Amo! E você?

— Sim, mas ultimamente não tenho lido, aliás, nem tenho mais livros.

— Quando você quiser é só me pedir que te empresto os meus.

— Não sei ler em português.

— Tem em inglês também, garota!

Com o horário de almoço se aproximando, fomos até o restaurante em que ela me levou no meu primeiro dia de trabalho. O dono do estabelecimento é um senhorzinho muito carismático, viúvo há dez anos, mas conta sobre sua esposa com muito orgulho e se emociona todo. Expõe que esse é o primeiro restaurante do bairro e inaugurou ao lado de sua amada, na época eles eram jovens e precisavam de uma renda para poder morar juntos. A ideia de ter um restaurante foi dela, era a cozinheira do local antes de falecer e as receitas foram tudo que restaram, além de memórias.

— Ainda temos tempo, o que acha de um sorvete? Conheço uma sorveteria aqui tudo de bom! — bem que Marlon avisou sobre as energias de Sabrina.

A sorveteria fica cinco minutos do restaurante, é toda rosa com faixas brancas na vertical até as mesas e cadeiras são rosas, me sinto em uma casa da Barbie. Escolhemos uma mesa de canto e no lugar de cadeiras há um grande sofá. O milk shake é tudo de bom mesmo, Sabrina tem razão.

Ei! — pausa para colocar uma colher de seu sundae na boca. — Está gostando de morar na pousada?

— Sabrina, vou ser bem sincera com você, eu não consigo dormir, toda noite fico angustiada e com medo, tenho tido sonhos com o garoto... durante o sonho ele me acha onde eu estiver e me agarra, nesse momento acordo e não durmo mais.

— Que horror! Você precisa de terapia.

— Ainda não estou preparada para encarar meus medos. Mas... acho que não consigo dormir mais sozinha, só que também não quero dividir o quarto com alguém desconhecido. Eu sei, sou uma completa confusão.

— Problema resolvido! Vou sair do dormitório do intercâmbio e passar a morar na pousada.

— Vai sair de um lugar gratuito para ir morar onde terá que descontar o seu salário?

— Qual é? Você é bem mais legal que as meninas que sou obrigada a dividir o quarto, além de que posso dormir até mais tarde, já que moro no trabalho. — Sabrina é hilária.

De volta a pousada ela não para de falar sobre outros lugares que gostaria de me levar para conhecer, disse até sobre um cemitério de pirata. Eu sei, parece estranho, mas foi isso que entendi. Nesse cemitério são túmulos e mais histórias sobre a invasão deles na cidade, mas não aceitei esse passeio, prefiro ir para outro lugar menos assustador. Arrumei uma amiga divertida e doida.

Sabrina está decidida de sua ideia, vai até a sala de Johanna e pede moradia na pousada no quarto dos funcionários, como previsto o único quarto com uma cama sobrando é o meu, portanto ela ficará comigo.

Ajudo a trazer suas coisas para o quarto, ela realmente ama ler. Se aqui na mala ela conseguiu colocar onze livros, imagina quantos tem em sua casa.

— Olha a capa desse livro, que homem gato! — Não consigo ler nada do título por ser em português, mas o nome da autora pude identificar como Priscila Castelano. Ah, e o homem é realmente lindo.

— Vamos arrumar nossas coisas separadas? Assim ficará mais fácil quando precisarmos de algo. Essa gaveta superior já está com algumas coisas minhas, então a de baixo fica para você. O guarda-roupas tem quatro portas com duas gavetas em cada lado, por tanto o esquerdo é o meu e o direito seu.

— Combinado, nova colega de quarto! 

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Em busca da minha vingança [Degustação]Onde histórias criam vida. Descubra agora