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Boris pavlikovsky;

s/n não apareceu na escola desde aquele dia, não a vi sair de casa também, e não sabia nem se estava viva.

e mais sussurros sobre a garota circulavam.

eu sinceramente não ligava, ela era minha vizinha, desde que éramos pequenos e me mudei para a casa ao lado da dela com 7 anos.

brincávamos juntos as vezes, mas com um pai como o meu e um como o dela nosso contato era algo difícil.

e com os anos, não tivemos mais contato, estudavamos na mesma escola, morávamos um ao lado do outro, tínhamos os mesmos problemas, mas não éramos mais os mesmos.

mas eu sabia o que acontecia na casa dela, e acho que o Boris de 7 anos dentro de mim ainda se preocupa sempre que algo acontece.

— aí bobão, está me ouvindo? — Theo perguntou sentado ao meu lado no pátio — fumou maconha foi?

— foi mal, o que você tava falando?

— porra não ouviu nada mesmo — suspirou - falei que o Dylan volta amanhã de Nova York

— ah, legal, vou ficar de vela de novo — ele revirou os olhos e riu

Dylan era o namorado de Theo, ele estava fazendo um curso em Nova York a um ano, e eles tinham um namoro a distância.

e Dylan também era o irmão mais velho de s/n, fiquei animado em saber que ele voltaria, pois entraria em sua casa e se algo tivesse acontecido contaria para Theo, que me contaria, e eu ia saber se s/n estava bem.

— por falar nisso, sabe da irmã dele? — Theo me perguntou

— por que eu saberia? — cruzei as sobrancelhas

— porque vocês são vizinhos, e o pai deles é maluco, acho que foi ótimo Dylan ficar longe daquela casa, senti falta dele mas, pelo menos ele não ficou perto daquele cara — o loiro comentou enquanto andávamos até a sala, o sinal havia acabado de tocar

— é mas ele deixou a s/n com esse cara — theo me olhou confuso

— é, bem, mas ele não tinha dinheiro para levar ela com ele

— eu sei, é que — suspirei — quando eles moravam juntos, o pai deles não batia tanto nela

— é, batia nele, quer dizer, é uma droga ela ficar lá sozinha com o pai porque eu sei que ela e o Dylan se davam bem, mas sei lá um deles se livrou pelo menos — me olhou — né?

— é — foi a única coisa que disse

se passaram alguns minutos que estávamos na sala, esperando o professor chegar quando bennett entrou pela sala.

ela está viva pelo menos.
pensei.

mas com certeza não está bem.

sn bennett;

06:40 da manhã, meu celular desperta e eu me levanto.

se passou alguns dias desde que apareci na casa de Boris, e não fui para a escola depois daquilo. Mas voltaria hoje.

minha mãe também não apareceu ainda, e sinceramente, eu nem sei mais se ela vai aparecer.

nós não tínhamos uma puta relação de mãe e filha mas, eu a amava muito, ela sempre me perguntava da escola e dava seu máximo para me proteger do meu pai e tentar me criar de uma forma não problemática.

e mesmo assim eu fui uma cuzona com ela.

ela odiava quando eu usava algumas coisas, óbvio, que mãe não ficaria preocupada com sua filha tendo um coma alcoólico e uma overdose.

sex, drugs, etc.                           BORIS PAVLIKOVSKYOnde histórias criam vida. Descubra agora